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Onde está a saída

O Brasil possui “apenas” dois problemas.  Por que as aspas? Bem, porque apesar de apenas dois, são gigantescos, talvez intransponíveis.

Torcedores em festa na Copa do Mundo: Pão e circo

Pois bem, e quais são?

Corrupção: Este talvez seja menos danoso e nefasto que o próximo. A corrupção possui basicamente uma causa, que se divide em duas: falta de controle e impunidade. Eliminando-se estas fontes de combustível, a corrupção acaba. Audite-se, externa e permanentemente, todos os processos licitatórios e pronto. Os problemas praticamente terminam. Ao menos os grandes.

Meta-se na cadeia os corrompidos e corruptores e os problemas, repito, acabam. Simples assim e complicado assim. O sistema é gerido pelo “núcleo duro” dos Três Poderes e, obviamente, ninguém por lá tem o menor interesse em modificar a estrutura carcomida. Aí reside a dificuldade. Aí reside a possível intransponibilidade que mencionei acima. Essa gente não brinca em serviço.

Tamanho do Estado: Aí, sim! Esse é o nosso câncer, a nossa besta, a nossa lepra. Construímos um país onde o Estado é onipresente. Deixamos na mãos da burocracia estatal toda e qualquer espécie de regulação e regulamentação possíveis. Permitimos que a estrutura nos intime (e nos intimide), nos achaque, nos prenda, nos condene, nos perdoe, enfim, nada escapa aos tentáculos estatais.

Deixamos que o Sistema impere inclusive dentro das nossas próprias casas. As leis escolhem o que podemos assistir na TV, a quantidade de sal que podemos comer, o tipo de criação que damos aos nossos filhos, a hora e o local em que mães amamentam. Os governos e suas gigantescas estruturas ineficientes, caras, corruptas, penduricalhos de apadrinhados, cabides de emprego de toda sorte e remuneração, antro de benefícios e privilégios espúrios e custeados pela desgraça e miséria populares, apropriam-se de tudo e de todos engordando os bolsos de seus dirigentes, transformando as tragédias diárias da vida das famílias brasileiras em alegria e deleite dos apaniguados.

A população, via de regra, é ignorante, agressiva, violenta, grosseira e mal educada, sim. É também leniente, permissiva, relapsa, desinteressada e bovina. Mas tudo é puro reflexo da estrutura estatal que não provém nada e que não permite que a iniciativa privada se desenvolva, gere empregos e renda adequados ao custeio próprio e particular dos trabalhadores e seus dependentes. O Estado gigante, pesado e obsoleto ocupa-se em não prestar saúde, educação, segurança, infraestrutura e saneamento básico, ao mesmo tempo em que trabalha em desfavor de quem heroicamente quer produzir e fornecer tudo isso. Ou seja, não provém por um lado, e impede que os cidadãos consigam, por si próprios, por outro.

Impostos, leis, alvarás, licenças, regras, legislação trabalhista, tudo conspira contra o empresariado e inibe o surgimento de novos empreendedores. Ato contínuo, menos oferta de empregos e menores salários. Consequência imediata: o caos sócio-econômico atual. Consequências futuras: fuga maciça de capital, inclusive o humano (o mais importante de todos, aliás), atraso tecnológico, pobreza, violência, etc, etc, etc.

Enquanto os brasileiros adorarem um “bras” para chamarem de seu (Petrobras, Eletrobras, BB, Caixa…), enquanto elegerem ídolos messiânicos, populistas e corruptos (Lula, Maluf, Sarney, Renan…), enquanto derem mais importância ao churrasco de domingo que a uma manifestação de rua, enquanto preferirem o Big Brother à TV Câmara (poderia ser Justiça ou Senado), enquanto não tiverem saco para a política, enquanto preocuparem-se apenas e tão somente com o próprio nariz esqueçam, meus amigos e amigas de blog. Nós viveremos o atual estado de coisas indeterminada e infinitamente.

“Ah, Ricardo, então os problemas são três?”

Pensando bem… sim; são. E não é que ficou ainda pior?

Leiam mais, aqui.

