por Marcelo Seabra
É difícil conseguir juntar, em uma mesma frase, as palavras “terror”, “moderno” e “bom”. Essa semana mesmo, comentei a falta de originalidade ou frescor de Pânico 4 (Scream 4, 2011 – veja o post anterior). Por isso, resgatei um exemplo não muito recente que deve deixar os fãs do gênero satisfeitos. Passou batido no nosso mercado Cabana do Inferno (Cabin Fever, EUA, 2002), do então novato Eli Roth. O diretor só ficaria famoso em 2005, quando cometeu O Albergue (Hostel), pecado que repetiu em 2007 com a continuação, para os quais nunca haverá perdão.
A história não é nada original: um grupo de jovens vai para uma casa afastada e começa a ter problemas, o que costuma significar mortes. Mas, ao contrário de Sexta-feira 13 e outros, não há o psicopata de plantão, aquele ser imortal, silencioso e rápido que chega de mansinho e consegue esconder os cadáveres. O problema que eles enfrentam vem na forma de uma doença que corrói a pele, causando diversas e profundas feridas. Primeiro, eles desconhecem o risco que correm. Depois, não sabem como evitá-lo.
O segredo de Cabana do Inferno é a capacidade do roteiro de brincar com as convenções e, o mais importante, de saber usar humor e ironia. Assim, a tensão e o terror ficam bem balanceados, alternando momentos descontraídos e momentos nervosos. Podemos conhecer um pouco dos personagens antes de acompanharmos as situações pelas quais eles passam e até torcemos pelos cinco, esperando por um improvável final feliz.
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