Mesmo antes de assumir a liderança — que veio com a vitória por 4 a 3 sobre o Atlético Goianiense, no sábado passado —, o Galo já fazia uma bela campanha no Brasileirão. Com um futebol convincente, já havia mostrado que é candidato sério ao título deste ano. Quem, no entanto, acompanhou o noticiário na semana passada, ficou com a impressão de que o clube está à beira do abismo e caminha a passos firmes para o atoleiro. Poucas vezes na história recente do Galo uma diretoria foi alvejada por uma saraivada tão inclemente de críticas.
O cerco à diretoria se deu, é claro, com o anúncio da possibilidade de contratação de Thiago Neves, jogador que, além de não reunir as condições técnicas exigidas em um time que pretende ser campeão, disse tanta bobagem a respeito do Atlético que acabou se tornando um dos seres mais rejeitados pela massa. A torcida protestou contra a decisão absurda de sondá-lo, numa das mais belas demonstrações de civismo alvinegro vistas nos últimos cento e doze anos. E conseguiu o que desejava: impedir que o tal Neves vestisse a camisa do Galo. Isso foi ótimo. Péssima, porém, foi a reação de um grupo de pessoas que, ao invés de saudar a diretoria por ter feito a vontade da torcida, continuou agindo como se todos ali tivessem o propósito deliberado de errar. Muita calma nessa hora!!
O presidente Sérgio Sette Câmara e o diretor de futebol Alexandre Mattos foram tratados como dois incompetentes que só falam sandices enquanto empurravam o Atlético para a mesma terceira divisão do Campeonato brasileiro que logo receberá um clube vaidoso de Minas Gerais. Viraram sacos de pancadas e se tornaram alvos de um grupo que tem se multiplicado com uma rapidez impressionante: o dos supostos especialistas em gestão esportiva.
Isso mesmo. De uns tempos para cá, certas pessoas se manifestam em público como se soubessem exatamente o que deve ser feito para montar uma equipe competitiva e vencedora. Algumas delas talvez se sintam especialistas no assunto por terem dado R$ 49,90 (praticamente cinco mensalidades do Galo na Veia Branco) à TV Globo em troca dos palpites que as fazem “mitar” (seja lá o que isso significa), no jogo de azar chamado Cartola. As críticas que esses e outros “experts” fizeram à diretoria do Galo na semana passada foi tão intensa que deixaram a sensação de que nada funciona direito na avenida Olegário Maciel, 1516. Já pensou o que teriam dito se o Galo, ao invés de buscar a liderança, estivesse se contentando com uma vaga na pré-Libertadores?
SAUDADES DO TITE
De tudo isso, fica uma lição. Por mais moderno que o Galo esteja se tornando, é preciso entender que o clube e a torcida não podem se tornar estruturas dissociadas. Precisam falar a mesma língua. Teve um momento, depois de tanto ouvir críticas à gestão do Galo, que senti uma saudade enorme do Tite. Calma! Não me refiro, claro, àquele embusteiro que sempre escondeu a incompetência atrás da fala empolada e foi um dos responsáveis pela campanha de 2005 — que empurrou o Galo para o momento mais crítico de sua história.
O Tite mencionado aqui é Cecivaldo Gonçalves Bentes. Foi diretor de futebol na gestão do presidente Walmir Pereira, sempre atuando em parceria com o empresário Toninho Abadala. Como outros que passaram pelo cargo, essa dupla entrou para a história do clube pela porta da frente e conquistou o direito de permanecer nela para sempre.
Os tempos, certamente, eram outros e o cargo de diretor de futebol exigia credenciais diferentes das atuais. Ao contrário do que se vê hoje em dia, seus ocupantes sempre punham os interesses do clube à frente das próprias convicções. Tite e Toninho jamais teriam dado à torcida razões para reagir de uma forma tão indignada quanto a que se viu no episódio da sondagem feita por Alexandre Mattos àquele tal Thiago Neves. Foi, sem dúvida, uma tremenda pisada na bola.
