Permitam-me, caros leitores, dividir com vocês, neste “Canto do Galo”, um texto da minha filha, Anaísa Ávila. No sábado, abordei aqui o lançamento do livro “O milagre do Horto”, que reúne o sentimento de diversos Atleticanos sobre aquela penalidade no jogo com o Tijuana.
Anaísa, entre muitos, foi distinguida com o convite para ser uma das autoras. Entretanto, sem que qualquer justificativa convincente fosse dada, ela e outros que doaram e até assinaram termo abrindo mão de direitos autorais, foram excluídos da edição. Sem nenhuma comunicação formal ou informal, os responsáveis pela publicação responsabilizaram a editora pela exclusão dos textos.
Pelo sim, pelo não, segue o que seria parte do livro, que terá a participação deste blogueiro. Confesso que achei o dela melhor que o meu e outros que estarão na edição. Mas, como disseram, foi a editora que cortou.
Segue o texto:
Por Anaísa Ávila
Pênalti! Pênalti a favor do Tijuana aos 46 minutos do segundo tempo… Não dá pra acreditar! Não pode ser verdade! O Galo é mesmo um time muito azarado. E o mais garfado da história do futebol.
Olho ao redor: alguns choram, outros ajoelham e começam a rezar, os mais enfurecidos vão embora dizendo que não pode ser assim, roubado, no último minuto, só acontece mesmo com o Galo!
Fico sem reação, olho para os meus amigos: Renato, Henrique e Marina, e ficamos lá, incrédulos. Não era pra ser assim, tão injusto.
Com a pouca energia que me resta começo a gritar: Victor! Victor! Victor! Sozinha. Os mais descrentes olham pra mim como se eu fosse louca. Essa menina só pode estar de brincadeira! É o fim. O sonho acabou.
Aos poucos, algumas pessoas logo atrás da gente começam a me acompanhar no coro: Victor! Victor! Victor!
O juiz autoriza, nos calamos. É possível sentir a tensão no ar ao respirar. É agora: tudo ou nada! Está nas mãos de Riascos, ou do Victor.
Riascos parte para a bola…
VICTOR! VICTOR! VICTOR! Surreal… Com a perna esquerda ele tira! Quando eu já achava que tudo estava perdido. VICTOR! Naquele momento ele se consagra. Começa a virar santo. O maior herói que eu já vi no Galo. Operou um verdadeiro milagre!
Que momento! O sentimento é inexplicável. O caldeirão do Horto desaba. É a libertação!
Classificados! O Galo está na semifinal. Parece mentira! Aquele momento de euforia parecia que não ia acabar nunca. Os gritos, os choros, os torcedores pagando promessas e subindo as escadas de joelhos. Foi lindo! O sonho ainda está vivo!
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Muito bom o texto dela. Emoção a flor da pele!
Eu estava (estou) exilado em Macapá, no único bar mineiro que tinha aqui (não tem mais), do qual sinto muita falta. Me ajoelhei embaixo da TV, com o rosto no chão. Desesperado! Mas, de repente, uma mensagem veio do Céu dizendo para me acalmar, que os tempos de injustiça e sofrimento sem final feliz haviam acabado. Dizendo para eu levantar a cabeça e assistir ao momento mais marcante da história recente, se não de toda a história centenária do Galo!
Prefiro acreditar que foi uma mensagem divina do que alguém, em algum lugar por perto, estar assistindo em uma TV onde o lance passou antes, hehe! :D
Acordei no dia seguinte pela manhã em um quarto no segundo andar do bar, parte da casa do dono e meu amigo, que não me deixou ir embora de moto no estado etílico em que fiquei. Era quase hora do almoço de quinta-feira e eu ainda estava lá: naquele lugar, com aquela bandeira, vestido com aquela camisa, transbordado com aquela alegria.
O fato é que aquela noite nunca acabou! Nunca vai acabar!
GAAAAAAAALLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!
Obs.: depois daquela noite, nem as burradas do Aguirre me fazem desacreditar do Galo! rsrs
Caros
Estava então na costa do sauípe, com 2 sobrinhos que dormiam. Fui ver no enorme lobby de entrada, 1 Tv gigante de cada lado ( uns 80 m entre uma e outra) e poucos atleticanos - eu e 4 casais.
