Harmonia mais que perfeita: gramado e arquibancada

Quem teve o privilégio de ir ao Mineirão, vai guardar para a eternidade a memorável partida do Galo, que colocou o time agora 13 (número interessante) pontos à frente do queridinho da cbf e da tv. O adversário, Cuiabá – estreante na série A – é uma equipe muito bem organizada e que valorizou muito a nossa vitória. O Atleticano no Mineirão, nos bares ou em casa, estavam em sintonia com a equipe comandada pelo Cuca.

Foi a sétima derrota do time mato-grossense e a segunda fora de casa, em 28 jogos até o momento o Brasileiro. Diria, com tranquilidade, o time do Cuiabá foi muito mais valente e aguerrido que muitos considerados grandes clubes brasileiros, entre os que passaram por Belo Horizonte na temporada. Propõe jogo e ameaça constantemente, diferente – por exemplo – do Palmeiras que até nos eliminou na Libertadores.

Saímos em desvantagem, num lance de pura infelicidade do Nathan Silva e Éverson, naquelas bolas ameaçadoras de devolução ao goleiro. Eram dois minutos de jogo e antes dos quatro, Hulk já deixava o placar em igualdade. O bandeirinha número um – Daniel Henrique da Silva Andrade – até que se esforçou para invalidar o tento Atleticano. Em vão, o VAR confirmou o “erro” do assistente. Esse mesmo bandeira, ainda cometeu alguns “equívocos” durante o jogo, mas Sávio Pereira Sampaio conseguiu levar a bom termo a condução do apito.

Entre os amarelados, todos que me preocuparam durante a semana, nenhum deles recebeu a terceira advertência. Considere-se, nesse caso, a cbf e seu departamento de arbitragem agora está atenta, percebeu que o Atleticano deixou de lado aquele acomodado conformismo, que essa gente se valeu durante décadas. Se não apitar direitinho, a cobra vai fumar, e o Gaciba entendeu o recado. Parabéns a todos os envolvidos nessa reação junto à cbf.

Pois bem, depois do susto, tendo buscado o empate o Galo se impôs dentro de campo. Lucas, filho do meu amiGalo Jorge Guimarães da GaloSampa –, registrou: “o time é avesso a qualquer forma de tranquilidade”. E foi assim, mesmo com o gol da virada marcado pelo Jair nos acréscimos do primeiro tempo, que seguimos até o final da partida. Um olho no campo e outro no cronômetro. Até que aos 50 minutos, depois de quatro e ainda mais um de prorrogação, a Massa pode explodir e comemorar a difícil vitória sobre o time cuiabano. Na segunda etapa abusamos de perder gols feitos, por erros do alvo e a bola morrer nas mãos do bom goleiro Walter.

Ainda assim, em meio a tanta euforia e comemorações, o Atleticano – ressabiado por saber que no meio do caminho tem a cbf e a tv, muito mais perigosas que qualquer adversário – preferiu não soltar o grito de campeão. Engasgado e entalado na garganta, por várias vezes através dessa gente marota, agora a opção é pela contagem regressiva até que – se confirmar – só comemorar quando for 100% assegurada a conquista. Quem viveu 1977, 1980, 1981, 1985, 1999, 2001, 2006, 2012 sabe que não pode brincar com o sistema.

A Justiça dos Homens e a Providência Divina, salvo melhor juízo, estão atuando na reparação de tanta injustiça que essa gente suja e imunda protagonizou durante décadas. Se de boa-fé ou acuados, não me interessa, até que tentaram repetir a sacanagem, mas – salvo melhor juízo – demonstram ter recolhido suas armas. Vamos aguardar, continuando vigilantes a todo e qualquer movimento de retrocesso da moralização e ética no futebol brasileiro. Não peço benefício e sim equilíbrio e igualdade entre os times concorrentes.

Em tempo: 1) Cheguei em casa tarde e aliviado, não liguei a televisão para me ocupar e perder o bom humor com os comentaristas inconformados do eixo. Fui dormir levitando com a possibilidade real e concreta de três títulos na temporada, reitero que se confirmar não admito tríplice coroa que é coisa de rainha, nosso Galo é e sempre será Rei. Essa  tchurma da mídia tendenciosa do eixo RJ/SP merece a invisibilidade pelos mineiros. Isso, fazer que se transformem em invisíveis na nossa televisão. É incabível e inaceitável como comentam apenas pensando nos timecos dos dois estados. Sou separatista nesse caso, que disputem o Rio/São Paulo e nos deixem em paz com o resto do Brasil.

2) A Minas Arena, ao que vimos ontem, parece ter perdido a referência de bem tratar ao seu cliente, no caso o Torcedor. Na entrada do estacionamento principal, a cancela central parece ter sido confiada a um tanga frouxa, que enquanto nas duas laterais passavam cinco ou mais carros, nessa apenas um veículo. Nos bares do setor roxo superior, o caixa vendia fichas, mas a água acabou antes da partida começar. Deveria suspender a venda de produto que não têm para entrega. E até o piso, e cheguei bem cedo então não foi obra da partida, estava sujo e o sapatenis colava naquela meleca grudada no chão. Uma lástima!

Pra fechar. Não sou supersticiodo, juro, mas tenho ido com a mesma roupa. Até a peça de baixo. Liberado do teste, já tomei as duas doses, fui no Hermes Pardini. Tem dado sorte!

*fotos: Pedro Souza/Atlético