Mattos, que chegou ao Galo depois de uma boa passagem pelo Palmeiras, pôs em dúvida a própria competência ao afirmar que Neves tem o perfil de jogador pedido com insistência por Jorge Sampaoli. O treinador, de fato, quer um atleta criativo e eficiente para armar jogadas de ataque. Só que esse jogador não é Neves, um boleiro superado, indolente e desagregador. Se um dia ele teve tais qualidades, elas ficaram no passado.
Uma das raras provas de eficiência que ele deu no futebol em período recente foi aquele pênalti batido contra o CSA no ano passado. Chutou como quis e alcançou o objetivo que desejava… foi o que pareceu. Quanto ao resto, bem… uma das raras provas de criatividade que deu foi a saudação “Fala, Zezé!”, imediatamente adotada pela torcida do Galo. Outra demonstração de criatividade de Neves foi a ideia de cobrar R$ 20 milhões do Atlético com base naquilo que ele acha que vale. Esse dinheiro, somado aos argumentos que utilizou para cobrá-lo, talvez seja a prova de que o rapaz pretende mudar de ramo. Como não tem futuro como jogador de futebol, quer ganhar a vida como humorista. Só pode ser isso! Só pode ser isso!
Mattos pode até entender de futebol, mas demonstrou no episódio que ainda não conhece de Atlético o suficiente para merecer o aplauso da massa. Aprenderá, sem dúvida. Quando isso acontecer, nunca mais cometerá um erro tão banal. Tite, Toninho Abdala e outros que marcaram época no Clube podiam até não saber tanto sobre futebol quanto ele. Mas sabiam tudo do Atlético e jamais afrontariam a torcida daquela forma. Até porque, faziam parte dela.
Tite e Toninho estão entre os responsáveis, num momento de absoluta falta de dinheiro, pela decisão de recorrer às divisões de base e, com ela, formar o time de 1976 e de 1977, um dos maiores da história do Atlético. Outros grandes atleticanos passaram pelo posto. Um, em especial, se destacou pela habilidade com que construiu a ponte entre a torcida e o Clube. Refiro-me ao doutor Fábio Fonseca e Silva, dirigente que se tornou ídolo da torcida. Foi ele quem deu à massa o apelido de Força Atleticana de Ocupação, FAO — que acabou adotado por uma das primeiras torcidas organizadas do Galo na era moderna, os Dragões da FAO.
A sigla FAO tem uma inegável sonoridade militar e há motivos para isso. Antes de se formar em medicina, o doutor Fábio, que nasceu em Uberlândia, integrou a Força Expedicionária Brasileira, FEB, e combateu o nazismo na Itália. De volta ao Brasil, tornou-se estudante de medicina em Belo Horizonte e começou a participar da vida do clube. “Não digo que seja capaz de matar, mas sou capaz de morrer pelo Atlético”, disse certa vez numa entrevista.
Foi presidente em 1962 e 1963, anos em que o Galo foi campeão mineiro. Voltou à diretoria em 1969, como diretor de futebol do presidente Nelson Campos e foi, mais uma vez, campeão. Na conquista do título regional de 1970 e na campanha do brasileiro de 1971, doutor Fábio, com suas calças brancas e camisa preta, estava sempre no túnel, ao lado do técnico Telê Santana.
Pela ligação que construiu com a torcida — que lhe deu dois mandatos de deputado federal pelo velho MDB — o doutor Fábio foi um dos maiores e mais queridos diretores de futebol. Mas há outros que fizeram trabalhos notáveis administrando recursos que, para o Galo, sempre foram escassos. O próprio Alexandre Kalil, antes de chegar à presidência, desempenhou um papel brilhante, ao lado de Bebeto de Freitas e Eduardo Maluf, na montagem do time de 1999 — aquele que entrou para a história com duas sapecadas cruéis e definitivas sobre equipe vaidosa do Barro Preto, nas quartas de final do brasileirão daquele ano.
Bebeto e Maluf marcaram o ingresso do Galo na era dos diretores remunerados e tiveram a glória extrema de ouvir seus nomes gritados pela massa. Alexandre Mattos está há pouco tempo no Atlético e tem tudo para se tornar aquele tipo de profissional que, na definição que já se tornou clássica, “entra como funcionário e sai como torcedor”. Ele errou, e errou feio, ao achar que Neves estava à altura de vestir a camisa do Galo. Voltou a errar quando disse que a negociação só não foi adiante por preocupação com a segurança do rapaz.