Ricardo Kertzman

View Comments

  • Nobre Ricardo, concordo em partes. Vamos lá. Pode até ser que os problemas do Brasil sejam somente dois, ou talvez três, mas as consequências destes fazem uma lista interminável de danos sociais que cada dia vão piorando, que não deixam de ser problemas também, numa escala classificatória, talvez secundários, seguindo sua explanação. Sob minha ótica, o pior problema que poderíamos ter, é a grande massa desgostar de política e a turma desgostou. Vão para a urna fazer algo tão importante para a vida de todos nós, como se fossem na latrina aliviar a necessidade corporal. Despejam suas frustrações, fracassos na urna, irresponsavelmente, inconsequentemente, sem se preocupar diante daquilo que foi sua opção e também sem se lembrar que, o que virá pela frente, atos de seus votados, constituirão fator determinante para suas vidas, para a vida de todos nós, por no mínimo 4 anos seguintes. Quando apertam a tecla "Confirma". Que ironia, né? Quer dizer; pensou bem? Escolheu bem? Está certo que esse é o melhor? Neste momento, um dos mais importantes, acredito eu, vale a festa. Paro sempre para conversar com uns e outros nestes dias eletivos, ouço da grande maioria como resposta, não queria estar aqui naquele momento, enfrentando a maldita fila, num domingo e completam divagando sobre o churrasco, sobre a cerveja, sobre o que irão fazer até o fim do ano, menos reflexivamente sobre o ato que acabaram de realizar, sobre as melhores expectativas, sobre de quais reuniões irão participar para cobrar dos seus eleitos, enfim, sobre como farão para auxiliar a comunidade se desenvolver. Como já dito anteriormente, temos, nós brasileiros, a péssima mania de deixar nossos problemas para alguém resolver. Diante disto, pergunto também, quem aqui frequenta a Câmara Municipal de sua cidade para participar das discussões abertas? Quem vai na Assembléia legislativa, verificar o que seu Deputado eleito está fazendo? Isso são coisas simples, pois a Câmara Municipal, todo município tem. Não é algo impossível de se realizar. Diante de mais este grave problema, alguém aqui aponta alguma outra solução?

  • Parabéns Ricardo pela lucidez de suas idéias. Você é um oásis neste deserto desta imprensa nacional e mundial infestada de esquerdopatas , salafrários, incompetentes e cegos que não enxergam a triste realidade a que fomos jogados nestes últimos 30 e poucos anos de esquerdismo e populismo.

  • Olá Distinto, ao meu ver são muitos os problemas, entretanto dois deles me parecem mais determinantes a impedirem o progresso e melhoria da vida do povo.
    O mais donoso é a concentração de riqueza em mãos de pouquíssimas pessoas. Essa concentração é malévola no aspecto subjetivo e no aspecto geográfico. Quantos brasileiros saem lá dos cantões para fazer compra na Rua 25 Março? Um mecanismo de mais concentração de riqueza!
    O outro entrave são as taxas de juros praticadas aqui. Elas inviabilizam, não diria nem o investimento, mas a atuação produtiva em si mesma. Os rentistas vivem parasitariamente enquanto o país se desindustrializa e não ha comércio, serviços e atividade no campo que se tornem interessantes para quem tem a iniciativa e que poderia gerar empregos e dar sequencia no ciclo virtuoso.
    Porque raios os juros são superiores a 13% no Brasil enquanto no segundo colocado, a Turquia é menor que 3%? Quem se habilitar a pendurar o gizo no pescoço do gato?
    Sorte, Saúde e Sabedoria.

    • Cidrinha... Você é cansativo. A mesma baboseira repetida desde a fundação desse maldito partido, O PT. Ninguém aguenta isso mais. O Luladrão perguntou a um especialista em segurança pública qual era a melhor saída para reduzir a criminalidade. Sem pestanejar, o especialista respondeu que era melhorar a educação fundamental até o ensino médio. O gênio analfabeto respondeu que demoraria muito. O especialista confirmou que sim. Doze anos mais ou menos. Segundo o lesado era tempo demais. Isso foi em 2003. Se a educação fosse levada a séria, por todos os governos, não só os mortadelas, hoje não veríamos cenas grotescas como as do querido Espírito Santo. Esse maldito partido jurou melhorar a educação: Pátria Educadora. Lembram desse slogan palerma? Fizeram nada. Só torraram zilhões, sem resultado. Se a educação fundamental melhorasse, a concentração de renda reduziria vertiginosamente. Foi assim em vários países com culturas bem distintas. Funcionaria aqui também. E, finalmente ficaríamos livres dessa maldita ladainha da esquerda. As "bolsas" não existiriam. O acesso às faculdades federais seria irrestrito, assim como é na Argentina. Acabaria com a massa de manobra que se sentiram beneficiadas pelas cotas. Entendeu????

      • Kadu, é claro que o Cidrinha não entendeu. Nunca entenderá. Veja um trecho do comentário dele: "O mais donoso é a concentração de riqueza em mãos de pouquíssimas pessoas. "
        Ora, DONOSO é algo primoroso, bonito.
        Então, ao mesmo tempo ele diz que a concentração de renda é donosa e malévola.
        E você ainda espera que ele entenda o que você disse?
        Nem desenhando.

      • Olá Kadu, afora a falta de educação e de respeito em não mencionar o meu nome se valendo de uma palavra feminina - o que denotaria uma reserva ou desvalor às mulheres, coisa que os psicólogos podem lhe socorrer, você pode manter descansado quanto ao que eu escrevo, bastanto para tanto não ler. Não se angustie com coisas de somenos. Ha tantas coisas graves que têm de ser suportadas nesses dia a dia. Estás se perdendo com algo tão diminuto!
        Se o problema do Brasil pode ser resolvido com medidas na educação que durariam doze anos porque será que ainda não foi feito? São quase duzentos anos de indenpendência, ao menos formalmente. Será se para implementar tais medidas não teria de contrariar interesses perversos e poderosos? Seria uma simples deliberação e vapt vupt? Num tá simples demais essa equação? Se o acesso as universidades na Argentina é irrestrito significa dizer que se todas as pessoas daquele país quiser cursar a universidade de pra tod omundo?
        Pelo que compreendi de sua idéia seria muito simples resolver problema ultra complexo. Grato.

