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Luciano é o retrato do país que tenta progredir. Do outro lado, os que impendem

Enquanto há Luciano e Uber, há os “professores” e burocratas. O mundo nunca foi tão seguro, próspero e acessível a tanta gente, mas os arautos do atraso só enxergam o que querem

Imagem: Cortesia/Luciney Martins/O SÃO PAULO/UOL

O rapaz da foto acima chama-se Luciano Oliveira. Tem 44 anos e é cadeirante devido a uma poliomelite na infância. Desempregado, com dificuldades financeiras, mudou-se de Salvador para São Paulo. Sem conseguir uma colocação melhor, optou por fazer entrega de comida para plataformas digitais como Uber Eats, Ifood e Rappi.

Luciano tentou se aposentar por invalidez, mas não conseguiu. Segundo o perito que o examinou, ele pode trabalhar mesmo com limitação física. Há empresas que oferecem, por lei, vagas para deficientes. Segundo Luciano, que é formado em Gestão de Políticas Públicas, enviou mais de 150 currículos e não conseguiu nenhuma.

Sua vida não é da mais fáceis, claro. Apenas para chegar à Av. paulista, região da capital do estado de SP onde faz suas entregas, demora cerca de uma hora e meia. Semanalmente, Luciano trabalha cinco ou seis dias, numa jornada de até oito horas. No final do mês, embolsa cerca de R$ 400 reais, menos da metade de um salário mínimo.

Há quem enxergue nesse quadro uma exploração capitalista. Luciano, não. Ao contrário. É grato aos aplicativos pela oportunidade. Já um certo Ricardo Antunes, professor de sociologia do trabalho da Unicamp, crê que o trabalho em aplicativos significa uma volta às formas primitivas de trabalho. E o Ricardo não está sozinho, não. 

“O trabalho desregulamentado não é novo, as mulheres trabalhavam 16 horas por dia na revolução industrial, mas agora isso vem com a tecnologia do mundo digital.”

Pensamento como o do Professor Ricardo encontra eco por toda a sociedade, no Brasil e no mundo. Geralmente, na cabeça de profissionais que labutam no setor público ou gente que depende deste para viver.

Particularmente, penso como o Luciano. Não o enxergo como um trabalhador oprimido pelo Capital. Enxergo um ser humano abandonado pelo Estado, que encontrou na iniciativa privada uma forma de não morrer de fome. Infelizmente, não raro, este mesmo Estado ausente investe ferozmente contra as empresas que dão oportunidade de trabalho e renda a quem ele (Estado) não dá.

Há dois mundos simultâneos coabitando o planeta Terra: o de quem, como Luciano e os aplicativos, trabalha e produz; e o do professor, dos burocratas do setor público, dos sindicalistas e de todos aqueles que vivem espetados no lombo dos “opressores capitalistas”.

Enquanto um gera riqueza, bem-estar social, melhores condições de vida, tratamentos médicos etc, à custa de muito esforço e risco, o outro senta, “caga” regras, cria leis, estipula multas e rouba, para si, em nome do Luciano, um quinhão gigantesco do capital que não só não ajudou a formar, como fez de tudo para impedir.

Segue o jogo…

Assista a este vídeo.

Ricardo Kertzman

View Comments

  • Ideia ridícula a desse camarada.
    Mistura as coisas em prol de atacar alguém q ele nem define quem.
    Esse cadeirante é vítima do sistema. Da exploração desumana. Não há nada pra se admirar. Faz pra sobreviver.

  • "á quem enxergue nesse quadro uma exploração capitalista. Luciano, não. Ao contrário. É grato aos aplicativos pela oportunidade. Já um certo Ricardo Antunes, professor de sociologia do trabalho da Unicamp, crê que o trabalho em aplicativos significa uma volta às formas primitivas de trabalho. E o Ricardo não está sozinho, não. ",

    Ricardinho, o senhor passou diversas vezes na final da burrice. É por isso que não conseguiu formar nem na UNA em Turismo. Ricardinho, dá pena de ti. Que Deus conforte as sua burrice. Um abraço grande.

