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Uruguaios: de idolatrados a odiados

Na história do Galo, alguns uruguaios marcaram época e criaram a mística de uma perfeita combinação dessa associação. Foram seis treinadores e alguns jogadores até que, neste 2016, um treinador e um árbitro desconstruíram essa empatia entre as cores atleticanas e os nativos do país vizinho.

Ricardo Diez, treinador; Cincunegui, jogador; e Oliveira, jogador e treinador, foram os ápices dessa relação. Já Diego Aguirre e o árbitro Andrés Cunha, responsáveis pela eliminação do time na Copa Libertadores deste ano, acabaram com a relação afetiva entre Galo e o Uruguai.

Nos anos 50, Diez comandou o Galo em três ocasiões, sendo o quinto treinador com mais partidas à frente do time. Foram 168 jogos sob o seu comando.  Era o treinador naquela vitoriosa excursão à Europa, quando o Atlético conquistou o título – ainda que simbólico – de Campeão do Gelo. Foi com ele que o Galo obteve duas das conquistas de pentacampeonato. Nascido em 1900, em Rivera, faleceu em 1971 morando em Belo Horizonte.

Já Hector Carlos Cincunegui de Los Santos, nascido em Montevidéu, no ano de 1940, jogou no Galo entre os anos de 1968 e 1973. Lateral esquerdo, tinha como principal característica uma extraordinária disciplina tática – aliada à virilidade e ao vigor dos pampas – impondo respeito aos atacantes adversários que tentassem fazer firula pelo seu lado de campo. De volta ao Uruguai, Cincunegui, ainda que muito debilitado, interage com amigos de Belo Horizonte e acompanha tudo a respeito do time que se tornou do seu coração.

Depois, foi a vez de o zagueiro Oliveira marcar época no Galo. Também nascido em Montevidéu, em 1953, veio para o Galo adquirido do Peñarol. Foram suas duas únicas equipes ao longo de sua carreira. Fez 72 partidas pelo Galo e marcou oito gols. Seu estilo de “xerifão” valeu-lhe a faixa de capitão. Encerrou precocemente sua carreira, aos 32 anos, com problemas lombares. Ao final de sua trajetória como jogador, abraçou a condição de treinador. Foi também ídolo da massa.

Outros passaram pelo Galo, mas sem tanto sucesso, inclusive o goleiro Mazurkiewicz, considerado o melhor do mundo na Copa de 70, no México. Aqui, não repetiu o sucesso e acabou provocando a saída de Renato, campeão brasileiro e um dos grandes responsáveis pelo título de 1971. Outros quatro treinadores uruguaios também dirigiram o Galo. Eugênio Marinetti (1928-1931), Félix Magno (1946-1948), Dario Pereyra (1999) e o incauto Diego Aguirre, até recentemente.

Foi ele, Aguirre, o grande responsável pelo momento que estamos vivendo atualmente. Além de entregar o Campeonato Mineiro ao fraquíssimo América, com seu rodízio, sua comissão técnica – especialmente de preparação física – deixou um legado de contusões nunca ocorrido no passado. Quase dez jogadores no Departamento Médico têm grande responsabilidade sobre o fraco desempenho da equipe neste início de Campeonato Brasileiro.

Ao seu trabalho à frente do Galo pode ser atribuída também a eliminação nas quartas de final da Libertadores da América. Ao barrar inexplicavelmente alguns jogadores, como no caso do Cazares, acabou prejudicando nosso desempenho frente ao São Paulo na primeira partida.

Fotos: UAI/Superesportes

Seu conterrâneo, Andrés Cunha, responsável pelo apito no jogo decisivo em Belo Horizonte, foi outro uruguaio carrasco na vida Atleticana. Depois que um venezuelano, pressionado pelo presidente do São Paulo na primeira partida, distribuir cartões quase que até para a copeira do Galo, coube a Andrés completar o “serviço” aqui em Belo Horizonte. O tendencioso juiz daquela partida deixou de marcar nada mais que duas penalidades a favor do Galo, entre outras “borradas” durante o jogo.

Terminou, assim, com Aguirre e Andrés, a relação de amor com os uruguaios, que – no meu caso – passa a ser de ódio.

 

Blogueiro

View Comments

  • Amigo Dudu, concordo plenamente com sua sábia crônica.
    O grande problema é que não podemos mais, falar de juiz. Entra ano, sai ano, e a culpa é do juiz. O Galão da massa, tem que mostrar serviço, e esse presidente de araque, tem que contratar pra ontem, por que amanhã já é tarde demais.
    Um grande abraço, Bica Eles Bicudo. Aqui é Galo Porra!!!!!!
    Volta Kalil!!!!!!!!!

  • Bom dia, grande Atleticano blogueiro
    Preciso corrigir depressa sua colocação: nosso grande ídolo Hector Carlos Cincunegui de Los Santos, nascido em 1940 em Montevidéu, no Uruguai, ainda vive, com as Bênçãos de Deus, se encontrando apenas um tanto debilitado... Esteve recentemente aqui no Brasil, em BH especialmente, li sobre sua visita ao emblemático Bar do Salomão. Se encontra vivo ainda...
    Um grande ídolo de minha (nossa) geração, para mim, ainda adolescente, ele e Vaguinho foram os maiores expoentes da garra Atleticana aliada à técnica...
    Quanto a considerar o Uruguai, que tantos valores nos produziu, destituído do nosso amor e respeito pela ação equivocada de UM único elemento (que árbitro não conta), do meu lugar creio que é dar ao Aguirre uma importância que ele não tem...
    Saudações!

  • Tudo bem Eduardo. O juizinho vacilou. Mas na minha opinião perdemos para nós mesmos. Mudando de assunto: e nossa diretoria que continua inerte. Não contrata ninguém! E esse Felipe Macedo? Piada! Estou começando a achar que o Nepomuceno se perdeu! Se perder do Sport a coisa complica ein....

  • Salve grande Dudu ! Então, como disse Alexis Tocqueville : 'A história é uma galeria de quadros onde há poucos originais e muitas cópias .' SAN
    PS: Hoje fazem 4 anos que um dentuço bom de bola prá kcte ancorou nas montanhas de Minas,mais precisamente na Cidade do GALO . Veio,viu e venceu . Valeu Dinho , gratidão eterna. AQUI É GALO PO**A !!!!!!!

  • Se me permite Eduardo, na minha lista de uruguaios "odiados" adiciono o então "preparador físico" Jorge Fernando Piñatares. Ao lado de Aguirre foi o grande responsável por não conseguir fazer com que os jogadores mantivessem o mesmo nível físico no segundo tempo das partidas e por deixar um DM completamente lotado. Foi tamanha a incompetência dele que, mesmo com o tão questionado rodízio de Aguirre - em que a mesma escalação nunca era repetida na partida seguinte, ao contrário disso, eram praticamente 10 ou 11 jogadores diferentes por jogo - temos mais de um time lesionado. Ora, se uma das desculpas para utilizar o rodízio é descansar o time titular para evitar lesões e desgastes físicos, um DM extremamente lotado logo no início do Brasileirão só tem um motivo: preparação física medíocre! Vale lembrar que, salve engano, as lesões ao longo desse ano foram em sua maioria musculares.

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