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Quando um filho torna-se pai…

“Ricardo, o que você está ganhando com este negócio de blog”?, é uma pergunta que me fazem a todo instante. Bem, confesso que financeiramente nada. Até porque não me foi prometido isto nem jamais foi meu objetivo. O meu pagamento vem através dos comentários carinhosos que recebo diariamente de tantos de vocês. Os raivosos? Também, ué! Me dão a oportunidade de exercitar o bom debate.

Mas tenho de lhes confessar um outro ganho, secundário, admito, mas que me vale muito também: a possibilidade de me fazer ouvir. E isto, para um sujeito que não cabe em si, como eu, é um pagamento inestimável. Benny Cohen (quem me convidou para o UAI), te devo eternamente o convite! Pois bem.

Estou com 49 anos e sou pai de uma figurinha encantadora, de 10 anos, chamada Sophia. Tenho também a benção de ainda ter os pais vivos. Avós, infelizmente, já não tenho faz anos. Minha mãe está com 77 e recentemente veio morar comigo. Hoje me pego realizado! Tenho ao meu lado as três pessoas (três mulheres) mais importantes da minha vida. Não há como eu não me sentir especialmente abençoado. E mais: não há como não sentir-me duplamente pai. Daí, ato contínuo, me sinto duplamente abençoado, entendem?

Cuidar, proteger e conviver com os entes amados é o que dá sentido à vida, é o que nos torna diferentes em relação aos demais seres vivos. Nosso caso de amor com os pais e filhos não cessa nunca, não se desfaz nunca e jamais cansamos disto. Dá trabalho? Dá, claro! Às vezes cansa? Ôpa, se cansa. Ficamos irritados de vez em quando? Sim, ficamos. Brigamos? Muito! Mas são estes os sentimentos que nos unem a quem amamos. Aqueles que desprezamos ou a quem somos indiferentes não nos dizem nada. Logo, também não sentimos nada. Quem briga, ama! Quem ama, cuida!

Neste dia dos pais posso dizer que comemoro duplamente. E posso dizer que sou o sujeito mais realizado e satisfeito do mundo por esta oportunidade. Retribuir àquela que me trouxe ao mundo, que me criou, educou e me encaminhou para me tornar quem sou, todo zelo, cuidado e carinho que sempre me dedicou é um presente (mais um!) que Deus me deu. E poder (ao menos tentar) fazer o mesmo por esta criaturinha adorável chamada Sophia, já não é um presente. É uma dádiva! A minha verdadeira razão de existir! A minha verdadeira razão de ser! E Para isto não há agradecimento possível que baste.

Em tempo: Parabéns ao meu pai e à todos os outros papais do mundo. Vocês são demais!

Ricardo Kertzman

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