    • Mas o Ricardinho aqui conhece a diferença entre “á”, “à” e “há”. Já o assumido jegue aí...

      Ah! (Viu? Outra forma de “à”, “á” e “há”. Tem também “hã”), quando der aspas a alguém, faça corretamente, não transfira aos outros a burrice que é sua.

      Agora que se assumiu comedor de capim - conforme eu sempre disse - vá pastar por aí não encha o saco

      • Ricardinho , o senhor é burro mesmo. Não conseguiu FORMAR NA UNA, POIS O CURSO ERA PUXADO.

        Vai estudar Ricardinho, para não falar merda como essas, “ quem enxergue nesse quadro uma exploração capitalista. Luciano, não. Ao contrário. É grato aos aplicativos pela oportunidade. Já um certo Ricardo Antunes, professor de sociologia do trabalho da Unicamp, crê que o trabalho em aplicativos significa uma volta às formas primitivas de trabalho. E o Ricardo não está sozinho, não.",

        O senhor acha mesmo que pode me ensinar algo ???? Não sabe nem escrever.

        E outra, descobri que além de burro, obeso é vesgo. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

      • Você acha que ele redigitou o que você escreveu e não simplesment que no Ctrl c, Ctrl v o h foi omitido?

      • Grande Ricardo! Foi-se o tempo em que se formar em curso superior era sinal de inteligência... graças ao jumento de nove dedos qualquer analfabeto / analfabeto funcional faz seu curso superior e suas pós graduações por aí... agora, produzir, inovar... não é para qualquer um... principalmente neste país. Parabéns pelo texto... É a verdade uma e crua... se napnfosse por estas empresas capitalistas "opressoras", pessoas como o Luciano estariam completamente miseráveis. O tipo de assunto que mais encanta esta esquerda tóxica, parasita e antiquada, que muito escrevem sobre isto, mas que nada fazem a respeito, a não ser produzir mais e mais miseráveis.

        • Caro Gustavo M. Vasconcelos,

          quem produz inovações e pesquisa neste país são as Universidades Federais que contribuem com quase 95 % das patentes registradas no INPI.

          O tal Luciano, personagem criado na cabeça do Blogueiro é somente um pobre - fático e financeiro - explorado pelo sistema capitalista.

          Luciano, trabalha para viver e vive para trabalhar.

  • Olá Inundado, Luis Armstrong, aquele do What A Wonderful World, em menino trabalhava entregando carvão. Atendia no bairro das prostitutas. Isso foi lá pelo início do Sec XX. Sofrimento, dor, desamparo, fome, coisa que vem de longe. Ele ao menos conhecia quem fornecia o carvão e quem comprava dele.
    Hoje esses entregadores, como o cidadão retratado, estão em alguns aspectos em pior situação. Não sabem quem fornece e nem quem compra. Não há rostos. Os tais de aplicativos podem retirar da lista de ofertas alguns dos fornecedores e esses podem ficar sem compradores e em consequência disso serão pulverizados do mapa. Esses mesmo provedores podem formar pool de fornecedores que num galpão qualquer, sem nome, sem placa, sem distintivo passam preparar as gororobas para ser entregues.
    São esses e outros abusos que devem ser atacados e denunciados como fazem o professor mencionado e quem tenha um mínimo de consciência e humanismo, porquanto o de mais relevante é que esses aplicativos não fazem outra coisa senão aumentar a concentração de rendas e a marginalização. São perversos ao cubo. Tem cego que não vê, tem cínico que finge não ver. Tem de tudo, e não é nome de loja.

  • O problema da regulamentação do trabalho, o exemplo dado é emblemático, vai aparecer quando o Luciano tiver 65 anos. Esta análise deveria ser feita. Viver de quê?

