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O que parece fácil, às vezes te engana!

Imagem: Pedro Souza/Atlético

Por José Roberto

Num domingo, 10 de maio de 2009, às 18h30, iniciava mais um Campeonato Brasileiro para o Galo. De cara, iríamos pegar uma das muitas e incômodas pedras que assolam a vida do nosso Clube desde sempre, o Avaí e sua Ressacada. Ao final dos 105 minutos, um empate por 2 x 2 e a oitava colocação assegurada. Para se ter uma ideia de como o Galo se sente mal frente a essas pedras históricas, na segunda rodada vencemos o Grêmio, em BH, por 2 x 1, sem muitos sustos. Se bem que em se tratando de Galo, afirmar uma coisa dessas soa até meio piegas, faz parte, fazer o quê?

Sigamos, então! Ao vencer o Grêmio, fomos para a quinta colocação. Na sequência, vencemos o Sport, na Ilha do Retiro (2 x 3), e dentro de casa conseguimos a façanha de empatar por 0 x 0 com o poderoso Santo André (esse não faz parte da seleta galeria das inconhas que assombram ao Galo, foi  incompetência nossa mesmo). Só nesta brincadeira, deixávamos de somar seis pontos, para perder quatro. Ainda assim, o Galo era o dono da quinta colocação na tabela. Na quinta rodada, fomos a Curitiba encarar os falsos (0 x 4) e voltamos para a Capital Mundial do Galo, não só com os três pontos, mas também com a segunda posição na tabela garantida. Aqui vale um registro: o primeiro colocado tinha treze pontos, e o Galo onze.

Na sequência, venceríamos o Náutico em BH por 3 x 0. Até então, o Galo brigava lá em cima e à essa altura estava na ponta da tabela pelo saldo de gols (nove nossos, contra cinco do Internacional. Ambos tinham o mesmo número de pontos: 14). Fomos à Vila Belmiro pegar o Santos, e a queda de um tabu aconteceu neste jogo. A única vitória do Galo na Vila tinha acontecido num amistoso em 1948, 1 x 3 “pá nóis, bixo”! De resto, empates e várias derrotas. Neste jogo, além de vencermos por 2 x 3, assumimos a liderança isolada, com 17 pontos, e ainda derrubamos o treinador do time das sardinhas praianas, que era nada mais nada menos que o Cuca.

Mas o nosso “divã” não ficaria vazio por muito tempo. Na rodada seguinte, a oitava, veio uma derrota acachapante para um time itinerante que havia acabado de conseguir o acesso, o Barueri. Neste momento, já não éramos líderes isolados, o Inter-RS voltou a dividir as atenções com a gente. Na nona rodada, outra inconha clássica que assombra o Galo até na “sesta” de depois do almoço. O Botafogo, para variar, nos tirou dois pontos dentro de casa, empurrando-nos para a segunda colocação.

Imagem: Pedro Souza/Atlético

Na décima rodada, aparece o freguesão treme-treme. Três pontos garantidos como sempre, três gols no lombo deles e o primeiro lugar garantido novamente. Neste meio tempo, ainda vencemos o São Paulo (2 x 0), o FluminenC (2 x 1) e empatamos com o Vitória (0 x 0). Na décima quarta rodada, mais uma pedrinha pela frente, o Goiás, em nossa casa e não deu outra: perdemos por 0 x 1. Da décima sétima rodada para frente, o Galo não voltou a figurar na primeira colocação, ficou entre terceira, quarta e quinta posições.

Na trigésima rodada, éramos terceiros e com grandes chances de emplacar voos maiores, só dependia de nós fazermos bem a nossa parte. Só que não fizemos! Da trigésima à trigésima oitava rodada, vencemos três partidas e perdemos de forma melancólica outras seis, terminando o Campeonato na sétima colocação, com apenas 49,12% de aproveitamento. O que restou da temporada foi a última imagem do dentadura todo ensopado pela chuva torrencial que caiu no Mineirão, e a certeza de que mais uma vez, valeu por ter tentado!

