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Inversão de valores: o criticado é o eleitor

Caramba, ou os vereadores de BH andam sensíveis além do normal ou há carapuças servindo direitinho por aquelas bandas da Câmara

Ricardo Kertzman, o inimigo número 1 da CMBH

Sei não. Já tive medo de passar em frente à torcida do Cruzeiro — nos bons tempos em que o clássico era disputado com duas torcidas presentes — usando camisa do Galo. Mas do jeito que a coisa anda pro meu lado, tá mais perigoso eu ir ao cinema do Boulevard Shopping, ao lado da Câmara dos Vereadores. Vai que suas excelências me encontrem no caminho, hehe.

Semana passada, escrevi um post criticando duramente o Vereador Catatau da Itatiaia. Ao invés de se desculpar pelas palavras impróprias, o amigo do Zé Colmeia gravou um vídeo ainda mais impróprio, o que mereceu um outro post a respeito.

Pois bem. Hoje publiquei um texto criticando o baixíssimo nível desta atual legislatura municipal. Dei exemplos claros e aproveitei para expressar minha admiração e apreço pelos dois únicos vereadores que me chamam positivamente a atenção, a saber: Gabriel Azevedo (PHS) e Mateus Simões (NOVO). Aliás, quem vive me acusando de ser tucano não deve estar entendendo nadica de nada.

Daí, eis que me chega o seguinte comentário de um vereador; do Vereador Cláudio da Drogaria:

Acho uma tremenda covardia fazer um comentário a respeito de parlamentares, sem ao menos saber qual a graduação desses. Tão somente pelo fato de o nome deste levar um setor que o mesmo o representa. No meu caso, Cláudio da Drogaria ( FARMACÊUTICO GRADUADO PELA UNIFENAS ), represento com muito orgulho esse setor sim. Ahhh..para continuar, quanto à desqualificação de determinados parlamentares em detrimento de outros, acho que quem faz a crítica, deveria primeiro, buscar informações que possam subsidiar suas argumentações!”

Sinceramente, não sei o que passa pela cabeça desta gente. O cara se candidata a um cargo público, torna-se portanto um servidor público, pago com dinheiro DO público, e não aceita críticas deste mesmo… público! Pô, o sujeito tira o sal da minha mesa, aumenta meus impostos, não fiscaliza a Prefeitura, torra meu dinheiro com regalias como carro com motorista e não admite nem que eu reclame? Tá de sacanagem, né?

O Cláudio não gostou de eu ter criticado os apelidos usados pelas excelências. Sentiu-se ofendido, sei lá o porquê. Mas não gosto mesmo! Acho inadequado e impróprio à alguém que se pretende autoridade, à representante parlamentar de uma cidade, que em vez de usar nome e sobrenome use apelidos toscos. Não posso? Agora é proibido não gostar? Me lembro que na campanha do ano passado havia um candidato se apresentando como Beto Bin Laden, vejam vocês. O cara usava como apelido o nome de um assassino cruel, mas segundo o Cláudio, eu tenho de gostar.

Respondi educadamente ao vereador. Disse-lhe que ser ou não ser formado não o torna diferente dos demais. Disse-lhe também que considero inadequado um vereador representar apenas uma categoria e não a todos os cidadãos. E que um vereador que vota por aumento de impostos, como ele, me merece a condição ou de desinformado, ou insensível, ou cooptado pelos interesses do Executivo ou intelectualmente precário, incapaz de compreender tal medida em toda sua extensão. Isso, quando não raro, duas ou mais hipóteses simultâneas.

Que fique claro, senhores vereadores de Belo Horizonte: tudo que eu não gostar, discordar ou desejar criticar a respeito dos senhores (COMO VEREADORES!), irei fazê-lo sem o menor receio ou cerimônia. Eu não lhes pedi para se tornarem servidores públicos, pagos com o meu dinheiro, o que, dentro dos limites legais e da boa educação, me dá o pleno e total direito de criticar e cobrar à vontade.

Por fim, um conselho: o tal catatau disse que estou querendo aparecer. Pois bem. Sejam espertos! Me esqueçam, me deixem falar sozinho, não me deem a menor pelota. A cada mimimi de vocês, em tese, eu saio beneficiado e vocês prejudicados, certo? Então me ignorem, senhores. Ou comecem a mostrar algum bom serviço. Aí, quem sabe, os deixo em paz?

Bora?

Leiam também.

Ricardo Kertzman

View Comments

  • Esses vereadores são da geração sem limites, daquela que não sabe ouvir ''não'' e opiniões contrárias... essa geração que foi moldada para esculhambar a coisa de vez.

  • Sobre a lei de proibir o sal à mesa eu acho que você deveria tomar uma opinião com um cardiologista. Eu acho que esse especialista aprova a mesma. Quanto ao farmacêutico se manifestar, você criticou os nomes dando a entender que o nível dos caras é muito embaixo e aí o sujeito veio e bateu também. Votar em aumento de salários para vereadores, seja em qualquer cidade desde país é ser espertinho demais. Criticar o legislativo é sempre muito necessário porque nossos legisladores, em qualquer esfera, deixam muito a desejar.

    • Mas cabe ao legislativo determinar ou fiscalizar se eu devo ou não comer sal?

      Acho que Belo Horizonte tem outras prioridades...