    • Evandro, é assim que se fala. No alvo. Preciso!
      Vede, que o blogueiro diz que Luciano tenta progredir, quando ele, no máximo, com muito boa vontade, busca manter-se no mínimo do existencial. Ai vemos o poder manipulador e mistificador que a mídia exerce. Distorce as palavras, faz crer em universos que não existem. E pior é que esses servis atuam com a cara de rato alegre no fubá - como diria meu avô.

      • Abe o mais incrível de tudo isso - sim venho aqui para ver o que muita gente a minha volta pensa, o blogueiro está escancarado - é a quantidade de apoio que tem. Dá uma tristeza só. E uma grosseria que já os define bem.

  • "As mulheres trabalhavam 16 horas na revolucao industrial". Que bonito isso. Uma maravilha esse capitalismo. Progredindo ele estaria se tivesse ao menos uma carteira assinada. Sem seguro, sem carteira, sem fgts, sem aposentadoria. Isso é muito bonito para quem nao esta na pele dele. É o velho "pimenta nos olhos dos outros é refresco". No tumulo de Karl Marx em londres esta a inscricao: "Workers of the world, unite". Uma pena que a classe media ainda ache que é elite, mas na verdade estão é no mesmo barco das empregadas domesticas que vao viajar pra cachoeiro do itapemirim nas ferias.

  • O sonho do Paulinho Pinochet Guedes é que todo trabalhador tenha a cabeça de "pobre de direita", aquele que mora em um dois quartos com varanda gourmet e tem um hb20 na garagem, mas acha que são "parças" dos Mafra e dos Setubal e aos poucos vao perdendo seus direitos para enriquecer quem ja tem a pança cheia. É esse pessoal que vota em miliciano nazista

  • A lei seca foi aprovada e no mes seguinte o uber ja estava operando no Brasil. Ou seja os caras mandam até no legislativo daqui. Trocam governos, financiam chimpanzes e tudo o mais. QUeria ver um aplicativo brasileiro funcionando em Nova York e os 20% da corrida sendo mandados para o Brasil livres de impostos e encargos trabalhistas. Sabe q chance disso acontecer? ZERO. La é "america first", nao tem espaço para os cucarachas da america do sul.

    Pouco antes do uber começar a operar, a boiada do smartphone ja tinha o discurso copy e paste na ponta da lingua: "Nossa, os taxistas sao fedorentos e mal educados, nao tomam banho, cospem e etc..." Enfim chega o uber, uma maravilha, motoristas perfumados, aguinha!!! e bala de graça!!!, um mimo... Passada a comoção bovina, hoje os bovinos andam felizes em um celta 1.0, com um motorista que pode ate ser um psicopata ou serial killer numa furreca sem airbag, sem seguro, sem direito a indenizacao em caso de acidente. Como diria George Orwell, "Brave new world!". E assim caminha (ou cavalga) a "humanidade".

  • Hehehe tem que rir pra nao chorar: 400 reais por mes sem carteira assinada, sem fgts, sem ferias e decimo terceiro, seguro desemprego... Nao é exploracao nao, na verdade é uma caridade. No final do ano talvez o dono do Uber seja canonizado ou ganhe um premio nobel da paz. KKKKKKK viva a hipocrisia! Viva o pobre "de direita"! Viva o MBL! Que Deus devolva essa "bondade" em dobro aos "senhores feudais modernos".

