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QUE CLÁSSICO É ESSE? É PRECISO CONTAR PARA OS JOGADORES ATLETICANOS

Max Pereira
@pretono46871088
@MaxGuaramax2012

Será mesmo verdade que para os dois times este jogo do próximo domingo vale apenas a disputa pelo primeiro lugar na tabela do já tão desacreditado e menosprezado campeonato mineiro e nada mais?

Embora o time azul não tenha mais o brilho de outrora entendo que é inegável que este confronto desperte nos atleticanos emoções e sentimentos especiais. Ah! E, claro, a reciproca é tão verdadeira quanto.

Tradicionalmente a semana que antecede àquele que é chamado de superclássico das Alterosas é temperada por provocações mil de lado a lado, outro tanto de expectativas, prognósticos, vaticínios, curiosidades e histórias regadas de paixão, humor, picardia, algumas verdadeiras, outras nem tanto.

Confesso, entretanto, que percebo atualmente um clima diferente, morno, nada parecido com o de outros tempos quando a cidade parava e o único assunto em todas as rodas, bares, lugares, escritórios, ruas e casas era o superclássico.

E não é apenas a situação atual do hoje chamado jocosamente pelo atleticano de ex-rival que está na raiz desse arrefecimento emocional em torno de um jogo que tem uma história incrível, entrecortada por momentos sublimes e outros de triste memoria para ambas as torcidas.

Infelizmente vivemos o auge da era do ódio e da intolerância. Pandemia à parte, o que por si só já é desalentador e broxante, a guerra eclodiu na Europa e em outras partes do mundo os conflitos continuam na ordem do dia. Aqui no Brasil a violência explode, é banalizada e normalizada. Ônibus conduzindo jogadores são apedrejados e atacados por bombas atiradas ora pela sua própria torcida, ora por torcedores adversários, invasões de campo, jogadores agredidos física ou moralmente, ataques racistas e homofóbicos.

Fora da órbita do esporte também não é diferente. Crimes brutais aqui e ali. Uma nova onda de vídeos com cenas de violência explícita, selvageria hedionda, vem infestando uma vez mais as redes sociais como se fossem peças ou quadros de humor. Doentio é pouco. O ódio e a intolerância estão derretendo o pouco de humanidade que ainda nos resta.

Em meio a tudo a isso o elenco supercampeão do Brasil tem que buscar por onde se motivar, se incentivar e entrar em campo com sangue nos olhos, pois, ainda que não pareça, é exatamente isso que a sua torcida espera e, claro, o que as histórias do confronto e do clube exigem.

O jogo contra o “Pousão” na quente Pouso Alegre e para o Galo tão frio quanto o carnaval que passou é um ótimo termômetro. Se de um lado o lanterna do campeonato entrou em campo elétrico e supermotivado e realizou talvez a maior partida de sua história, de outro ficou claro que o time atleticano estava muitos decibéis abaixo no que se refere à motivação.

Embora devamos reconhecer que isto faz parte do futebol, que não existe um jogo igual ao outro e que, assim como os nossos humores variam e são cíclicos, a motivação e foco também oscilam, é imperioso que se trabalhe para minimizar os efeitos negativos destas flutuações. Não canso de dizer e repetir que nada na vida é retilíneo e, muito menos, indefinidamente ascendente.

A vida é feita de bons e de maus momentos, de altos e baixos. O desafio é buscar ficar a maior parte do tempo no topo ou perto dele e a menor parte do tempo no limite inferior desse ciclo inevitável ou perto dele.

O velho, emblemático e saudoso Zé das Camisas, inegavelmente o maior garimpador e formador de talentos da história do Atlético não se limitava apenas a fazer as suas famosas peneiradas e a revelar futuros craques para o Glorioso. Ele também transmitia como ninguém conseguia fazer a sua imensurável paixão pelo Galo. Muito se fala hoje em dia em DNA do Galo. Zé das Camisas era tipo um transmissor natural de DNA.

E como ele fazia isso? Ele reunia os garotos à sua volta e lhes contava a história do Atlético de tal maneira que despertava em todos eles uma atleticanidade para alguns, até então, absolutamente insuspeita.

A forma como Zé das Camisas apresentava o rival azul para a garotada incutia em cada um deles a vontade imorredoura e quase obsessiva de vencer, vencer e vencer aquele adversário. O 9 x 2 era lição de casa obrigatória. Ensinava-lhes o hino de Vicente Mota e dava a cada verso um sentido épico e apaixonante. Foi com seu “Zé” que eles aprenderam o que significavam as expressões Campeão dos Campeões, Campeão do Gelo e Galo Forte Vingador.

