O Mineiro já foi para nós o mais importante dos campeonatos e ganhá-lo era o prêmio máximo que se podia almejar numa época em que as disputas nacionais eram raras. Com o tempo, porém, ele foi sendo posto em segundo plano não por ter perdido a relevância. As outras disputas é que se tornaram mais cobiçadas. O Brasileirão, a Copa do Brasil e a Libertadores, sem dúvida, vêm ganhando cada vez mais corpo de algumas décadas para cá e hoje não existe atleticano no mundo que não troque qualquer um deles por três ou quatro títulos regionais.
Isso a gente fala quando não está no calor da disputa. Na hora agá, a história é outra: por mais que o prestígio do campeonato estadual tenha caído, perdê-lo é sempre desagradável. Em outras palavras, o Mineiro é um campeonato que parece valer pouco quando se ganha e vale tudo quando se perde. Sendo assim, a conquista de sábado passado, quando o Galo ficou com o título pela 46ª vez desde que a disputa teve início, em 1915, é um feito a ser comemorado.
Para o atleticano (ou Atleticano, com A maiúsculo, como prefere o titular deste espaço, Eduardo de Ávila), a conquista teria sido mais saborosa se o Galo tivesse derrotado a segunda força de Minas, o América, nas duas partidas da final. Mas o certo é que os gols não saíram e esse fato acende um alerta preocupante. A uma semana do início do Brasileirão e faltando apenas um jogo para o fim da fase de grupo da Libertadores, o Galo ainda conserva a dificuldade de vencer retrancas que demonstrou no ano passado.
Essa é uma forma de olhar para o jogo de sábado. Por outro ângulo, é possível perceber um avanço importante. Com praticamente os mesmos jogadores, o sistema defensivo do Galo, nas mãos de Cuca, tem se mostrado mais eficiente do que era no ano passado, com Jorge Sampaoli. O time já não é mais uma presa fácil para os contra-ataques bobos, como os que levou em partidas que poderia ter ganho e que, no final das contas, lhe custaram o título brasileiro de 2020.
Para a Segunda Força de Minas, o título parecia ter um valor maior do que tinha para nós. Ao contrário do Galo, que às vezes parecia tratar o Mineiro como uma etapa obrigatória, porém incômoda, da temporada, o adversário olhava para o troféu com cobiça. Eles pareciam não medir esforços para conquistar o título e, por saber que essa turma é capaz de tudo, cheguei a temer pelo pior no momento em que o árbitro, um certo Felipe Fernandes de Lima, voltou do intervalo disposto a ajudar a Segunda Força a obter o resultado que lhe daria a vitória.
Logo aos cinco minutos, Igor Rabelo esbarrou num jogador do América e o rapaz se atirou ao chão numa cena ridícula do pior malabarismo. Aquilo não é pênalti nem aqui nem na China. Mas o juiz estava com vontade de marcar e marcou. Só que, na hora da batida, o América desperdiçou o presente que recebeu do apito amigo. E o 0 a 0 permaneceu no placar.
Temi na hora do pênalti estar presenciando a reedição de um dos momentos mais grotescos de que se tem notícia no futebol de Minas Gerais. Refiro-me a um dos resultados mais escandalosamente fabricados no Brasil: a decisão do Mineiro de 1948, apitada pelo inglês Cyril John Barrick, que atuava no Rio de Janeiro. Ou míster Barrick, como era chamado.
O Galo entrou naquela decisão, disputada no antigo campo do Segundo de Minas, a Alameda, com uma das melhores formações da história: Kafunga, Murilo e Ramos; Mexicano, Monte e Silva, Lucas, Lauro, Carlyle, Alvinho e Nívio. O empate favoreceria o Atlético. Por uma desatenção qualquer, o time da casa fez 1 a 0 logo no início do jogo e ampliou para 2 a 0 depois. O Galo reagiu sob a batuta do capitão José do Monte Furtado Sobrinho e Nívio diminuiu. 2 a 1.
Veio o segundo tempo e Barrick queria porque queria dar uma força ao Segundão. Num ataque do América, uma bola chutada para fora bateu na perna de um guarda que assistia à partida praticamente no campo e voltou para dentro do gol. Ao invés de marcar tiro de meta, o árbitro deu gol: 3 a 1.
