A disposição para falar do Galo – suas histórias e conquistas – revigora dona Ita Maia Ferreira de Souza, carinhosamente chamada de Vó Lula, faltando apenas quatro meses para comemorar o seu centenário. Com exatos 99 anos e oito meses, nascida num distante 10 de janeiro, ela recebeu o blog em sua residência no Santa Tereza. Acompanhada de filhos, da filha, da nora Marly, de uma irmã – a “caçula” Lúcia de 83 anos – e de um de seus netos, ela relembra com alegria façanhas e peripécias em jogos do Galo.
Contou que em uma dessas ocasiões, ia aos jogos de fusquinha e com o filho Ronaldo balançando a bandeira pela janela do carro. Entre os passageiros, algumas primas de Pedro Leopoldo, e alguém entre seus caroneiros deu uma bandeirada em torcedor adversário. A polícia interviu e, por pouco, seu carro fora apreendido. Quem apareceu e salvou dona Lula foi o comentarista Osvaldo Faria, que convenceu aos militares em liberar a Atleticana.
Sobre o time, ela com invejável memória, relembra jogadores desde Nívio, passando por Dario, a dupla de atacantes Reinaldo e Marcelo, até chegar a Bernard, que ela – carinhosamente – chama de Bebeto. Do time atual, dois jogadores são ídolos da jovial senhora: Victor (goleiro das penalidades) e Luan (de quem está para receber nos próximos dias uma camisa). Quando falou sobre Reinaldo, repetiu o refrão da Massa: “Rei, Rei, Rei, Reinaldo é nosso Rei”!
Entre os momentos de comemoração, ela imediatamente destaca a Copa Libertadores e afirma que são vários títulos que já festejou. A Atleticanidade vem de sua mãe, sendo que o marido não tinha muito afeto a futebol. Em compensação, comemora que seus treze bisnetos – tinha de ser 13 – são todos Atleticanos. Ela teve cinco filhos e ainda oito netos. Um de seus bisnetos, neto de sua filha Maggie, com apenas 15 anos, atua no Benfica de Portugal. O desafio do blogueiro à bisavó é de repatriar o neto para o Galo.
Por meio de ação da Atleticana Rejane Maia Simão (uma das grandes entusiastas do Centro de Memória do Atlético – CAM), ela visitou a Cidade do Galo por ocasião da Copa Libertadores. Recebeu e deu autógrafos, como na foto com o goleiro Victor, cedida pelo filho Marcelo. Sobre o Bebeto (Bernard, no caso) ela dá detalhes da transferência do jogador para o Shakhtar. E arremata dizendo que o governo tomou a mala do dinheiro de sua venda nas mãos do Kalil. “Agora, ele virou prefeito e foi lá buscar o dinheiro do Galo”, diverte-se (veja no vídeo ao final do texto).
Fã do ex-presidente do Galo, ela fala com desenvoltura sobre a festa na Praça Sete, quando o Galo conquistou a Copa Libertadores, em que os jogadores chegaram em um caminhão. Seu neto, Gustavo, registrou o protesto dele e dos primos, que tiveram uma foto deles com a avó preterida na sala para dar lugar a um porta retrato dela com Bernard. Ela apoia a construção do estádio e deixa no ar se irá conhecer a nova Arena ou não, pois atualmente prefere ver as partidas pela televisão.
Em meio às conversas e deleite Atleticano, ela – emocionada – conta de um de seus filhos já falecido. Marcos, quando tinha apenas 11 anos, perdeu as duas pernas em um acidente no viaduto Santa Tereza, voltando da escola. Numa luta e força de superação, ele se valeu de pernas mecânicas, depois atuando – como goleiro – nas peladas de rua em frente à casa onde residiam. Depois, aprovado em primeiro lugar no vestibular de Engenharia Civil – com apenas 16 anos -, foi ainda o destaque da turma e recebeu medalha na formatura. Destacou que por ocasião do acidente, em 1951, os jogadores do Galo saíam dos treinos e visitavam o menino, que recebeu a camisa número 11 de presente, usada pelo Nívio.
A casa de dona Lula é uma entre milhares de centenas de lares onde o Galo predomina na família. Sua simpatia e hospitalidade traduzem o jeito Atleticano de ser. Não tem comparação!
