O jogo de agora pela manhã será determinante, não só às nossas pretensões para o ano, mas também para a reação do Torcedor. Uma vitória, desde que convincente, além de reacender as possibilidades de melhorar nossa posição e sonhos na tabela, trará de volta o maior patrimônio do Galo para essa trajetória: o Torcedor! A devoção e a paixão do Atleticano sempre foram a mola que impulsionou nosso time às grandes conquistas. Tem até um senador biônico, que foi presidente de outro clube, que confessou a inveja pelo comportamento e fidelidade da massa.
São conquistas históricas que vêm desde o Campeão dos Campeões, de 1937, o verdadeiro e primeiro título nacional disputado no Brasil. Mais à frente, em 1050, na condição de primeiro clube brasileiro a excursionar pela Europa, Galo conquistamos o título – ainda que simbólico – de Campeões do Gelo. Na era de campeonatos nacionais, novamente como time de vanguarda levantamos, em 1971, o primeiro título de Campeão Brasileiro. Pouco depois, já em 1978, em torneio oficial promovido pela famigerada e extinta CBD (que depois se transformou em CBF e nada mudou), outro campeonato denominado “Campeão dos Campeões” foi vencido pelo Galo.
Tudo isso é história. Nenhum desses títulos foi homologado pela CBF por meio de fax (na ocasião, era a maneira mais ágil de comunicação). E em todos esses momentos, a Torcida Atleticana foi a geradora da aplicação e garra dos jogadores em campo. Se essa sinergia não for capaz de fazer alguns atletas reagirem, das duas uma: o Torcedor, mesmo sem deixar de ser Atleticano como acontece com outros clubes mineiros, vai aguardar o próximo ano ou, então, esses jogadores deverão vestir a carapuça e procurar outro lugar para seguir suas carreiras. Aqui é assim. Garra, devoção, sangue nos olhos e determinação!
Não bastam apenas os três pontos no jogo de hoje, é preciso uma vitória que reacenda a nossa esperança. O Atleticano, mesmo com sua história de grandes sofrimentos e – inegavelmente – grandes injustiças (casuais ou propositais patrocinadas pela CBF e organizadores das competições), se acostumou com as conquistas obtidas nos novos tempos. De nada estavam valendo juizinhos de araque, STJD e atos administrativos da entidade – o Galo atropelou todos e conquistou grandes vitórias e títulos.
Dessa maneira, em que pese a má vontade dos organizadores e seus prestadores de “serviço”, o time tem de reagir em campo e mostrar o mesmo futebol que nos levou a conquistar as Américas, com a Libertadores e a Recopa, como também o título nacional da Copa do Brasil. Os retornos de quase todos os titulares, com poucos desfalques, obrigam, doravante, os escalados a colocar o coração no bico da chuteira. Queremos sair do Independência – que voltará a ser a Catedral do Horto – hoje com a alma lavada e com expectativa de reação no Campeonato Brasileiro.
Em tempo: Nem a falta de energia ocasional da Cemig, que me impediu de fazer esteira na academia, vai perturbar minha concentração por uma vitória do Galo.
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