  • "optou por fazer entrega de comida para plataformas digitais" hahahahaha
    Que piada.
    Tudo que ele não teve foi opção. Sempre tem um otário pra romantizar a precariedade.
    "Luciano, não. Ao contrário. É grato aos aplicativos pela oportunidade."
    Num país onde a ignorância reina em todas as camadas sociais, inclusive nas mais altas, vide o autor do texto, claro que até o explorado agradece a exploração. Enquanto ele ganha 400$ trabalhando no sol, em meio a poluição e trânsito em condições terríveis, tem meia dúzia ganhando muito alto com o trabalho dele e de milhares de outras pessoas na mesma condição na paz do ar condicionado. Que belo mundo do capital esse. Como não amar?
    "Enquanto um gera riqueza, bem-estar social, melhores condições de vida(...)" Gera? Pra quem? Pra quem já tem condições muito boas, só se for. Pra ele mesmo, só exploração, precariedade e subsistência.
    O Estado aqui não funciona não é pq ele investe contra as empresas, como você diz. É justamente o contrário. O Estado aqui é dominado por elas e, por isso, as riquezas geradas não chegam a todos, sempre ficam na mão de meia dúzia e do setor PRIVADO. Ele não se aposentou por invalidez justamente pq o setor privado está de vento em popa no seu mote de tirar direitos dos trabalhadores. Só não vê quem não quer. Ou quem é ignorante o suficiente. Mas a convenção é achar que a corrupção maior é a da parcela do Estado Malvadão, principalmente no que diz respeito aos políticos e servidores públicos. Enquanto isso, o assalto maior às riquezas produzidas feito pelo setor privado, que garante a manutenção do poder e dos privilégios aos abastados, segue em décimo plano tranquilo e sem ser nem notado.

    Resumo do texto: falou pouco, mas falou muita merda.
    ~Opinião sem medo~ e sem noção.

        • um jumento querendo defender o outro é uma merda mesmo!!!

          bons emprego e salário, seu burro da peste!!!

          não somente bons emprego, como você estupidamente leu

          vá comer seu capim, e quando se alimentar de algo que não seja mato, tente me corrigir

      • Bons emprego??? Tá comendo capim?e o plural?

        Mas o Ricardinho aqui conhece a diferença entre “á”, “à” e “há”. Já o assumido jegue aí…

        Ah! (Viu? Outra forma de “à”, “á” e “há”. Tem também “hã”), quando der aspas a alguém, faça corretamente, não transfira aos outros a burrice que é sua.

        Agora que se assumiu comedor de capim – conforme eu sempre disse – vá pastar por aí não encha o saco

        • um jumento querendo defender o outro é uma merda mesmo!!!

          bons emprego e salário, seu burro da peste!!!

          não somente bons emprego, como você estupidamente leu

          vá comer seu capim, e quando se alimentar de algo que não seja mato, tente me corrigir

      • Tenho tudo isso: estudo, esforço, bom emprego e salário. Talvez a diferença entre nós seja só que um tem noção dos próprios privilégios, do que é a vida de 80% da população e que não fica romantizando esse tipo de situação. Enquanto o outro escreve esse monte de baboseira e ainda deve se achar formador de opinião. Mas pra que esperar que um homem branco, que deve morar na zona sul, saiba sobre algum tipo de dificuldade não é mesmo? ~O misterioso Ricardo Kertzman~. Famoso quem? Haja vaidade. A famosa Elite do Atraso de Jessé é sempre cristalina.

        • Vixe!!! O rancor e frustração agora transbordaram para a cor da minha pele. Quer mais? Sou judeu, neto de imigrantes europeus, sempre estudei em escolas particulares, sou empresário desde os 19 anos, heterossexual, nunca consumi drogas (só o Atlético, hehe)... olha aí o tanto de coisas para você me “desqualificar” e justificar suas dores

      • De novo, acreditas que foi erro de concordância e não de digitação? Se fosse criticado assim por cada erro digitado em celular ou computador já teria desistido.

        • "De novo, acreditas que foi erro de concordância e não de digitação? Se fosse criticado assim por cada erro digitado em celular ou computador já teria desistido.", será??????

          E o senhor, Evandro??? Percebi que o senhor apresenta dificuldade em realizar a conjugação da segunda pessoa do singular ou será um simples erro de digitação? Se fosse criticado assim por cada erro digitado em celular ou computador já teria desistido.

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