Vacinado e descrente da mídia do eixo, já disse e repeti – contestado por quem…
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Eduardo, bom dia. Considero admiráveis tanto a lucidez e paixão de vó Lula pelo Galo quanto sua gentileza em entrevistar e competência em organizar os dados. Que o Galo possa brilhar para alegrar a todos nós e à vó Lula. Abraço,
Marly Sorel
Não sou uma torcedora padrão, apesar de meu amor pelo galo. Então, vendo o jogo de ontem do time de lá, fica aquela ponta de decepção e uma certeza: precisamos de mais títulos (sim!). E é o estádio quem vai ajudar. E que me perdoem os discordantes.
Fica HE-Man e Leo Silva.
Enquanto a RRRRobinho...TCHAU BRIGAAADU!!!!
Prezados Eduardo e seguidores do blog, o artigo de minha autoria que a Folha de S. Paulo publicou no último domingo (disponível em http://tools.folha.com.br/print?site=emcimadahora&url=http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2017/09/1915275-o-fetiche-do-estadio-proprio.shtml), que divulguei aqui e outros divulgaram em vários outros meios, gerou bastante debate, o que é positivo. Mas creio que alguns aspectos foram mal compreendidos. Em grande parte, o motivo é que o artigo precisava ser curto (exigência da Folha), então não foi possível aprofundar os pontos, apenas destacar os mais importantes.
Aproveito então este valioso espaço, frequentado por atleticanos que se interessam apenas pelo bem do clube, para fazer alguns esclarecimentos:
1. Meu principal argumento é de que os 250 milhões seriam melhor aplicados no time de futebol que em estádio. Obviamente, não se trata de pegar o dinheiro e sair gastando de forma impensada, e de uma vez só. Mas argumentar, como vários fizeram, que gastar dinheiro com time “é bobagem” não me parece razoável. Essa discussão parece-me quase frívola. Olhemos para quem ganha títulos, no Brasil e no mundo: são os times do interior de Minas ou aqueles que possuem times mais caros? São os times baratos do Galo de meados da década passada, ou aqueles muito mais caros desta década? É obvio que um time com 10 Messis não ‘garante’ título; mas com certeza aumenta em muito a probabilidade de que isso ocorra. Se pudermos, nos próximos anos, contratar um “Tardelli” por ano, qual seria o impacto disso na probabilidade de ganharmos títulos importantes? O time de 2013 contou com investimento ousado do Kalil. Haveria Libertadores sem o alto investimento em são Victor, Réver, Tardelli, Jô, Ronaldinho e cia.? Nem sempre dá certo, claro, mas mais ótimos jogadores aumentam em muito a chance de sucesso. E lembremo-nos que títulos, além do nosso objetivo como torcedores, também são excelentes investimentos: é o que atrai sócio-torcedor, patrocínios, público (em qualquer estádio), camisas vendidas, melhores acordos com a televisão, etc.
2. Também não discuti no artigo se vale a pena vender ou não meio shopping por 250 milhões. O motivo é que, para tal análise, seria necessário ter acesso ao balanço financeiro do shopping, o que não tenho. Então simplesmente assumi que o presidente estaria fazendo o melhor negócio possível. Talvez não seja o caso, mas não posso questionar o que não posso provar.
3. De qualquer forma, a forma pela qual foi noticiada pelo presidente o processo de negociação e o valor não me agradaram. Veiculou-se oficialmente para os conselheiros, assim como para a imprensa, que o presidente “arrancou” da Multiplan os 250 milhões, como se a mesma estivesse sendo ludibriada, porque shopping seria “um negócio do passado”. Ora, convenhamos que uma empresa especializada em administração de shoppings não seria enganada por um presidente de clube de futebol, por mais inteligente e esperto que esse possa ser. Se a Multiplan está disposta a pagar esse valor, é porque o negócio é ótimo para ela.
4. Outra parte do negócio proposto, muito aplaudido por todos, são as vultosas doações de um banco e de uma empreiteira. Novamente, eu não tenho acesso aos documentos para emitir qualquer opinião mais precisa sobre o assunto. Estranha-me, contudo, tanta generosidade. Da última vez que um banco foi generoso com o Galo (aliás, o mesmo banco), todos devem se lembrar, o clube beijou a lona para pagar os juros dos empréstimos, o time passou a ser composto por Mexericas e, bem, todos sabemos onde jogamos em 2006. Não gosto de negócios cujos pilares são a generosidade de bancos e empreiteiras.
