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Categories: blogueiros

Que saudade dos alunos e professores de verdade

Foi-se o tempo em que os professores eram mestres, e os alunos almas sedentas por conhecimento. Hoje, infelizmente, igualaram-se em tudo

Gostaram da posição opressora, alunos de Direito da UFMG? Mudem-se para o antro do Capitalismo. Lá, sala de aula é assim

Que sorte a minha! Sou de uma época em que os alunos não apanhavam mais dos professores, e ainda assim o respeito e admiração pelos mestres mantinham-se implícitos na relação. Tá certo que o Frei Guilherme ou a Dona Mara às vezes se excediam na agressividade (quem estudou no Colégio Santo Antônio, de BH, nos anos 70/80, me entenderá bem, hehe). Contudo, ao menos no meu caso, jamais deixei de lhes ter carinho. De alguma forma, sabia que era para o meu bem.

Era protocolar se levantar na chegada e na saída do professor. Me lembro disso e sinto um orgulho enorme de mim mesmo. Demonstrar respeito pelos mais velhos — mesmo que não tão velhos — e mais sábios é sinônimo de humildade, não de opressão; de respeito, não de medo; de admiração, não de revolta. Nunca me senti inferiorizado, mas sempre soube meu lugar naquela relação: o mestre ensinava e eu aprendia. Simples assim. Maravilhoso assim.

O clima em sala era sempre sóbrio, formal. A começar pelas roupas: uniforme obrigatório, sim! Nada de bermuda, chinelo de dedo e camiseta de alça. E os professores, se não se vestiam tão formalmente assim (me lembro de um, Mauro Mendes Villela, o saudoso Fichinha, que sempre trajava terno e gravata), jamais dariam uma aula usando jeans rasgado e camiseta do Che Guevara.

Quando um professor se excedia, não era o aluno quem o confrontava, muito menos em público, diante de outros alunos, mas, sim, os pais, sempre em privado, na presença do Diretor ou Coordenador da escola. Há um substantivo feminino que define bem o que se passava no ambiente escolar: Liturgia. E há outro (substantivo) que gosto muito e reflete adequadamente a relação entre alunos e professores na minha época: decoro.

Um aluno, hoje em dia, imagina-se igual ao seu professor. Também pudera! A maioria iguala-se aos próprios pais, ora. Por que raios deveriam ter, “aqueles sujeitos que eu pago os salários“, melhor sorte? E o mais triste é que grande parte dos professores igualmente não se dá o respeito, e cava a própria cova ao pregar uma relação 100% igualitária com seus alunos.

Sei que posso parecer meio monotemático, mas é fato que a culpa disso é o pensamento de esquerda, impregnado no ambiente escolar. No afã de reproduzir o mantra revolucionário francês, os vermelhos trouxeram libertinagem, no lugar de liberdade; desrespeito, no lugar de igualdade; e ainda esqueceram do mais importante: a fraternidade. Não por acaso tantos professores são agredidos — física e moralmente — por seus alunos nas salas de aula.

Fiz esta enorme digressão para comentar um caso que me chegou às mãos. É mais um daqueles episódios que nos levam às vias do desespero.:

A Faculdade de Direito da UFMG — sempre a UFMG! — funciona em um edifício histórico, no centro de Belo Horizonte. Fôssemos uma cidade/país decentes e o prédio estaria preservado, abrigando seu passado glorioso. Como somos o que somos, é apenas mais um equipamento público em decomposição acelerada, onde até a higiene é precária. Pois bem. Sigamos.

As salas possuem tablados, de onde os professores ministram suas aulas. Ocorre que estão podres e abrigam toda sorte de insetos. Diante disso, a escola decidiu remover as estruturas carcomidas pelo tempo e pelo descaso. Pois bem. Não é que isso virou tema de proselitismo esquerdopata? Sim, amigos. Como? Acreditem, mas os militontos comemoraram a retirada dos tablados como símbolo de igualdade entre alunos e professores, já que agora estarão todos “no mesmo nível”. Certos idiotas imaginavam os tablados como uma forma de inferiorizar os alunos e superiorizar os professores, que os olhavam de cima para baixo. Pode?!?

Agora os estudantes terão de se amontar nas fileiras da frente, já que será impossível enxergar o professor, lá do fundão. Ao menos aqueles interessados em estudar, já que os demais irão adorar. Poderão colar à vontade nas provas. (Quero ver é colar no emprego, na vida real, no mercado de trabalho). E os professores, coitados, que se virem. Darão aula sempre em pé. Inclusive os mestres mais velhos, muito comuns nas faculdades de Direito, pois se sentarem-se, ninguém os verão ou ouvirão adequadamente.

Eis aí, meus amigos. Mais um sintoma desta doença maldita chamada Esquerda. Como disse em post anterior, ou acabamos com essa gente ou eles acabam com o Brasil. E que se note: quando digo “acabar”, não significa matar, dizimar. Essa prática é deles! São de esquerda os grandes ditadores assassinos do mundo. Desejo acabar com o pensamento, não com quem pensa. Desejo acabar com as práticas, não com quem pratica.

