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Desigualdade pouca é bobagem

Um país que cultua tamanhos privilégios estatais, não poderia ter outro destino senão o de ser tão injusto e socialmente desigual assim

Toma, distraído (Foto: Google Images)

Enquanto cerca de  1.5 milhão de brasileiros  vive nas ruas ou em “residências” extremamente precárias, pouco mais de 15 mil juízes, Brasil afora, recebem R$ 4 mil mensais de auxílio-moradia. Alguns, inclusive, casados entre si, recebem até dois auxílios por família, mesmo morando em casa própria.

Também, enquanto cerca de 45 milhões de mulheres cumprem dupla jornada de trabalho, além de gastarem até três horas diárias espremidas em transportes coletivos — sem ninguém que as auxiliem nos afazeres domésticos — o ex-presidente Lula, atualmente preso por corrupção e lavagem de dinheiro, mantém oito funcionários, com salários de mais de R$ 13 mil reais cada, custeados com o dinheiro público.

Os trabalhadores privados estão limitados a uma aposentadoria de pouco mais de R$ 5 mil reais. Já os funcionários públicos, de todas as Esferas e Poderes, têm direito a aposentadoria integral, além de benefícios extras como se ainda estivessem na ativa.

Qualquer brasileiro comum tem de custear o próprio transporte, alimentação, saúde, escola dos filhos, etc. Contudo, deputados e senadores, membros do Judiciário e certos cargos do Executivo, não. Auxílios como creche, livro, paletó, moradia, viagem, dentre tantos outros “direitos”, são farta e regiamente dispendidos pela casta estatal, sempre financiados pelo bolso alheio.

De tudo o que a sociedade brasileira produz, o Estado retira quase 40% para o próprio custeio. Cada um de nós tem de trabalhar 5 meses por ano apenas para pagar impostos. Empresas, na média, deixam nos cofres do governo 35% do seu faturamento. A cada carro, pãozinho, remédio, coxinha ou mortadela que compramos, percentuais extorsivos e confiscatórios encontram-se embutidos na fatura.

Ainda que tudo isto esteja cotidianamente escancarado nas nossas fuças, o mundo político da esquerda insiste em culpar o Capitalismo como o responsável pela desigualdade social. O Brasil comprou a ideia e cultua aversão ao mundo empresarial. Para os oportunistas e fracassados de plantão, os empresários são meros exploradores. Para boa parte dos funcionários públicos, dentre eles fiscais, promotores e juízes do trabalho, empreendedores devem ser tratados a tapas e pontapés, com requintes de crueldade. Tentam se fazer de Robin Hood, desde que não se mexa nos próprios bolsos, é claro.

O pior é que grande parte — a maioria esmagadora — da imprensa, mundo artístico, “intelectuais” e formadores de opinião, inclusive professores e padres, não só ajudam a disseminar a falsa culpa do Capitalismo, em detrimento ao estatismo, como se aproveitam da mística criada para perpetuá-la indefinidamente. Na maioria dos casos, diga-se, em proveito próprio e não por mera ideologia. Assim, pululam, aqui e acolá, dogmas, rótulos e dissimulações grotescas em desfavor de quem trabalha e produz, e da produtividade e da meritocracia como formas de desenvolvimento pessoal e coletivo.

O resultado, além da pobreza e subdesenvolvimento visíveis, além da conhecida desigualdade social e concentração de renda, é um espectro ideológico que aprisiona o debate econômico entre o famigerado “nós x eles”, tão caro às esquerdas latino-americanas, responsável direto pelo que ocorre, por exemplo, na Venezuela. Não à toa, os candidatos a presidente, mais citados nas atuais pesquisas, serem todos alinhados ao gigantismo do Estado (Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, Marina Silva e Joaquim Barbosa). Absolutamente ninguém se move na direção do liberalismo econômico.

