Democracia é a p… que pariu

Dias intensos, proveitosos e dedicados exclusivamente a um sublime propósito me afastam do blog. Mas hoje tive de abrir uma exceção

Fernando Collor é aquele miserável que se elegeu presidente prometendo caçar marajás e terminou impichado acusado de corrupção. O STF, como não poderia ser diferente, cumpriu rigorosamente seu papel de garantidor da justiça e o absolveu de todas as injustas acusações, anos depois.

Fernando Collor é aquele miserável que se dizia pai dos descamisados, mas que meteu a mão grande na poupança da população brasileira. Um confisco ilegal, imoral e, como não poderia ser diferente, chancelado como constitucional pelo STF, o guardião da justiça e da moralidade. O Brasil jamais foi o mesmo após tamanho absurdo. Um Estado onde a segurança jurídica é tão real e sólida quanto urna eletrônica na Venezuela.

Fernando Collor é aquele miserável que se aproveitou da ignorância dos alagoanos e manteve-se na política como senador. Mesmo ocupando o chamado baixo clero, jamais deixou de deter certo poder e se aproveitar da máquina pública. Foi, por isso, novamente acusado de corrupção por Rodrigo Janot (ex-PGR), a quem gentilmente chamou de “filho da puta”. Usou seus indicados políticos para amealhar milhões na BR Distribuidora.

Fernando Collor é aquele miserável que gasta mais de R$ 40 mil por mês do meu dinheiro — e do seu também, leitor amigo — para manter a tal Casa da Dinda, aquele outrora antro de corrupção, onde PC Farias, o irmão Pedro e toda aquela corja conspiravam uns contra os outros, assaltavam o país, cometiam adultério e outras sórdidas práticas típicas de folhetins mexicanos. Passados quase 30 anos e o aspirador de dinheiro público se mantém à toda.

Fernando Collor é aquele miserável que usa sua verba de gabinete de senador e banca jardineiro, motorista, segurança e sei lá mais o quê. É permitido? Não, não é. Mas o que diz o Senado Federal? Que cada senador é responsável por apresentar as despesas e firmar um termo de compromisso garantindo que os serviços foram devidamente prestados. É sério isso ou mera chacota? Que tal perguntar ao Beira-mar se é traficante?

Fernando Collor é aquele miserável que, como Dilma Rousseff, criminosa fiscal também impichada, gasta mais de R$ 100 mil por mês com seguranças, carros, motoristas, etc., por ter sido presidente. Ou seja, mesmo tendo sido expulso do cargo, torra mais de R$ 1 milhão por ano do dinheiro dos trabalhadores brasileiros. Afora os R$ 40 mil já descritos acima e seu salário como senador.

Fernando Collor é aquele miserável que torra toda essa nossa grana e ainda come e dorme  às nossas custas. Ele não mora na Casa da Dinda. Ele apenas a conserva com nosso tutu. Ele mora em um apartamento funcional, obviamente também custeado pelo otários aqui. Noves fora nada, Collor nos custa R$ 2 milhões por ano. O que nos dá em troca mesmo, hein?

Mas Fernando Collor não é o único miserável do Brasil. Antes fosse, aliás. Fernando Collor é apenas o reflexo de — aí, sim! — uma casta miserável, que transforma a atividade política numa máquina eficaz de confisco, onde o pudor em meter a mão no bolso de quem trabalha é o mesmo que Lula emprega em sua própria defesa. Uma gente moralmente podre, dotada do mais puro egoísmo e eticamente miserável como os ex-presidentes (do saco roxo ou do de nove dedos).

Fernando Collor é como a tal ministra, que se autodeclarou escrava, por não poder ganhar R$ 60 mil mensais, mas apenas R$ 30 mil. E ambos não são diferentes de Aécio Neves, Lula, Dilma ou Michel Temer, esses usurpadores institucionais, punguistas democráticos, trombadinhas oficiais amparados pela Suprema Corte que representam o que há de mais fedido no ambiente político de um país subdesenvolvido e ignorante como o Brasil. Juntos constituem a moderna Corte, a moderna monarquia tirânica dos eternos burgueses do capital alheio.

Desembargadores não acham, têm certeza, que podem receber R$ 300 mil mensais. Procuradores não acham, têm certeza, que temos de pagar a escola dos seus filhos. Juízes não acham, têm certeza, que a população tem de lhes custear moradia. O Senador Zezé Perrella não acha, tem certeza, que eu sou obrigado a pagar pelas costelas que come no restaurante preferido em BH. O Vereador Catatau não acha, tem certeza, que empresário grande tem mais é de se ferrar. E Gilmar Mendes não acha, tem certeza, que tudo o que está acontecendo é normal, por um lado, e inconstitucional, por outro, desde que tudo se mantenha como está.

No final das contas, quem tem mesmo razão são a revista Veja e a Rede Globo: o grande perigo hoje no Brasil não é isso tudo aí, não. É o Jair Bolsonaro e os conservadores de direita. Então tá! Vou retornar ao meu “retiro”. Os vejo em mais alguns dias.

Até lá.

Leiam a respeito no Estado de Minas  e  Folha de São Paulo.