O jogo prosseguiu e o Galo foi buscar o empate. Aos 23 minutos de jogo, Murilo Silva cortou um ataque adversário e lançou a bola para Lucas. Dali, ela foi parar nos pés de Nívio. O ponta-esquerda avançou, ultrapassou um defensor do América e mandou a bola para o fundo das redes. Ao invés de apontar para o centro do campo, Barrick marcou impedimento de Nívio. “Como impedimento? Ele veio de trás e ainda passou por um adversário antes de chutar?”, era a pergunta que todos se faziam. O árbitro alegou falta de condições, deu o jogo por encerrado a 22 minutos do final. O título ficou com o Segundo de Minas.
Essa cena lamentável aconteceu cerca de dez anos antes de meu nascimento. A riqueza de detalhes se deve aos relatos que ouvi dos dois maiores responsáveis por eu ter me tornado o Atleticano que sou hoje. O primeiro, meu pai, Serafim Mozart Fernandes, que estava no campo do América e saiu de lá com o gosto amargo de quem viu o Galo ser roubado de forma tão acintosa. O outro, meu tio Maurício Nunan Macedo — que também estava naquele jogo. Tio Maurício nos deixou na noite de sexta-feira. Tinha 94 anos e vinha sofrendo as consequências de uma queda ocorrida semanas atrás e que minou o resto de suas forças.
Maurício era Atleticano de primeira grandeza. Atleta talentoso, integrou a primeira equipe de vôlei do Galo, que reinou em Minas Gerais no início dos anos 1950. Veterinário de formação, foi colega de meu pai no Banco do Brasil e a amizade dos dois nos tornou parentes por afinidade. Nem me lembro de quantas vezes fui ao Mineirão levado por ele, a bordo da Rural marrom que tinha. Numa delas, num dos momentos difíceis que o clube viveu depois da conquista de 1971, saiu em minha defesa quando eu, com a autoridade dos meus 13 anos, bati boca com um corneteiro que vaiava o time. O sujeito reagiu e ele me defendeu.
Peço licença para render meu tributo a Maurício, por intermédio da foto em que ele aparece ao lado de minha Tia Maria Helena, com quem viveu por mais de 60 anos. A ela e aos meninos, meu melhor abraço. E a certeza de que, naquilo que depende da energia positiva vinda do céu, o Galo ganhou um reforço de peso.
Vá em paz, meu Tio, e faça força para que nosso Galo ganhe os títulos importantes na quantidade que sempre sonhamos.
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Galo campeão mineiro, sim senhor! E não ligo pra chororô de rivais. Se pecou ao perder para o lado fresco da lagoa, o evento serviu atiçar os ânimos de Cuca e Hulk. Então que a lição tenha sido aprendida para as competições que agora se iniciam. A taça já está lá na sede pra quem quiser vê-la de perto. Canecão bonito, viu!
Teve nenhum pênalti.
Igor Rabelo não fez carga no atacante cai-cai do América.
Se isso era falta, por quê o árbitro não marcou falta no Hulk o jogo todo?
Boa tarde a todos:
Que venha o brasileirão
Copa do Brasil e libertadores,o mineiro já está no papo.
Alô coelhim e raposinha saiu o lance do pênalti já...
E agora o que me dizem?
Bica eles Bicudo.
Por incrível que pareça, os juízes das 2 partidas da final acertaram TODOS os lances capitais. Graças ao VAR e à boa atuação dos árbitros.
Galo campeão de novo! Hegemonia total em MG. O choro é livre.
Agora o foco é a liderança geral da Libertadores, que nos dará a possibilidade de decidir em casa até as semi-finais. Estou com um pressentimento que o Uruguai nos aguarda em novembro, mais precisamente o estádio Centenário, em Montevidéu.
Saudações!
Boa tarde xará, Galuppo e amigalos!
O Campeonato Rural vale muito mais quando é em cima de choradeira! Desde que esse time do Coelhinho Pompom existe nunca pararam de chorar!!! O Presidente chora, o Lisca chora. É um complexo de inferioridade que não acaba!!! Anotem aí: voltarão pra série B em 2022. Isso é fato!
