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OAB quer um país melhor, desde que advogados não tenham que pagar; só nós

O Brasil tem muitos males, de diversas fontes e causas, mas um dos principais é o aparato judicial — ou jurídico — desta pobre nação
No dos outros é refresco! (Foto: Eugênio Novaes/OAB)

Se há classe e “mercado” mais favorecidos e privilegiados que o do Direito, eu desconheço. É no judiciário que imperam os maiores super salários e os mais indecorosos privilégios da República. Para piorar, é importante fonte da impunidade, do atraso econômico, da insegurança aos investimentos e da injustiça social do País. Basta visitar uma masmorra qualquer e tentar encontrar um rico por lá. Sobretudo um rico corrupto, amigo de um togado qualquer.

Pois bem. É mais que garantida a tributação dos lucros e dividendos distribuídos aos acionistas das empresas na futura reforma tributária. Ou seja, o governo vai meter a mão-grande no que sobrou do caixa, após já ter metido pés, boca e falo — até o talo! — no bolso daqueles que trabalham e produzem as riquezas que a classe política e apaniguados corporativistas tomam para si.

Mais que depressa, sentindo o cheiro de “igualdade tributária”, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, na figura do seu presidente, o patriota Felipe Santa Cruz — aquele que tretou com Jair Bolsonaro, dias atrás, pois é um petista fervoroso — pediu a inclusão de uma emenda que exclua os advogados da cobrança, afinal… são advogados, ora!

Já não basta aos doutores contar com a menor tributação de todos os negócios, já que, numa “sociedade de advogados”, todos os funcionários (que exercem o Direito) são considerados sócios, e sobre seus rendimentos não incidem os impostos comuns às folhas de pagamento.

Para disfarçar o corporativismo abjeto e a tradicional prepotência da classe, a emenda diz: “profissionais liberais, constituídos na forma de sociedades uniprofissionais, são excluídos da tributação sobre a distribuição dos lucros”, o que abrangeria também médicos, contadores, engenheiros etc.

Para o valente, advogados multimilionários, como ele, que recebeu milhões e milhões da Petrobras, ou aqueles seus colegas que frequentam o STF trajando bermudas, e que cobram não por hora, mas por minuto — em dólar!! — ou cirurgiões famosíssimos e igualmente riquíssimos, não devem pagar mais imposto.

Já o dono do açougue, da padaria, da oficina mecânica, do supermercado, da lojinha da esquina e os milhões de pequenos e médios empreendedores, que dão um duro danado, que trabalham de sol a sol, contra tudo e todos, esses que se virem, que trabalhem ainda mais já que terão que sustentar a máquina corrupta e perdulária que os doutores se recusam a bancar.

“Ficarão mantidos na obrigatoriedade do pagamento as empresas de finalidade diversa às sociedades uniprofisionais, que é o espírito do projeto”.

Eis aí a indecorosa fala de um oportunista! Este senhor interpreta o “espírito” do projeto como quer e melhor lhe convém, exatamente como seus amigos do STF interpretam certas leis, se e quando interessam.

Para Santa Cruz, “não é possível aceitar aumentar o imposto da classe média, já empobrecida”. Claro. Que bom que temos gente como ele e instituições como a OAB para nos proteger, não mesmo?

O que seria de nós sem o grande Santa Cruz?

Leia mais.