Foi um final de Campeonato frustrante. Quando mais se esperava que o Galo fosse forte e vigoroso, aconteceu o contrário. A coisa desandou de tal forma que conseguimos apenas três pontos em 18 disputados. O fôlego se foi e o medo de ser feliz superou a determinação incansável dos que querem vencer, mesmo antes da primeira batida. O Galo não conseguiu se superar na repetição do que vem ocorrendo com constância. Não é de hoje que o C.A.M. é um Clube que tem um coração gigante pulsando fora de campo, mas não é capaz de levá-lo para dentro das quatro linhas. Seria o mesmo que ter a alma fora do corpo!

Em tempo: Hoje ainda, precisamente às 13:13, aqui neste “Canto do Galo”, volto com a campanha de 2012. Até lá!

José Roberto

View Comments

  • Esse ano foi das graças aos desgraçados. Fatídico! Nesse Galo de 2009 o frangueiro do carine entregou a paçoca geral. Só tinha Dom Dieguito Tardelli no time. Aí complicou de vez. E o flamerda deu muita sorte também (leia-se apio incondicional da rede gloebbels); Vamu, Galo!

  • Lembro bem da campanha de 2009, mas o jogo que mais me deu raiva foi contra o Fluminense numa noite de muita chuva. Voltando para o sábado à noite, aliás noite de gala do Galo, enfiamos 4x1 no Avaí, fora o baile e com direito a gol do Marques, que ficou meses no estaleiro. Aí, no jogo seguinte, o narrador diz que o Marques ia substituir sei lá quem. Como pode o povo (Roth) estar há tanto tempo no futebol e não enxergar que o cara não ia aguentar o tranco naquele toró? Não deu outra, machucou e teve que ser substituído. Aí levamo um gol do Gum, que ainda está no CBFlu, e aconteceu o telefonema do Kalil pro técnico citado por um AmiGalo aí em cima mandando caçar rumo.

    PS:
    1) acho uma injustiça o que fizeram com o Silvestre, que era zagueiro canhoto e foi improvisado no lugar do Orlando (que tinha sido convocado e nunca mais foi), totalmente torto. Infelizmente a arbitragem foi contemplada com mais esta tristeza.

    2) em nenhum outro país do mundo um time seria campeão (muito menos tri, como o São Paulo do Muricy) ganhando apenas de 1x0 a maioria das vitórias, pois lá fora o saldo e o número de gols são os primeiros critérios de desempate e não as vitórias como aqui, assim os técnico enchem os times de volantes, praticam o antifutebol o tempo todo, fazem um gol naquela bola boba e fecham que nem boca de bode. Podem comparar o numero de gols dos clubes e dos artilheiros de lá com os de cá para ver quanta diferença.

    3) conheçam meu aplicativo "Ranking do Futebol" para smartphones com Android, baixem na Google Play em (como o nosso guru deixou postar em outra época, tomo esta liberdade sem autorização):

    https://play.google.com/store/apps/details?id=br.danieltiburciosf.rankingfutebol

    • Boa noite Daniel!
      O Silvestre é condenado até hoje, uma covardia com ele. Já vi uma reportagem de como foi difícil para ele conviver com esse peso de um erro que não foi só dele. O juiz expulsa o Reinaldo, injustamente, e mais o Palhinha e acho que o Chicão. Como escrevi não é só Galo que comete erros, mas os adversários também. Só que o adversário contou com os benefícios da arbitragem. Se esse jogo fica 2 x 2, até hoje os flamenguistas estariam condenando os marcadores do Reinaldo, que estava machucado e conseguiu fazer dois gols.
      Silvestre foi um bom zagueiro, jogador técnico e grande ser humano. Não merecia o que passou.

  • Caro Kley. Saudações. O que não falta é asa negra para assombrar o Galo. O Teobaldo lembrou o América/RJ. E o Bangu, o Nacional de Uberaba, Bela Vista de Sete Lagoas, etc., e muitas outras etcs.? Mas o mequinha carioca, Santo Deus, que encrenca era aquela, hein?

  • E essa droga dessa copa que não acaba nuncaaaaaaaaaa!!!!!!!!!

    Volta Galooooooooooooooooo!!!

