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A vida como ela é. Parabéns, Dona Terezinha

Populistas se alimentam dos sonhos e das tristezas alheias, prometendo um mundo que não existe, enquanto sugam o dinheiro de quem trabalha e produz

Perguntem o que elas pensam, rebeldinhos da UFMG

Recebi o comentário que segue. O reproduzo tal qual me chegou, apenas omitindo os dados pessoais. Mantenho o nome, pois a autora não me pediu sigilo. Leiam. Volto em seguida:

Bhzte, 29 de junho de 2.017

Boa noite senhor Ricardo Kerzman. Meu nome é Maria Terezinha Santos e sou doméstica a mais de 40 anos, tenho 57 e comecei bem cedo.Naquele tempo agente chegava do interior e morava nas casas dos patrões porque chegava do interior e não tinha aonde morar.Sempre fui muito bem tratada e sempre tive todas as condissões de moradia bem melhores do que tinham na minha família.Hoje graças a deus eu tenho minha casa própria mais como é muito longe do centro, é em neves eu prefiro morar na casa que trabalho.Tenho um quarto e uma pequena sala de tv maior que a minha e um banheiro e armario grande para guardar minhas coisas de uso pessoal, que nem tenho na minha casa porque divido o meu com a minha filha.Se eu voltasse pra minha casa todo dia eu vou gastar mais de duas horas para vir e para voltar e a passagem é muito cara.A filha da minha patroa que se chama Tania me mostrou sua reportagem porque ela e eu conversamos sobre isso porque uma visinha minha ta procurando emprego para dormir e é mais seguro morar em casa de familia do que em barraco alugado.Esses aluno que escreveram que somos escrvos é porque não conhecem onde trabalhamos e moramos, talvez na casa deles eles tratem as empregadas como escravas.

Muito obrigado por dizer a verdade sobre nosso trabalho, desde ja eu agradeço.

Maria Terezinha Santos, identidade xxxxxxxx telefone xxxxxxxxx email xxxxxxxxxxx@gmail.com

Pois é. Esse é o Brasil real. É aquele que ultrapassa as fronteiras do Facebook ou dos DA´s das faculdades. Um país completamente destroçado, mas ainda em pé graças às Marias e Josés da vida. Graças aos milhões de trabalhadores, distribuídos entre empresários, funcionários, profissionais liberais e prestadores de serviços. Gente que sai cedo e volta tarde para casa. Que passa os dias batalhando, por si e por suas famílias, e que ao final do mês é punido impiedosamente por uma carga tributária acachapante. Para quê? Para sustentar uma casta de privilegiados, que vive do dinheiro e do suor alheios.

Quem são? Além dos funcionários públicos (naturalmente os privilegiados, como eu disse), sindicalistas, ongueiros, bolsistas e, sim, estudantes das universidades públicas, como os bocós da UFMG, que são contra dependências para empregados nas residências em que trabalham. Me digam uma coisa: alguém já viu estudante de universidade particular brincar de luta de classes? Ou fazer greve? Não, né? Salvo raríssimos casos, todos precisam se “virar nos trinta”. Precisam se formar e trabalhar. Mais que isso: precisam valorizar o dinheiro gasto nos estudos. Não têm tempo a perder. Já os bonitinhos que não pagam nada…

São todos? Claro que não! A maioria está lá para aprender. Assim como a maioria do funcionalismo público, que trabalha muito e ganha pouco. As pessoas precisam aprender a ler e a interpretar um texto adequadamente. Tô de saco cheio de escrever que funcionários públicos privilegiados mamam nas nossas tetas e neguinho vir me dizer: “que absurdo! Eu trabalho duzentas horas por dia e ganho um salário mínimo”. Ora, então é claro que você não é alvo da crítica, e sim uma vítima daquilo que critico. “Ricardo, sou estudante da Federal e não estou lá para brincar de militante de esquerda”. Parabéns! Então me apoie, e não se sinta atacado injustamente. Se eu digo que o governo é uma merda, alguém aparece para dizer o contrário? Ora, por essa mesma lógica, deveria. Aqueles que trabalham no governo e cumprem um bom papel não estariam sendo atingidos pela minha “generalização”? Pois é. Imaginem se a cada texto, eu — ou qualquer um que escreva publicamente — tiver que ficar pontuando cada critica. Até no meio dos Pit Bulls há os dóceis e bonzinhos. Isso me obriga a aponta-los ao condenar a raça? Na boa, né?!?