Pela boca de Zé das Camisas os garotos que sonhavam fazer história no Atlético conheceram vários super-heróis que passaram a povoar o seu imaginário e a ser referência de uma carreira ideal: Mário de Castro, Said, Jairo, Kafunga, Lucas, Guará, Lauro, Lêro, Alvinho, Zezé Procópio, Carlyle, Alfredo Bernardino, Nívio, Zé do Monte, Murilo Silva, Mão de Onça, Tomazinho, Ubaldo Miranda, o Miquica, Marcial e muitos outros. E descobriram, por exemplo, que Dondinho, pai do Pelé jogou no Atlético. Um dos garotos, trazido para o clube por Barbatana, que teve a sua paixão pelo Atlético despertada por Zé das Camisas chama-se José Reinaldo de Lima, um cara que hoje é chamado de Rei. Outro, um tal de Cerezo.

Keno deu nesta semana uma entrevista coletiva e falou do clássico desse próximo domingo. Deu a impressão de que ele e seus companheiros, cuja grande maioria ainda não viveu em sua plenitude o clima desse jogo e nem vivenciou em campo essa rivalidade em grau máximo, estão cientes da dimensão desse confronto e da importância da vitória.

Que clássico é esse? É preciso contar para os jogadores do Atlético. Que clássico será esse? Vai depender do que contaram aos jogadores atleticanos sobre ele. Que o espirito de Zé das Camisas os iluminem.

Blogueiro

View Comments

  • Concordo plenamente e fico bem puto com essa meninada que agora chama o outro time de ex-rival,
    Não exite ex, até a torcida do América me irrita, quando cisma de cantar contra o Galo.
    Todo jogo é uma oportunidade de vingaça, acompanho o Galo no Mineirão e no Indepa, desde 1974, vi muitos momentos ruins e momentos fantásticos. Tou na encolha, esperando vingar aquela derrota em Lagoa Santa.

    • Só registrando, o texto é do Max. Ele, que toda sexta, nos brinda com suas considerações aqui no nosso cantinho Atleticano,

      • Grande Eduardo, boa tarde.
        Eu tenho o galo na veia preto e a pergunta tenho que com pra o ingresso para o jogo de amanhã?

        • Sim. O GNV te dá prioridade e desconto na compra. No caso do Black 65% pra ingressos. E 10% nas lojas do Galo.

  • Jogo para entrar ligado, todos com sangue nos olhos.
    Até hoje eles lembram do ano passado, o Galo não levou a sério e perdeu. Uma vergonha.
    Este jogo tem que entrar com a faca nos dentes, tem que ser encarado como decisão, para eles é jogo da vida.
    Se o Galo jogar com seriedade até o final, acredito numa vitória tranquila. Agora, se estiver com preguiça, vai complicar.

  • Olá amigos da bola!

    Se jogar pra frente, dois pontas abertos, marcação alta, toque de bola, repito, toque de bola em velocidade, time ligado!....

    É goleada!

    Agora, se jogar com a proposta que Mohamed implantou: lentidão no toque de bola, chutão a todo instante, marcação atrás, desligado.... Complica!

    Acorda Mohamed!

    Não pensem que o Cruzeiro vai jogar atrás, pelo contrário!

    Os caras vão marcar alto e colocar velocidade e muito toque de bola!

    Treinador deles é bom! Ofensivo, corajoso, arrojado....

    Abre olho MOHAMED!

    Acho que o Galo trouxe gato por lebre

    Esse timaço e nós torcedores, merecemos muito mais

  • Bom dia amigos do Galo. O jogo de domingo o NOSSO GALO tem obrigação de vencer, é isto mesmo, obrigação de vencer, será o jogo de um Grande CLUBE, Campeão do Brasil , contra uma EPP que virou SAF .

  • GOSTEI DOS TONS FILOSÓFICO E HISTÓRICO DESSA COLUNA. NÃO INTERESSAM AS CIRCUNSTÃNCIAS DO JOGO. O GALO TEM QUE VENCER. NÃO PODEMOS AJUDAR NA RESSUSCITAÇÃO DAS MARIE. O NEGÓCIO É BOLA NA REDE. DISSE BEM O BLOGUEIRO, É PRECISO PASSAR PARA OS JOGADORES O ESPÍRITO DO GALO E A NECESSIDADE DE VITÓRIA NESSE CLÁSSICO.

  • bom dia Eduardo e massa e max Pereira. espero eu e milhões de torcedores do galo que os jogadores sabem ok é um clássico. repito se o galo entrar com salto alto é derrota certa. clássico não tem favoritos as cabulosas vá jogar o jogo da vida delas. então El turco e jogadores abrem os olhos. mas na vamos ser cego o zerinho tem um treinador que acertou o time delas enquanto EL turco acabou ok cuca tinha deixado uma equipe que passava medo qualquer equipe no brasil hoje até URT ganha da equipe amontada por EL turco. a zaga virou uma peneira o meio do campo uma avenida espero que não temos outro vexame contra o zerinho. ótimo final de semana a todos amigalos. vai galooooo.

  • Bom Dia! Apenas um pequeno pitaco: conforme J. Nicola (UAI) o eventual SAF do CAM pode ser de até 4 bilhões. Portanto, "o apressado come cru". Muitos vão recorrer ao travesseiro, para se consolar.

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