  • Sabe Ricardo em GRANDE maioria das vezes você sempre tem uma opinião acertada dos fatos (assim penso).
    Quanto a Câmara Municipal você tem TODA razão. Não há fiscalização dos serviços prestados pela prefeitura ou se há é muito tímida. Veja o exemplo da situação das ruas da cidade. Os buracos começaram a abrir e a prefeitura está somente esperando chover forte para o estrago ser maior para poder gastar mais com a recuperação das vias urbanas. Claro que as empresas que prestam esse serviço serão beneficiadas.
    Na representatividade do povo, que é como deve ser, tenho uma visão um pouquinho só divergente. Veja bem, quando um candidato a qualquer cargo, apresenta sua candidatura alguém banca essa candidatura com a estrutura necessária para campanha eleitoral. Quem banca? (Ou bancava). São (Ou Eram) os empresários através de generosas “doações”. Então de quem serão os interesses defendidos nas casas legislativas? De quem banca as campanhas é claro!
    Por esse motivo penso que o fundo partidário é mais “moral”, pois, se o dinheiro é público o interesse a ser defendido deve ser o público, pois, ele o povo estará bancando as campanhas. Com uma ENORME OBSERVAÇÃO: O fundo partidário não pode ser bilionário como querem os espertões da política atual e a fiscalização do uso desses recursos deve ser austera e TOTALMENTE TRANSPARENTE.
    Por esse princípio acho que a população deverá COBRAR E CRITICAR com todo rigor que ela pode. Não que não possa hoje, mas estou tornado com esse pensamento as coisas que penso ser mais lógicas.
    Tomara que haja renovação dos quadros legislativos e executivos no nosso na nossa cidade e no nosso país. Essa mudança deve vim de quem tem o poder para fazê-la. O povo.

  • Cuidado com as aparências! Gabriel não é flor que se cheira. Criticava, defenestrava WM e por trás das cortinas são parceiros! Criticava o prefeito e tudo para inglês ver. Gabriel não é o que parece. É, na acepção da palavra, político!

  • Boa. Vereador já deveria ter deixado de existir há décadas. Modelo arcaico que só fomenta o gasto de dinheiro publico, trafico de influencias e manutenção da politica do "toma lá da cá".

    Outra(s) pergunta(s): PRA QUE TANTO DEPUTADO ESTADUAL E FEDERAL?? PRA QUE TANTO SENADOR??

  • O desemprego está aí.....
    Vejo que tem gente que está buscando recolocação no mercado... É mais fácil ser eleito despreparado para um cargo de vereador (quem tem quadrilha tem eleitor), do que estudar para defender uma profissão digna! A política dos dias atuais é um lixo! A ética passa longe dos corredores sombrios da CMBH. Precisamos de renovação e um banho de governança nestes políticos.

  • Prezado Ricardo, vale lembrar que o Gabriel Azevedo também ODEIA críticas. Basta ver o seu perfil no Facebook, onde o vereador sempre busca rebater UMA a UMA as críticas que recebe. Não importa se são críticas procedentes ou não... não cabe a políticos perderem tempo com esse tipo de coisa. Demonstram, no mínimo, algum descontrole emocional fazer isso. Políticos com ego ferido são um perigo (basta ver a nossa ex-presidente, extremamente egocêntrica ao ponto de não admitir qualquer de seus erros, por mais crassos que fossem).

  • Como são, na maioria despreparados e mal assessorados, tomam atitudes descabidas como o vereador Catatau. Estão nessa pelo salário e não por qualquer tipo de idealismo.São eleitos e aí se fizessem um bom trabalho, poderiam marcar os seus nomes na história da cidade. Mas parece que quem os acompanha, está num nível mais baixo que eles próprios. É só lembrar a votação do impedimento de Dilma como presidente...o nível dos parlamentares era sofrível. Sendo assim com deputados federais, vamos imaginar os vereadores.

  • Imaginei que você fosse de outra torcida quando metia o pau na Dilma e poupava o Aécio. Um dia eu ainda leio no UAI: "Os comentários não representam a opinião do portal; a responsabilidade é do autor".Ou pé na bunda não sei... Qualquer mulher seja Dilma não teria sozinha inteligência suficiente para a compra da pasadena. Presidente é um mero fantoche na mão de empresários. Homens são muito mais corruptos desde criança aprendem e mulher não.. Eu vejo uma massacre machista sobre a Dilma sendo que a Janaína Paschoal é incompetente e o Cunha presidiário . Nunca votei em Dilma mas a internet a agride como um cachorro louco.. dizem que o brasileiro é a praga da internet. É sabido que o governo leva os impostos para a União mas também é sabido que que repassa para os estados, municípios. E o que mais se sabe em conversas de boteco é que os vereadores e prefeitos desviam os repasses a séculos em obras superfaturadas. Esse é o artifício mais usado porque não é tão simples avaliar os gastos em obras. Em cidade do interior todos sabem disso porém sem provas e também em universidades federais e todo setor público o roubo é generalizado. Funcionários que não cumprem horário não marcam ponto e por aí vai... enfim

  • Esses apelidos são pura demagogia para dizer que representam o povo. o único compromisso desses descerebrados com o eleitorado é o recebimento do voto. Daí em diante dão uma banana prá todo eleitorado. só tem medo de perder as mordomias.

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