Ricardo Kertzman

View Comments

  • Excelente post, Ricardo!
    Um exemplo concreto de como funcionam as coisas nesse grande bananil: quem produz, trabalha, ou empreende sustenta uma classe dirigente ociosa, predadora e parasitária, que de modo organizado/sistemático se apropriou do Estado para uso quase que exclusivo (ficam com o filé e deixam as migalhas para os servos).
    E essa é uma característica indissociável do gigantismo estatal.
    Como, nesse caso, o Estado vai muito além de suas atribuições precípuas amealhando poder e maior parte da riqueza produzida pela sociedade, interesses político, privados e corporativos se organizam dentro e na órbita do Estado para obter privilégios legais ou ilegais-- mas sempre imorais!!!. Pois esse é um caldo de cultura, um ambiente ideal para para a corrupção e privilégios de minorias organizadas em detrimento da maioria. Ganham sempre, no âmbito interno, as classes políticas e jurídicas, nomenklatura/burocracia estatal, que detêm o poder decisório em seus diversos níveis; e na órbita do poder, as organizações, empresas (por exemplo, Odebrechts da vida), corporações e interesses privados diversos organizados para tal (aqui, é muito mais fácil e rentável se aproximar e "molhar a mão do poderoso "rei", do que disputar ganhos/lucros no mercado e na meritocracia)

      • Pela “profundidade, argumentação, rico conteúdo” de seu comentários da pra ver claramente que vc é mais um baba ovo do Lulinha Paz e Amor Pelas Propinas.
        Como todo petista, um babacão analfa, adorador de político sem a mínima condição de contestar um vírgula do que eu escrevi e muito menos do autor do blog.

  • A excessiva presença do Estado na vida do brasileiro pode ser bem exemplificada, grosso modo, por algumas principais características de nossa sociedade.
    1) No âmbito individual do cidadão. Na vida de cada brasileiro predomina, desde de cedo, o objetivo de buscar meios de obter algum emprego, cargo ou sinecura numa empresa, órgão, entidade estatal, por concurso público ou outros meios (Indicação-QI, entrar para a política etc), ou obter privilégios (assistenciais, ganhos pecuniários, isenções etc)
    2) Na vida das organizações empresariais predomina, desde o seu começo, a busca por obter contratos com órgãos, entidades, empresas estatais, por meios mercadológicos ou políticos, legais ou ilegais; e
    3) No âmbito de organizações/corporações de classe/ interesses comuns predomina a busca por poder de influência nos poderes decisórios estatais para obter privilégios (ganhos pecuniários, isenções )
    Em suma, o que move mais a nossa sociedade é a disputa para obter os maiores nacos do bolo estatal ou o maior botim do dinheiro público.

  • Pouca Telha,
    Concordo com seu post.
    Esse Felipe Santa Cruz, protetor das oligarquias e dos grandes escritórios de advocacia, politiqueiro esquerdista, fala pelos cotovelos. Nunca defendeu a classe de advogados e nunca será aquilo que se espera.
    Como chegou a presidência da desmoralizada OAB ninguém sabe, porém, pelos seus atos e conduta, podemos desconfiar.
    Não entrarei no mérito de seus interesses privados, políticos e de ideologia fracassadas.

  • Oi cada vez mais REAÇA, BOÇAL, MENTALMENTE INDIGENTE E ISENTO DE VERDADE

    E o Queiróz, continua mamando com outros milicianos junto ao Bozo?

    E o assassino da Marielle, o que VC acha dele?

    O cara que VC e outros vagabundos da sua laia ajudaram a eleger é mesmo um corrupto e assassino?

    • É Mauro.
      Pela sua postura de cabresto PTralha ou PSOLtralha, não podemos esperar coisa melhor
      dessa cabeça encefálica.
      De ortodoxos imbecis, este espaço não precisa.

  • Data vênia, nobres e ilibadas excelências! Parem de brincar de gangorra com a balança da justiça.
    É lamentável que essa instituição apodrecida moralmente e que deveria mostrar rumos para o desenvolvimento cultural, harmonioso e exemplar para a sociedade, se tornou recordista na formação de inscritos que, sem saber "direito" o que é Direito, praticam toda sorte de malandragem e corrupção a céu aberto.

  • A OAB e o STF deveriam adotar um slogan unificado e inspirado em conhecida música.
    Fica aí, uma sugestão que combina bem com os dias atuais:
    "Eu vou tirar você desse lugar, vou levar você para ficar comigo e não me interessa o que os outros vão pensar".

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