A dona Terezinha é a típica empregada doméstica. Trabalha honesta e dignamente, e recebe seu salário por isso. Muito, pouco? Vamos ver: o salário mínimo atual é de quase R$ 1 mil. Apenas 37% das domésticas são formalizadas e recebem acima do mínimo, além dos demais direitos. São estas as que incluem-se no grupo que pernoita no trabalho. Pois bem. A média, dentre elas, é de R$ 1,2 mil. Para os patrões, algo como R$ 2 mil, por conta dos encargos. Alguém que limpa a casa, cozinha, lava e passa as roupas merece mais? Sem dúvida. Mas o que dizer de um médico, contratado na rede pública, cujo salário inicial é de cerca de R$ 1,5 mil?

Percebem, amigos? O Brasil, via de regra, é injusto e pune os que trabalham duro. Já o salário inicial de um Procurador beira os R$ 25 mil. E o custo anual de um estudante de universidade federal é de R$ 24 mil, ou R$ 2 mil por mês. Os bobalhões da Arquitetura da UFMG custam mais que o trabalho das domésticas. Ao invés de bancarem os “libertadores do mundo capitalista e opressor”, por que não pagam os próprios estudos? Também são as domésticas que sustentam esta idiotice toda!

Ocorre, meus caros, é que essa gente gosta mesmo é de falar muito e não produzir nada. Vive sonhando e explorando os sonhos dos outros. São marmanjos de quase 30 anos e que ainda não se formaram. São preguiçosos que se abrigam em sindicatos para não trabalhar e adquirir estabilidade. São revoltadinhos sociais, que fazem do discurso tosco o modo de vida. Neguinho que vive do dinheiro dos “ricos” e que só os critica. Aqui mesmo, no blog, tem uns dois ou três. Eles sabem quem são! Ficam com raiva de quem os empregam (e gera empregos e renda para 200 milhões de pessoas) e sustenta esta porcaria toda, mas não viveriam sem eles. São professores esquerdizados, que tentam fazer dos alunos os imbecis que se tornaram. Fracassados em tudo! Infelizes e frustrados, que depositam a culpa da própria incapacidade nos outros.

Se por um lado, felizmente, são a grande minoria, por outro, infelizmente, são os que gritam e amedrontam os políticos covardes e a gigantesca parte da imprensa. Assim, praticamente monopolizam a informação e ditam a narrativa, mantendo o país neste poço de atraso e miséria, intelectual e social.

Uma pergunta final: se eles estão certos e eu, o empresário opressor e explorador, errado, por que é que o Brasil está assim mesmo, hein?

Leiam mais, aqui.

Ricardo Kertzman

View Comments

  • Olá Inundado, se a coisa aperta um pouco mais para a moralista classe média, pessoas como Terezinha passarão a pagar aluguel pelo alojamento que utiliza e dispensarão o salário que recebem, pois, têm consciência do massacre tributário que impera no país. Não é trágico nem cômico, é inclassificável.
    Quem entra para estudar nos cursos mais concorridos das Universidades Federais, são pessoas de famílias que podem pagar as mensalidades, pois, entram porque estudaram em escolas particulares. A massa real tem de contar com o FIES e outras formas de financiamento se quiserem estudar em faculdades, muitas vezes meia boca. Anote.

  • O comunismo/socialismo só se sustenta em regimes de exceção e enquanto tem dinheiro alheio para gastar e roubar. No mais, os 'idealistas' do comunismo gostam mesmo é do poder, do dinheiro e do domínio que exercem sobre os idiotas úteis.
    Ou seja, socialismo é bom pros outros, para as 'elite' comunista o que vale são os bons costumes do capitalismo mundano como vinhos franceses, uiskis escoceses, caviar, dentre outras delícias mundanas e burguesas.
    "O comunismo é a socialização da miséria", basta ver como anda os esquerdistas do mundo inteiro. O povão na miséria, falta até comida já as 'elite' estão se fartando com alimentação importada, muito dinheiro guardado pelo mundo.
    Em tempo: Se não acham dinheiro em nome do titular, encontram-se muitos laranjas 'milionários', inclusive usando os próprios filhos como tal. Basta ver que o eminente líder da esquerda brasileira se encontra sob ajuda de custo dos filhos (dito pelo próprio ao Juiz Moro).
    Abram os olhos Brasil.