Nada disso: o Neves não veio porque está longe de ser o jogador um jogador à altura do Atlético ou qualquer clube que pretenda ser levado a sério. Alexandre Mattos errou mas, com toda certeza, aprendeu que a massa cobra respeito com a mesma intensidade com que dá carinho. Ela até aceita ser contrariada, mas não pode ser afrontada. Se ele entender isso, terá seu nome gritado nas arquibancadas (algo que jamais lhe aconteceu nos outros clubes em que trabalhou) tão logo a torcida volte aos estádios. E isso, convenhamos, é honraria que equivale ao Prêmio Nobel de Futebol.
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Mais uma vez o jornalista e escritor RG,nos brinda com histórias voltadas
à ilustres personalidades que formaram e somaram para a grandeza do CAM.GALO!!
VIVAAAA O GALOOOOOOO
SIGAMOS.
RUMO À NOSSAS GRANDES METAS.
AQUI É GALO PORRA
Bom, quanto ao último parágrafo, certamente seria bom ser incensado pela TORCIDA do CAM, o que, obviamente, não inclui grupelhos ideologicamente organizados.
Quem quem ter seu nome gritado por Grupa, Galo Marx, Antifas, Galoucura...?!
Deus que livre os bons de um destino triste destes.
Torcedor organizado só serve para uma coisa: NADA.
MUIDIFIÇO ser mediador quando, mesmo implorando, alguns insistem.
Insisto em falar só de Galo e não se valer do espaço Atleticano para outras intenções.
Me ajuda! Esforço em não perder comentário ou cortar parte, para tanto necessito que se fale só em Galo.
Mais uma vez o jornalista e escritor RG,nos brinda com histórias voltadas
à ilustres personalidades que formaram e somaram para a grandeza do CAM.GALO!!
Se a vida de dirigente fosse dura assim, não haveria tantos figurões milionários pleiteando dirigir o clube. A vida de dirigente traz muitas benesses. Veja quem era Alexandre Kalil antes e depois da visibilidade que o Clube lhe deu.
Dura é a vida do torcedor, que só tem valor para esses dirigentes se for pra comprar camisa de 300 reais ou ingressos no estádio, especialmente nos momentos de crise.
Sette C é um péssimo gestor. Pior é ver gente passando pano pra esse povo. Democracia já no Atlético, com torcedor podendo participar do futuro do Clube, não deixando a Instituição à mercê de seu conselho que sempre escolhe uma meia dúzia de milionários para comandar o CAM.
Corre na boca miúda que é melhor ter mil inimigos fora de casa do que um único dentro dela. Não existe almoço grátis,e este trecho mostra bem isto [•••]"Pela ligação que construiu com a torcida — que lhe deu dois mandatos de deputado federal pelo velho mdb"[•••], quem viveu o Clube nos anos 90 sabe bem qual é o resultado de decisões erradas, muito em função de mentalidade e ideias ultrapassadas.
Não existe lugar p o dirigente que pensa q p trabalhar com futebol, basta ler sobre o assunto que se tornará qualificado para exercer a função,por isso a cada dia, a exigência se torna mais alta e no CAM ñ sería diferente. Não sou dono da razão e nem pretendo ser, prefiro guardar minha boca p comer farinha.
Saudações Atleticanas . #GALOSempre
Bom dia Massa Galuppo e Guru
Cara é um deleite ver seus posts todas as terças neste espaço. Ao invés da mesmice de temas que já se tornaram cansativos, e nos são empurrados como numa lavagem cerebral, vc nos trás histórias do clube e melhor está apresentando ao Atleticano deste espaço, personagens da nossa história que nunca chegariam a nosso conhecimento, porém sem deixar de debater o momento atual.