        • 2. El ingreso a la UBA es irrestricto y sin examen de ingreso.
          http://www.uba.ar/archivos_generales/ingresantesUBA.pdf
          Se não souber espanhol e não sabe usar o google tradutor, eu traduzo pra você. Vou me mudar para lá em março.
          Sobre as universidades na Argentina, é verdade porque eu tenho amigos que estudam lá. É lei.
          Vá estudar, antes de dar pitaco sem noção. 12 anos são vapt vupt??? Ficou louco??? A Coréia do Sul resolveu seus problemas em apenas uma geração. Não há nada de desapreço pelas mulheres. Vocês distorcem tudo. Foi só um brincadeira que carinhosamente fazemos com você, querida opositora. Hahahaha. Acostumados a tratar a todos como vassalos, não suportam uma zoeira. Vocês tratam bandidos como heróis, então a reação exagerada não é novidade nenhuma, CIDRINHAAAAAAAAAAAA.

  • São dois problemas que infelizmente se relacionam entre si. Com um Estado gigantesco e com controle amplo, a arrecadação também é imensa e isso amamenta a corrupção todos os dias.

  • Porque os juros são altos. Eu também gostaria de saber o porquê. Será que eles são altos para que os governos possam se financiar, visto que são enormes e improdutivos e gastadores ? Eu não sei as causas reais da inflação, mas me parece que os juros altos ajudam a derrubá-la. Houve uma época que os juros não eram tão altos, mas havia a correção monetária, que era os "juros" somados aos juros contratados: 5% ao ano + correção monetária. Sim, seria uma maravilha se os juros fossem de 1% ao mês. Alguém se lembra dos primeiros meses do plano cruzado? Eu tomei empréstimo no Bemge a 1% ao mês, porque foi estipulado este como o limite de juros (por lei). O Plano cruzado começou dia 28/02/1986 e acabou um dia depois das eleições. Quem vai emprestar dinheiro ao governo por 12% ao ano se a inflação for de 15% ? Não existe esta possibilidade. O caminho da queda de juros passa pela diminuição dos gastos do Estado, para que ele não precise pegar emprestado. Aí a taxa de juros vai para 0,5% ao ano. Quanto à concentração de renda causada pelo capitalismo, reconheço que é um mal. Mas as experiências socialistas, além de não resolver isto, empobreceram as nações que se aventuraram.

  • O Brasil tem menos servidores públicos por cidadão que a média dos países desenvolvidos (OCDE).
    Inlcusive, os países nórdicos, com IDHs superiores aos dos EUA, por exemplo, tem mais que o dobro de servidores públicos por cidadão.
    Logo, o tamanho do Estado não é um problema...

    • Olá Fred, é falaciosa a desculpa de imputar a culpa ao Estado pela ineficiência. Veja que a Noruega é um país rico, democrático e organizado, um dos tops em conquistas sociais e lá a principal riqueza - o petróleo - é explorada pelo Estado. A diferença é que o aparato estatal é utilizado em servira coletividade e ha mecanismos de transparência enquanto que entre nós vigora o autoritarismo, o paternalismo e o patrimonialismo, ou seja, no Brasil muita coisa pública e mesmo muitas das pessoas que estariam a serviço do Estado estão, em verdade, a serviço de grupos que detém o poder. Grato.

      • E quando a Petrobrás esteve sob o domínio do lulinha paz e amor + a criminosa imputada por ele, a exploração e comercialização do Petróleo passou a ser prioritariamente o ParTidarismoe a quadrilha de petistas.
        Ou não?

  • Nem um nem outro... O maior de todos na minha opinião é a cultura do brasileiro (eu diria, o PIOR do Brasil é o brasileiro). Os outros problemas são consequência desse problema maior. Veja bem a crise de segurança por que passa o ES hoje. Hoje li um texto em uma rede social que exemplifica muito bem o que estou falando (acho que do Sérgio Oliveira). Com todos os saques em lojas e supermercados dos últimos dias, a ausência da polícia escancarou a realidade do caos ético e moral do país. Quando a polícia se torna a regra de conduta das pessoas, percebe-se a falta de consciência ética e moral. Retira-se a polícia e as pessoas perdem completamente a noção do ético e do moral. Então, se precisamos de polícia para sermos honestos, termos civilidade e respeitar o espaço/coisa do outro, como podemos colocar a culpa somente nas instituições e nos políticos? Eles nada mais são do que a consequência do tipo de povo que existe no país.

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