Enquanto o empresário brasileiro (do borracheiro da esquina ao empreiteiro, passando pelo dono da padaria e o micro-empreendedor) for o culpado por todos os males, ainda que sejam eles a Galinha dos Ovos de Ouro a sustentar toda a conta — do assistencialismo, do corporativismo, do favorecimento estatal, da improdutividade, da corrupção, etc — estaremos fadados ao que aí está, ao que aí se vê, ao que sentimos na pele todos os benditos dias neste maldito país.

Gleisi Hoffman e Lindberg Farias, dentre tantos outros, agradecem de coração e com as goelas abertas.

Leia mais.

Ricardo Kertzman

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  • “O Brasil na realidade nunca foi um país realmente capitalista. Temos no Brasil um espectro de capitalismo, um sistema meio público, meio privado, altamente intervencionista, governista, dirigista e patrimonialista. Um modelo econômico caracterizado por impostos elevados, corrupção desenfreada, distribuição de privilégios, burocracia infernal e profundamente hostil em relação a quem deseja empreender. Esse capitalismo de compadrio tem consequências nefastas. Empresas, em vez de buscarem inovação – como seria normal em um sistema realmente capitalista-, vão competir por privilégios distribuídos pelo governo. Falta ao Brasil um capitalismo verdadeiro, liberal e competitivo.”
    (Ivan Dauchas, Instituto Liberal)

  • O blogueiro deve ter mais cuidado com o que fala para não perder a razão.
    Por exemplo: " cerca de 45 milhões de mulheres cumprem dupla jornada de trabalho, além de gastarem até três horas diárias espremidas em transportes coletivos — sem ninguém que as auxiliem nos afazeres domésticos". Esse é o típico discurso esquerdista feminazi mentiroso; os dados apresentados são irreais, também típicos daquilo que devemos combater.
    Outro exemplo: "Já os funcionários públicos, de todas as Esferas e Poderes, têm direito a aposentadoria integral, além de benefícios extras como se ainda estivessem na ativa". A aposentadoria integral já caiu, só valendo para quem entrou no funcionalismo público antes de 2003".

  • O problema não é a desigualdade e sim a pobreza extrema.
    Desigualdade sempre existiu e sempre existirá, posto que o homem difere entre si.
    Todos são diferentes e a única igualdade democrática estatal que se espera, é a igualdade perante a Lei.

  • "Nos últimos dois séculos, muitas estratégias foram buscadas por socialistas do mundo todo. Os socialistas tentaram esperar que as massas chegassem ao socialismo de baixo para cima e tentaram impor o socialismo de cima para baixo. Tentaram alcançá-lo pela evolução e pela revolução. Tentaram versões do socialismo que enfatizaram a industrialização e as que são agrárias. Tentaram esperar que o capitalismo entrasse em colapso e, quando isso não aconteceu, tentaram destruir o capitalismo por meios pacíficos. E, quando isso não funcionou, alguns tentaram destruí-lo pelo terrorismo.
    Mas o capitalismo continua a se sair muito bem e o socialismo tem sido um desastre. Nos tempos modernos, foram mais de dois séculos de prática e teoria socialistas durante os quais a preponderância da lógica e da evidência depôs contra o socialismo."
    (Stephen Hicks, em "Explicando o Pós-modernismo", pág 210)

  • Cristalino, o pior é que não vemos nenhum candidato tratar das questões mais importantes no momento: dívida pública de 4 trilhões, deficit previdenciário de 250 bilhões ao ano, deficit do governo central de 150 bilhões ao ano. A insolvência bate a porta e ninguém ouve. Abraços.

  • O discurso político da esquerda culpa o capitalismo pela desigualdade, mas não deseja ver a verdadeira e única igualdade que de fato interessa, que é a igualdade perante a Lei...

