por Marcelo Seabra
Antes de mais nada, um filme fantástico. Dito isso, pode ser mencionado o fato de O Artista (The Artist, 2011) ser em preto e branco e praticamente mudo, o que não o coloca em posição inferior a outras obras. Pelo contrário. Sem poder usar muitos artifícios, o filme se concentra no básico: uma história cativante, ótimos atores, excelente uso do cenário e dos tons de cinza e uma homenagem a um período mágico do cinema. Um charme como não se vê com frequência, e que não se esquece facilmente.
A referência a Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain, 1952) é clara, mas a diferença é fundamental. No clássico, o protagonista vivido por Gene Kelly se adaptava ao som, recurso recém-chegado às produções cinematográficas. Nesta nova obra, que já nasce com o status de cult, o astro se recusa a se modernizar, ele acredita que ninguém quer ouvi-lo. Ou que ele não teria nada a dizer. E, afinal, se até então ele não havia dito uma palavra nas telas, para quê iria começar?
A subida de Peppy é proporcional à derrocada de Valentin, que considera o som algo passageiro, que não acrescenta nada às produções e que não vingaria. É nos momentos em que Dujardin e Bérénice contracenam que O Artista cresce, tamanha é a sintonia dos atores. Merecidamente, a Academia reconheceu o trabalho de ambos e os indicou (como Ator Principal e Atriz Coadjuvante) ao prêmio de 2012. Dujardin inclusive levou o Globo de Ouro na categoria Comédia ou Musical e não seria surpresa se ele batesse o favorito, George Clooney (por Os Descendentes). As transformações pelas quais Valentin passa, o papel que ele é obrigado a representar, sorrindo ao menor sinal de público se aproximando, comprovam o talento de Dujardin. Por mais que simpatize com Clooney e seu filme, já tenho meu favorito.
A simplicidade de O Artista pode causar uma impressão errada de ser um filme simplista, bobo ou vazio. Em tempos de muitos efeitos especiais e cinismo no cinema, nada como voltar às origens – mesmo que de mentirinha, já que Hazanavicius usa elementos que não estariam disponíveis na época. Um exemplo é a excepcional cena em que Valentin ouve todos os sons à sua volta, menos sua própria voz. Uma metáfora óbvia, mas lindamente realizada. Como disse Dujardin: “Sem falas para poluir, é preciso muito pouco para que a emoção flua”.
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Os figurinos são lindíssimos! E a pinta da Peppy Miller lembra Marilyn Monroe....
Opa! Legal o site!
Vou passar mais vezes aqui! :D
Abrç!
Valeu, Leandro! Volte sempre!
abraço!
Aqui na França o filme é um sucesso! Todo mundo ama esses atores e o cara é maio pop star aqui rsrs Tiveram super orgulho de um filme francês. Eu adorei, mas confesso que o cachorro é o meu preferido. Derreti!