  • Quem ganhou muito dinheiro com pirâmide foi Tutancâmon. Dizem que era dono da empreiteira na época. Tinha também um jornal de papiro (baratim!) que custava $0,50 centavos. Então, um dia o PT (Partido Tutancâmon) foi pego por um esquema de desvio de água do Nilo. Deu em nada! Mas, quem entregou o esquema fez só para encher o saco!

  • Caro Blogueiro,
    Realmente não sei que razões inspiraram os alunos do curso de arquitetura da UFMG. Também não conheço Dona Maria e a casa onde mora com seus patrões. Deve realmente ser boa e devem existir muitos exemplos como o de Dona Maria e o de sua patroa.
    Por outro lado é inegável que ao longo da história brasileira, após a libertação dos escravos em 1888, tornou-se prática comum nas famílias urbanas, o "oferecimento" de oportunidades para meninas pobres do interior, afrodescendentes ou não, que buscavam oportunidades de vida na cidade.
    Sem salários, sem limites de jornada, vivendo no fundo das casas e posteriormente nas dependências de empregada dos edifícios. Não raro, também serviam para iniciar sexualmente os filhos dos patrões.
    Caso não saiba, até muito recentemente, as empregadas domésticas não tinham sequer os mesmos direitos dos demais trabalhadores: jornada, FGTS, etc.
    Acho exagerada a posição dos alunos da UFMG. Também é um exagero achar que a maioria dos empregadores domésticos tratam suas (seus) empregados como a patroa de Dona Maria.

    • Caro Marcelo, isso é verdade, mas infelizmente tem pessoas que não tem caráter, não tem respeito e amor ao próximo. Estes que tratam mal os seus funcionários, terão o troco natural do universo e das leis divinas. Bem aventurado aquele que trata bem os seus funcionários, principalmente quando estes moram em suas residências, fazendo com que estes inclusive cumpram horário correto de trabalho, sem exageros.

  • Ola. Boa noite. O problema e que esses esquerdinhas de ufmg so sabem gritar e usar droguinhas. Hj o uai noticiou q o departamento de arquitetura vai rever a materia. Bando de idiotas. Professores mediocres. Estamos em guerra. Vide venezuela. Temos q nos unir mais e confrontar essa turma. O brasileiro e majoritariamente conservador. Trabalhador. Odeiam mst e sindicato afim. Manda essa turma ir na favela e pregar isso. Seriam linchados. As donas marias e seus zes so querem trabalhar e pagar as contas. O problema e q a imprensa e nefasta. Tem jornalista q fala q psdb e partido de direita. So por ai tamos danado. Todos sao de esquerda e afundaram moral e estruturalmente nosso pais. Um abraço

  • O trabalho deles é repetir, com muito consciência crítica, as idiotices do Nine Fingers e companheiros; muitos nem se dão conta que estão a serviço do PT; eis aí uma relação de servidão voluntária. É escravidão?

  • Aqui vai um comentário de alguém de Esquerda.

    Resolvi sair da bolha que envolve o Fantástico Mundo do Todo Mundo Concorda Comigo e passei a seguir seu blog. Pela primeira vez, não arredo uma vírgula do que você falou.
    Sigo acompanhando.

    Abraços.

  • Parabéns pelo texto. Convido esses estudantes que se negaram a fazer o projeto "opressor", que saiam de suas redomas de cristal e venham conhecer a realidade

  • Facil de resolver esse dilema, vamos criar a universiade justa, 5 anos de estudo em faculdades publicas por 5 anos de trabalhos pagos a preco de mercado, para o governo( POVO ) que finaciou os estudos dos grandes socialistas estudantes das universidades federais.
    Ai sim teriamos igualdade social.

  • Vamos lá revolucionários, apareçam pra dizer que a moça está errada. Que ela tem que se sacrificar pela seu ideologia no de merda.
    Apresentem soluções que já existem, modelos.
    O nome da disciplina era tosco sim, mas escolher ingressar nela e vir com esse Papinho no final de semestre é fugir do estudo e querer pagar de bonzinho.

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