Foi loucura! Fiquei andando na praia sozinha, pirando de alegria. Nunca mais quero ter tanta alegria sem um galo do meu lado!
Hoje Deus abençoará e festa haverá pela detonada no sampa. Oxalá Victor mostre sua Divina inspiração. Galoooo
Naquele dia estava na casa de meus pais, a família se dividiu em dois locais porque havia uma festa de aniversário de minha irmã. Eu, na sala, com meu pai e minha esposa. O resto da turma no terraço. Na sala, estávamos acompanhando numa emissora e no terraço em outra. Por questões de tecnologia de transmissão, a TV do terraço estava adiantada cerca de 10 segundos. Enquanto na sala, Riascos ainda se preparava para bater o penalti ouvimos gritos e comemorações. Eu, incrédulo, disse na hora: - Escutem a cambada de cruzeirenses comemorando. Meu pai, mais confiante, disse: -Não, eu acho que são os meninos lá no terraço! E meu pai estava certo!!!!
"A vida após a morte, começa aos 48 do segundo tempo"
cara, pena ter tirado o texto de sua filha, muito bom para ter excluído assim. Parabéns!
Também gostei, mas - segundo os organizadores - a Editora cortou o dela e de outros dez.
Parabéns pelo texto, lembranças que ficam ... e eu assitia ao jogo já na cama, tenso, intimidado pela angustia ... minha "esposa raposa" já cochilava ... quando então, naquele lance ... imaginei muita coisa, mas nunca que o Leonardo Silva chutaria aquele "lazarento" jogador do Tijuana, daquela maneira, naquele instante, naquele lugar.
Em sua tentativa de se livrar da bola, ele chutou minhas esperanças para cima e lá permaneceram, pausadas, levitando.
Esbravejei como nunca e, nisso, acordei minha "esposa raposa" que, meio sonolenta, resolveu, já interessada no nosso fracasso, que acompanharia a cobrança do pênalti.
Segundo a segundo, já me dava como entregue. Do apito até a defesa, foi um lapso de tempo que parece que não vivi, tal a distancia que me sentia da TV, embora ela ali estivesse, a pouco mais de um metro.
Como xinguei o Leonardo Silva, xinguei como nunca.
Entre o apito, a corrida, o chute e a defesa, passaram-se alguns anos de minha breve história de torcedor (53 anos).
Ao final daquilo tudo, veio a redenção, no pé esquerdo do Victor.
Minha "esposa raposa" que me observava, comedida, meio que decepcionada, logo se acomodou e dormiu, enquanto eu fiquei como andarilho pela casa, a ouvir todas as resenhas em radio e tv, para acalmar a alma e enfim dormir.
Não consigo expressar as emoções vividas naqueles parcos minutos.
Uma certeza ficou para sempre: nos apaixonamos pelo Galo, na direta proporção de seus defeitos, quanto mais eles se apresentam e nos provocam, mais o adoramos ... porque vencer, vencer, vencer ... esse é mesmo, o nosso ideal. PARA SEMPRE seja louvado !!!
Assim seja!
Caro Eduardo, no momento do Penalti estava em casa com meu filho na época com 10 anos. Deu vontade de chorar, xinguei demais e lembrei de quantas entregas o Galo já tinha feito. Pensei mais uma e saí da sala. Mas assim como sua filha, meu filho gritou da sala.. Pegou Pai, o Victor Pegou. Não acreditei. Fui igual São Tomé, só acreditei vendo. Daí pra frente foi só alegria e somente consegui dormir no outro dia a noite. A cena não me sai da cabeça e hoje meu filho com 13 anos é goleiro, graças a São Victor.
Nosso futuro santo, caro Pedro.
Anaísa Ávila, o seu texto é simplesmente espetacular! Tenha certeza de uma coisa, neste espaço aqui ele será lido e apreciado por muitas pessoas e assim como eu agradecerão sua dedicação e amor ao nosso glorioso Galo. Parabéns.
Obrigada pelo carinho Paulo! Fiquei muito feliz com a mensagem!! Saudações alvinegras!
... ouvi uma explosão, sabia que era o galo. Corri para a televisão , como tem uns 4 seg. de fuso horário da tv para o rádio, pude ver ao vivo o São Vitor defender o pênalti . Passei a ouvir meu coração, que como minha voz, também gritava. Pura emoção, emoção,...., emoção.
Maravilhoso!!!