5. É verdade que vários grandes times da Europa possuem estádio próprio. Mas é importante ter em mente que as realidades do futebol brasileiro e do europeu são distintas. Apenas para ilustração, lá o ingresso típico é cerca de quatro vezes mais caro que aqui (ou 40 vezes, caso queiramos realmente trazer o pessoal da geral de volta, como a diretoria afirma). E o público dos principais times da Europa é de fato global. Isso implica que, se o custo do quilo de concreto não é muito maior lá que aqui, o retorno (via venda de produtos, naming rights, etc.) daquele concreto na Europa, quando usado em um estádio, é um múltiplo do seu retorno no Brasil. Em Paris, por exemplo, o custo de um jogador (Neymar) é maior que o custo total da proposta Arena do Galo. Ou seja, o “custo de oportunidade” de um estádio na Europa, em termos dos jogadores que eles teriam que deixar de ter para financiá-lo, é muito inferior ao custo de oportunidade no Brasil, onde a realidade é completamente diferente.
6. Também é verdade que dirigentes de outros times do Brasil estão falando de estádio próprio. Não me surpreende nem um pouco. Todos devem se lembrar da emoção da comitiva do Brasil (com presidente da república e tudo) quando o Brasil ganhou o direito de sediar a Copa – e consequentemente um motivo para construir e reformar inúmeros estádios país afora. Todos sabemos o motivo de toda aquela ‘emoção’ e onde ela nos levou.
7. O custo total do estádio está planejado em 460 milhões. Observa-se que, pela história de construção de estádios no Brasil, o custo final foi sempre um múltiplo do custo planejado. Talvez consigamos inovar e mudar isso, mas isso nunca aconteceu antes. E o estabelecimento de um contrato firmando o valor total da construção não resolve o problema. Qualquer um que já se envolveu em qualquer obra de construção sabe bem: se você fixar o preço, o ajuste ocorre na (redução da) qualidade da obra. Talvez a diretoria resolva esse problema, mas “soluções inovadoras” tipicamente não funcionam bem, mesmo com boas intenções.
8. Muitos dos argumentos pró-estádio que leio baseiam-se no fato de que o nosso patrimônio aumentará muito com a construção do estádio. Há nesse argumento um erro na definição de patrimônio. O “valor” de um patrimônio é dado pelo seu valor de revenda, não pelo seu custo. Você pode gastar meio bilhão construindo uma pirâmide rosa em BH, mas isso não significa que terá um patrimônio de meio bilhão, porque o valor de mercado da pirâmide seria zero (creio eu). De forma similar, uma vez construído, quem iria pagar 460 milhões por um estádio preto e branco no bairro Califórnia? O único valor para uma terceira parte seria o valor do terreno, descontando-se o custo da demolição. Em outras palavras, temos que pensar nesse gasto como ‘consumo’ do atleticano, não como investimento. Talvez possa valer a pena, mas temos que lembrar que o valor de mercado do estádio NÃO será o valor da sua construção (ao contrário do Diamond, diga-se, um shopping lucrativo localizado na área mais cara de BH).
Por fim, gostaria de ressaltar que a rotulação de ‘situação’ ou ‘oposição’, entre outras, para quem participa desse debate crucial, é infrutífera. Todos, ou pelo menos quase todos, participam do debate com o único objetivo de buscar o melhor caminho para o Galo. Pessoalmente, tenho interesse nulo em afetar a política do clube. Quero, apenas, uma diretoria que tenha foco total em fazer do Galo o time mais vencedor possível. Por isso não quero time de vôlei, time de futebol de salão ou qualquer outra atividade que desvie o foco (e os recursos) do que importa, que é um grande e vencedor time de futebol.
O palmeiras torrou 100.000.000,00 esse ano e ganhou oque? Pegar 250.000.000,00 e investir em time e ficar na mao do melequinha e minas arena? Prefiro uma construcao solida e segura. Se a Arena sair com certeza sera um gol de placa do GALO. Uma coisa que nao entendo e essa birra contra a MRV e BMG ninguem e obrigado a dar nada pra ninguem se for justo paguem. Novamente cito o palmeiras o paulo nobre emprestou 120.000.000,00 para o Palmeiras isso de forma legal e o palmeiras ta pagando com a arrecadacao do estadio. Fico com o estadio. Saudacoes alvinegras
40.000.000,00 estadio + 30.000.000,00 metade shopping= 70.000.000,00. Shopping total do GALO 60.000.000,00 – 10% li que e 20% mas tudo bem 54.000.000,00 o que e melhor? Saudacoes Alvinegras.
Postado. De novo!!!