Aqui é Galo!!!
Esse negócio de falta por toque na cabeça está virando brincadeira de moleque. O cara leva uma raspada de mão e desaba, contorcendo-se em dores, dá até impressão que vai morrer. Tudo conversa fiada! De repente se levanta e sai lépido e fagueiro, como se nada tivesse acontecido. O choque de cabeça que deveria ser levando em conta é só aquele em que os dois sobem e batem a cabeça para valer. O resto é palhaçada.
Acho que o futebol, nesse caso, deveria fazer uma parceria com o box. O cara toma uma porrada no queixo e desaba desmaiado. Tem 10 segundos para se levantar. Vejam bem, 10 segundos. Se não se levantar, acabou, vitória do outro.
Gostaria que houvesse um critério parecido com o futebol. P. ex., o cara caiu, sai de campo e fica pelo 5 minutos se recuperando. E o time fica 5 minutos com 10 jogadores. Aposto que acaba o fingimento.
CARLOS CAIAFA ,
ótima observação !
É de amargar o tanto que esses caras
se contorcem em campo por conta de
uma simples canelada .
Caro Ricardo
Em minha opinião nossa opção pra zaga está logo ao lado : Eduardo Bauerman do melequinha!
"Brasileirão" não vale nada! Quem disse? _ Ironic MODE ON_.
Essa máxima q ronda o 2º andar na Sede de Lourdes desde q tampinha guaraná era uma rolha, tem de ser levado a sério,ou mais ainda, tanto qto o CAMpeonto Mineiro, qdo derem atenção máxima a esta competição, a fila vai andar. Próximo fim de semana, ás 11:00 hr da matina, terá início o torneio q os " inteligência" tratam como se fosse um campeonato estadual,tamanha importância q dão a ele. Entra ano sai ano a ladainha é a mesma; objetivo do @Atletico é "DISPUTAR" todas as competições em q estivermos envolvidos. Disputar qqr um disputa_ até o melequento choroso vai dislutar_ a mentalidade deveria ser: " o objetivo do GALO é VENCER todas as competições em q estiver envolvido,e, o primeiro objetivo é GANHAR o Brasileiro. Aqui estamos trabalhando duro p esta conquista, é ela q coloca o Clube no patamar q ele é, um GiGante do futebol mundial. Portanto! Aos "inteligência" do 2º andar em Lourdes: Queremos_ não só a Massa q o quer,TODOS tem de querer_ o BRASILEIRO -21,22,23,24 ...etc, esse deve ser o pensamento desde sempre,ao acordar,ao dormir, 'us cambaú', vamos VENCER o BR, os outros de camisa feiona q lutem!
PS: Minhas condolências pela passagem de vosso tio,caro Ricardo! Deve ter se encontrado com o meu q me "desmamou" em minha primeira ida a um Estádio e me ensinou o q é torcer pelo GALO! ABS
Saudações Atleticanas.
Boa tarde amigos do Galo. O NOSSO GALO precisa urgente de um bom zagueiro, o Rabello só chega atrasado, é lento e demora a reagir. Outra posição que carece de contratação é o Gol, observem que no lance em que o América alega que houve pênalti, o Heverton fica parado no meio do gol, a bola cruza a sua frente e ele nem se move.
Campeonato Regional, seja aonde for, só não vale nada pro perdedor...
Muitos falam que não dão a mínima mas basta o juiz apitar o início do jogo final e todos vão estar torcendo pelo seu time do coração...
Em MG, o nosso CAM fez sua parte e levou o caneco pois é o melhor time no geral (elenco, estrutura, patrocínio etc) e confirmou seu favoritismo mesmo empatando os dois jogos finais...
Jogou três vezes contra o América pelo campeonato e saiu sem perder nenhum, aliás o choro é livre e fique a vontade Coelhada...
Agora que o primeiro título do ano já está registrado, vamos a luta por mais e amanhã é um ótimo dia pra confirmar o primeiro lugar geral da Libertas...
Viva o maior de Minas e bola pra frente!!!!!
OBS.: que o Sr Maurício Macedo descanse em paz nos braços do nosso PAI!!!