Sobre o tema de hoje, a diretoria tem o dever de conhecer as coisas do clube e principalmente repassá-la a todos que nele trabalham. Errou feio e por isto foi massacrada; mas quem não erra? Infelizmente estamos vivendo no mundo que todos sabem de tudo e fazem o papel de julgadores. A única verdade que existe é a verdade deles, esquecendo que temos o telhado de vidro e um dia a pedra que se atira pode quebrar nossa própria telha.
Bom dia Ricardo, Eduardo, Lucy atleticanos e atleticanas,
"É Dura A Vida De Dirigente Do Galo!"... é bom lembrar que ninguém é obrigado a ser dirigente de time nenhum!!! Todos se candidatam a esse posto... E cada um escreve seu nome na história de acordo com suas ações, do mesmo jeito que existe uma lista imensa de pessoas que trabalhou para a grandeza do Galo, existe uma outra lista imensa de pessoas que contribuiu para a nosso derrocada... E é nessa segunda lista que coloco o Sr. Sette Câmara; se mostrou totalmente incompetente para dirigir o Galo, não soube escolher diretores de futebol, aprovou contratações catastróficas que causaram e ainda vão causar grandes prejuízos técnicos e financeiros ao Galo (não se esqueçam que muitas dessas contratações ainda pertencem ao Galo e estão apenas emprestados), deixou de vender o marginal descompromissado e desinteressado no começo do ano e agora vai ter que liberar tentando apenas não ter que pagar o que ele tem direito de receber, e por fim, afrontou a nossa torcida ao tentar trazer um jogador que não tem nenhuma identificação com o Galo e sua torcida, pra dizer o mínimo... Sim, a culpa é toda dele pelo que aconteceu na semana passada, o Sampaoli, pode indicar, o Mattos pode contatar, mas o OK para seguir as tratativas tem que ser dele que é o presidente...
Sou atleticano, estou fechado com o time e com o treinador e até com o diretor, mas torço muito para os conselheiros do Galo escolham outro pra ser presidente no final do ano... Já disse e volto a dizer deve ter gente mais competente lá pra assumir... Esse sujeito não merece ser o presidente que vai inaugurar o nosso Estádio....
um ótima quarta....
Bom dia amigos do Galo. Acredito sim que tem uma boa parte da mídia Rio/SP que tem interesse em dar uma dimensão maior que a real aos acontecimentos negativos que acontecem no NOSSO GALO. Que o clube tem que pagar os salários em dia, isto é indiscutível, o NOSSO GALO deve um mês de salário aos jogadores e isto é preocupante, mas e os outros clubes? Todo dia a Globolixo e suas coligadas falam sobre isto, dão uma ênfase maior as coisa negativas do CAM e deixam de lado que o NOSSO GALO é o líder isolado do Brasileirão, que tem o melhor ataque e que é candidato ao título.
Bom dia!
Me deliciei em cada palavra, caro Galuppo!
Parabéns!!
Obrigado por esse presente, competentíssimo Eduardo D'Ávila!!
Apoio total ao Galo (diretoria, comissão técnica, time todo, Massa)!
Rumo ao Bi que era pra ser tetra ou penta, sei lá. Foram tantos os roubos da CBF capitaneada pela globolixo!!!!
Bom dia! Trabalhar com futebol exige não só conhecimento específico mas também capacidade de resiliência e bastante criatividade. Aliados à isso, a seriedade e competência em sua gestão são fundamentais, sob pena de incalculáveis prejuízos esportivos e econômicos. No caso do Clube Atlético Mineiro soma-se à essas situações a característica marcante de sua Torcida, que é muito exigente e em determinadas situações um pouco intransigente, característica de quem age com o coração e não com a razão. No recente caso de Tiago Neves, sem dúvida, houve uma precipitação de toda Diretoria, porque o Mattos sozinho não tomaria nenhuma atitude, mas, felizmente, pressionados corretamente pela Torcida não houve sequência no equívoco. Porém, não nos enganemos, futebol é negócio e deve gerar lucros dentro e fora de campo, a paixão sozinha, sem aliar-se à competência, jamais dará fruto. Então, esperamos que tenha existido aprendizado daqueles responsáveis pelo comando dos destinos do Atlético, para que não aconteçam futuramente desgastes completamente evitáveis.