É difícil? Sim, é. Acho que impossível, se querem saber. Mas faço minha parte. Me mostro como sou, como fui educado e aonde cheguei. Tudo fruto da criação que tive, diametralmente oposta ao que se pratica, em larga escala, nos dias de hoje.

Agora, basta comparar para ver quem está no caminho certo: se eu ou o militante da esquina.

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Ricardo Kertzman

View Comments

  • Parabéns Ricardo pelo belíssimo texto.
    Estudei no CSA na década de oitenta e o Frei Guilherme, com sua rigidez, foi um dos que me ensinaram matemática de verdade. Que Deus o tenha! Dona Maria, com a régua Dinorá fez história!
    Hoje sou professor na UFMG, no curso de engenharia aeroespacial, em função da base sólida do ensino básico.
    Hoje em dia, de fato, tanto no ensino público quanto no privado, especialmente no ensino básico, há uma carência enorme de bons professores, pra ser otimista na concepção pura da palavra.
    Com certeza a ideologização de uma esquerda bolivariana nos cursos de "formação" e de graduação para licenciaturas é um dos fatores de desconstrução do bom ensino.
    Grande abraço.

    • Obrigado, Guilherme! Parabéns pelo comentário e pelo que se tornou.

      Um conselho de amigo: vá para a escola de armadura amanhã. Pois se certos colegas seus lerem o que escreveu, vai levar chumbo deles, viu?

      Abração!!

      • Ricardo. Seu texto de hoje me fez lembrar da época que eu estudava no Colégio Frederico Ozanam, na década de 80. Parabéns, não tenho nada em absoluto a acrescentar o texto de hoje como diriam meus professores do Frederico é nota 10.

  • Muito bem escrito este post seu Ricardo. Faço apenas uma observação.
    Para essa turma de esquerdopatas, penso que quanto mais ignorante forem as pessoas, mais fácil manipulá-las, por isso, essa "morte" da educação brasileira.
    Abraços

  • Olá Ricardo! Confesso que fiquei saudoso deste tempo, onde o professor era venerado. Hoje em dia, minha esposa é professora na rede estadual. Não há respeito por parte do empregador, que trata o professor com nenhum respeito. Tem o "direito dos mano" que prega que o professor não pode nem mesmo colocar o mal educado ( dar educação é obrigação da família fazer, não da escola) para fora de sala de aula, dentre outros absurdos. Tem os alunos que não querem aprender e sim, somente, adquirir o diploma, sem esforço algum, com algumas raras exceções. Assim, aos cacos, às migalhas, sobrevive a educação, assim é esta nova geração, um bando de acéfalos, assim é o nosso país e não é assim que queremos que estes profissionais (mal) formados cuidem de nós num futuro não muito distante.
    Mas a pensar um pouco mais neste assunto, visualiza-se que alguém ganha, muito , com isso. Fica mais fácil de manobrar, de induzir, de enganar. Uma massa burra não pensa e assim o povo se deixa levar, afinal, pensar para quê, não é mesmo?
    Quem sabe, uma centelha divina venha se derramar sobre as cabeças destes seres humanos iluminando-os e fazendo-os querer melhorar-se, consequentemente, enfim, melhorar tudo ao seu redor.
    Talvez um dia....

  • Meu Deus! Juro que busco uma respiração profunda para ter saco de ler um texto do jornal Estado de Minas, como pode um jornal que leva ares de retratar Minas Gerais ter colunistas, blogueiros ou sei lá onde arruma tanta gente sem noção. O texto é tão lamentável que me dei o trabalho de comentar, e fiz pior, busquei outros três textos de mesmo autor para não deixar me impressionar pela péssima primeira impressão. Não obtive sucesso em querer melhorar, então, fica aqui meu último ato afinal esperar o que de um texto assinado por "nome" e amigos.
    Professores e alunos de verdade? Sério mesmo?
    Jesus!
    Ufa, tchau.

    • Caramba! O duro é que nem percebeu que aqui não é o Estado de Minas e isso não é jornal. Como é mesmo? Jesus!!!

  • Excelente texto!!
    Esse mimimi esquerdista de tudo ser preconceito, racismo, superioridade e afins cansa nossa beleza!
    A falta de respeito às autoridades tem grande peso nessa balbúrdia em que o nosso país está afundado!

  • Hitler era de esquerda? E o Pinochet? Costa e Silva, Medici, etc... Acho que voce está precisando voltar pro CSA pra aprender história!

  • Parabéns pelo texto. Parece que somos da mesma época. Época em que o respeito não excedia, era normal e os nossos pais assim nos educava e exigia. Época dos grandes e competentes professores. Disciplina era a ordem e todos a assumiam normalmente. Estou fazendo minha quarta graduação na UFMG e o tratamento que dou aos professores é a mesma de outrora, o que muitas vezes é motivo de gozações, mas, não abro a mão desta minha maneira. Novamente, PARABÉNS!

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