  • Brasileirão 2018 está nivelado por baixo como também foi o de 2009... nosso time atual é melhor que o daquele ano portanto renova-se as esperanças de título... quem dera se o Tardelli estivesse aqui hoje para nos ajudar a sair da fila...

    o que temos de resolver de uma vez por todas nesta parada pra Copa é a nossa linha de defesa que continua levando muitos gols... veio um novo e promissor lateral direito mas continuamos com o antigo e desgastado Patric... vieram novos zagueiros mas continuamos com os antigos de casa como L.Silva, Bremer e o contestado Gabriel... gostaria de ver um lateral esquerdo melhor que o F. Santos para o segundo semestre...

    E assim vamos por aqui na expectativa de ver o que será feito pelos nossos comandantes para quem sabe levar o caneco mais desejado pela MASSA atleticana!!!!!!!!!!

  • Nas redes sociais a Massa repudia a contratação de Denílson do Vitória.
    Eh...Alerrandro...deu ruim.

  • Oi Eduardo e Amigos, boa tarde!
    Caro José Roberto, voltar ao passado só nos traz pesadelos. Temos muito pouco a comemorar.
    Acho que no divã, o diagnóstico seria "complexo de inferioridade".
    Saudações Atleticanas,

  • Bom dia José Roberto!
    Está aí um ano que não via consistência no elenco e treinador do Galo para ganhar o título, mas a possibilidade foi se construindo e na hora da verdade as deficiências pesaram.
    Fazer uma leitura desse ano, 2009, pode servir de aprendizado para nossa atual situação- o nosso elenco não é o melhor, mas a chance de título existe; então é trabalhar firme no que já fizemos de errado para não repetir.
    Toda equipe, mesmo as campeãs, tem deficiências e cometem erros durante as competições. Precisamos trabalhar para minimizar ao máximo essas deficiências para chegarmos ao título.
    Agora um fator que já nos prejudicou muito, foi de arbitragem e que precisa ser visto não como desculpa, mas sim como mais uma pedrinha que pode ser superada, como na Copa do Brasil que vencemos. Ultimamente, tem surgido um discurso simplista que o Galo fica usando esse fator como desculpa. Isto é uma meia verdade, porque de fato fomos prejudicados em alguns anos- em 77 cometemos erros , mas o São Paulo também tinha os seus, só que contou com o jogo de influências na CBD para tirar o Reinaldo e o árbitro Arnaldo César Coelho não expulsou os responsáveis pela agressão ao Ângelo; em 1980 também erramos, mas o adversário também errou, só que mais uma vez tivemos o Reinaldo , que estava desequilibrando mesmo machucado, tirado de campo pelo árbitro José Assis Aragão; em 1999 não tinhamos um banco qualificado e o adversário tinha um jogador chamado Índio, nota 5 para baixo, e foi campeão com esse jogador que cometeu um pênalti claro. Nessas três decisões, o que pendeu para perdemos os títulos foram decisões de arbitragem, disputamos os jogos de igual para igual. Tínhamos deficiências e cometemos erros assim como as outras equipe, então falar que ficamos usando isso como desculpa é uma verdade parcial. Os fatores
    bastidor e arbitragem existem e precisamos tirar, também, essa pedrinha do caminho. Que o diga o ex dirigente do Flamengo, Walter Clark, que foi poderoso na Globo, e disse que futebol não se ganha só com um grande elenco e que existe o jogo dos bastidores.
    Erramos em 77- Paulo Isidoro foi banco na decisão, os reservas do Rei eram fracos tecnicamente, etc; em 80 a opção da entrada do Silvestre e em 99 não tínhamos banco, mas em nenhuma dessas decisões contamos com benefícios da arbitragem e os adversários sim.
    Nesses posts de divã, de análise e de freud parece que vivemos a Síndrome de Estocolmo, que nós, a vítima de arbitragem, é que somos ruins e culpados e não o bandido, no caso a CBF e seus árbitros.

  • Nesse ano o Galo não tinha elenco. Faltou pernas na reta final. Kalil estava iniciando seu primeiro mandato. O ano do Galo é 2018.

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