  • É o que sempre digo, o populismo (de direita ou esquerda) e as esquerdas de forma geral prosperam onde há pobreza e melhor ainda quando há uma maior desigualdade social. A pobreza, a falta de educação e de informação é o oxigênio das esquerdas. No discurso deles sempre tem que ter um personagem vilão ou um grande satã eterno, no caso do Brasil, a elite branca. O dia que todos os mortadelas virarem coxinhas classe média, as esquerdas simplesmente deixam de existir. É simples assim. Eles mantem a pobreza com "esmolas" e discursos inflamados mentirosos. Neste discurso não abrem mão da existencia de um "inimigo" imaginário poderoso que ameaça sempre os mais pobres e que é o responsável por todas as mazelas do país. Eles querem se eternizar no poder e roubam, roubam muito, muito mais que os politicos engravatados corruptos que já conhecemos.

  • Por que será que, enquanto os países capitalistas criam regras para limitar a entrada em massa de imigrantes em seus “infernos”, os países socialistas constroem muros para impedir a fuga em massa de seus “paraísos”?
    Por que será que milhares de brasileiros (e também, mexicanos, colombianos, argentinos etc.) tentam de emigrar, clandestina ou legalmente, para trabalhar os EUA, cuja legislação trabalhista não tem nenhuma das regalias que só servem para obstaculizar a criação de empregos e incentivar a economia marginal ?
    Por que será que o Capitalismo onde prevalece a economia de mercado é uma característica dos países desenvolvidos, enquanto o Estatismo é um traço comum aos países subdesenvolvidos?
    Por que será que nos EUA, onde as empresas de petróleo são privadas (onde não existe uma “PETRO-USA”), a gasolina é mais barata e de melhor qualidade do que a do Brasil?

    • Cuidado Robes,é muita verdade dita de uma só vez.Os ouvidos dos esquerdistas não estão preparados.Afinal o que você quer?Destruir o castelinho de areia dos esquerdistas?

  • otimo texto,

    pena que os esuerdista nao conseguem enxergar isso, culpam o capitalismo pelo fracasso do br quando na realidade nao existe livre mercado no brasil.

    quanto mais estado você pedir na sua vida mais a situação se agrava.

  • Olá Inundado, menos mistificações, por gentileza. Já começou pela foto que nada diz de desigualdade. É como se diz em certas regiões do pais, o que tem a ver o com as calças?
    Não ha mal nenhum no fato da arraia miúda do funcionalismo pública aposentar, o que ofende, barbaramente, são as benesses dadas à cúpula do funcionalismo. Aberrante. Como citado, só o penduricalho a título de auxílio moradia é pago líquido e leve sem tributação a quem não faz jus.
    Onde já se viu, se não entre nós, tribunal gastar dinheiro com publicidade! Pois, o TSE não vende biscoito, não vende massa de tomate, não vende gel Bozano; do contrário, quem precisa tem de compulsoriamente procurá-lo, mas lá se vão milhões com publicidade.
    Mas ai reside um dos paradoxos, a Rede Esgoto e sua legião de serviçais, vive a incensar os juízes e suas esbórnias. Então como Lula estabeleceu uma política de valorização do Salário Mínimo; mais de um terço dos trabalhadores ganham nessa faixa, o que fomenta, ai sim, a diminuição da desigualdades, ele foi acusado e, SEM PROVAS, foi conduzido por obra dos juízes ditadores à prisão. Bem pensado e bem observado vemos que é um círculo curto. A uma minoria de no máximo 20% da população é dado oportunidades e benefícios e a choldra o trabalho, o desemprego, o deboche e a discriminação.
    Grato.

    • Olá Afogado! Desejo, além de uma boa tarde, que você um dia seja um empreendedor. Que você tenha muitos funcionários e que tenha o estado como seu maior sócio. Aí sim, entederá que as pessoas empregam são as maiores geradoras de renda e precisam ser incentivadas, e não taxadas como exploradores. Sem empregador, não há emprego! Mas assim que você tiver seu negócio, vai sentir na pele.
      Sucesso e Fortuna!

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