Bom dia Dudu e ao Canto do GALO,saudações!
✓ Com certeza Vó Lula viveu muitas das batalhas do GALO, inclusive os eternos 9×2 . Testemunha viva da nossa história.
✓ Vida longa e saúde à Vó Lula,e ao CAM tbm.
✓ Parabéns Dudu, nosso Canto do GALO aos poucos vai se tornando o Canto da Família Alvinegra... saudações! ???GALO
Assim seja.
Galo Paixão do Povo,
o grande escrito, poeta, jornalista roberto Drummond escreveu e ficou eternizado
O "Ser Atleticano"
(Roberto Drummond)
O atleticano é diferente de qualquer outro torcedor
É diferente, pois não se restringe a ser
Somente torcedor
Ser atleticano é como casamento
Na saúde e na doença
Nas alegrias e nas tristezas
Mesmo quando a doença parece não ir
E as tristezas teimam em permanecer
O atleticano é capaz de
Após uma derrota humilhante
Pegar a camisa no armário
E sair às ruas
Mesmo sendo alvo de piadas
Isso por que o atleticano não torce por um time
Torce por uma nação
E tal qual em uma guerra
Um cidadão não renega um país
Mesmo que a derrota seja grande
O atleticano apóia seu time na derrota
Pois os obstáculos engrandecem
Seu sentimento de nacionalismo
E que me perdoem os que têm apenas títulos
Claro que são importantes
Mas o atleticano tem algo que os outros nunca terão
Tem paixão!
Bom Dia a todos.Concordo com JBHGalo em tudo. e que bela homenagem a esta figura ímpar que é esta jovem senhora de 99!anos.gostaria de um dia ouvi-la falar sobre o Galo de 1948 que meu falecido pai dizia ser o melhor que já existiu.
Já marcamos uma nova resenha com ela. Será só de vídeos. Aguarde!
O time do ano passado, mesmo mal, tinha chances de ganhar a copa do Brasil desse ano. Deu azar de pegar o Grêmio. Por pior que fosse o Marcelo Oliveira, melhor que RM e Micale, ele é....
Parabens a vó Lula, que infelizmente tem um apelido que detesto, prefiro então chama-la de Vó ITA soa até melhor...rs e que bom que ela pode presenciar a nossa conquista da Libertadores, meu pai não teve a mesma sorte. Saindo um pouco da resenha, claro como bom esportista não pude deixar de acompanhar ontem o jogo entre nossos rivais e isso só serviu pra reforçar a minha tese que em futebol tem de ter muita sorte, mas muita sorte mesmo pra se conseguir titulos. O time do Flamengo com uma zaga de Rever e Ruan, os dois somam quase 100 anos...laterais inexistentes, Marcio Araujo no meio e Paquetá no ataque...putz...e esse time chegou a mais uma final e sem interferencia de arbitragem, apesar de feito ontem um gol impedido mas que só deu para ver no replay, o time com quase 70.000 torcedores conseguiu criar duas chances de gol o jogo inteiro que foi em banho maria sobre o time que sabemos também que é outro limitado e ficamos aqui xingando nossos jogadores. É essa sorte que sempre faltou ao Galo agora que o apito erra de forma mais discreta.
aliás só pra completar agora que li, faz sentido o jogo ter sido em banho Maria...kkkkk. Mas salvo um acaso elas vão ganhar isso com um pé nas costas...ops, quer dizer, eles...kkk.
Ta doido flamerda vai fazer o Mariao chorar
Oh Léo torcer até que vou torcer pra isso, mas o time deles é Horroroso, só tem o Diego e vai ter o Guerreiro, o resto é chines...até o Everton que eu gostava anda ala Robinho, sinto em lhe dizer que as Vaidosas estão com a seda e a purpurina nas mãos..
E eu, Luciano Cadalora, que no princípio imaginei você a cada fim de semana com cada loura de parar o trânsito, sinto lhe dizer que já li você postando no blog azul calcinha, falando como cruzeirense... Você não vai me desmentir quanto à questão do blog, não é mesmo?
Saudações Atleticanas, Cada Loura, que aqui é Galo!
Bom dia a todos. Concordo com você JBHGALO faço suas as minhas palavras. E quanto a Vó Lula homenagem mais que merecida e isso nos motiva ainda mais a levarmos nossa bandeira e nossa paixão maior ao Glorioso CAM, senhora centenária a um clube também centenário. Um abraço a toda a família. Saudações atleticanas.