Enquanto a bola rola e o Galo vem se enrolando nas competições nacionais, fora das quatro linhas o jogo não tem sido menos complicado e nem menos tranquilo para o Atlético e para os atleticanos. SAF, venda dos 49,9% restantes do Shopping, onde e como o dinheiro apurado nesse negócio vai ser aplicado, dívidas explodindo, custo da Arena crescendo, empresário (agente) penhorando receitas e muitas notícias contraditórias, são, dentre outros, os assuntos que vêm sacudindo não só os interiores do clube, mas os corações e espíritos alvinegros.
A SAF, não obstante a legislação que a ampara se constituir de um emaranhado de pontos obscuros e, segundo vários especialistas de ponta do mundo jurídico, de um cipoal de inconstitucionalidades, vem sendo apontada como a salvação da lavoura do futebol brasileiro. Não atoa, em relação às Sociedades Anônimas do Futebol já constituídas, já está sendo demandado um rosário de ações nas justiças comum e do trabalho em particular.
“É um caminho sem volta”, dizem os defensores da SAF. Mas, se essa premissa é mesmo verdadeira, qual seria o modelo de SAF ideal para o Atlético? E por que uma associação gerida profissional e responsavelmente, com controles internos afiados (compliance) e transparência, seria um modelo descartado?
Critica-se muito nestas terras tupiniquins o decantado complexo de vira-latas do brasileiro que nada de positivo enxerga por aqui e tudo quer copiar exterior, particularmente do chamado primeiro mundo. No futebol não é diferente. Não sem razão, a criatividade do jogador brasileiro foi represada e, em vários casos e momentos, até mesmo anulada em nome da implementação de modelos táticos alienígenas estupidamente engessadores, à revelia da cultura e da escola do futebol nacional.
Outra critica recorrente tem como alvo o futebol braseiro visto e entendido como produto ainda incipiente, mal gerido e que precisa passar por uma reformulação radical enquanto negócio. A constituição de uma Liga de clubes profissionais, o trato equilibrado e justo das receitas de transmissão televisiva e a instituição de um Fair Play financeiro são, dentre outras, medidas consideradas imprescindíveis para robustecer o futebol brasileiro e torna-lo atraente para os investidores interessados em adquirir uma SAF.
Clubes empresa no Brasil não são novidade trazida pela legislação da SAF. Outras normas que instituem outros modelos já vigiam no país e o Red Bull Bragantino é o exemplo mais conhecido. As SAF’s em particular e os outros modelos já existentes no país induvidosamente se espelham em experiências de outros países, notadamente do velho continente. Nesse sentido, um investidor que domine a expertise do futebol europeu e, ao mesmo tempo, tenha conhecimento da gestão de entretenimentos nos moldes americanos, é considerado por muitos o “dono” ideal da SAF a ser constituída.
Aqui é preciso abrir um parêntesis para relembrarmos dois pontos a meu ver fundamentais: primeiro, o fato de que o futebol europeu é prenhe de cases de sucesso e de fracasso tanto entre os clubes associações, quanto entre aqueles que, de acordo com a legislação de cada país, se transformaram em clube empresa. Ou seja, o sucesso e o fracasso nunca dependeram da constituição societária da entidade, associação ou empresa, e sim, da qualidade da gestão.
O segundo é o fato de que, a exemplo dos esquemas e das concepções táticas, trazer de fora e introduzir nos clubes brasileiros qualquer modelo societário sem considerar os aspectos e valores culturais do país e do próprio futebol brasileiro, desprezando a relação de pertencimento do clube com sua massa torcedora e a importância da preservação da identidade da agremiação é um formidável tiro no pé.
Ao contrário do que se vê sendo defendido aqui e ali, uma SAF para funcionar bem prescinde de um dono, figura antipática ao torcedor brasileiro e que, na opinião de muitos, conspurca com a natureza e a essência dos clubes, além de afrontar a sua história. Há pouco tempo o Atlético admitiu a possibilidade, alvissareira para muitos galistas apaixonados, de se adotar um modelo de SAF que não seria entregue a um único dono e sim a investidores, com o clube preservando patrimônio e voz nessa nova entidade.
Dizem que no futebol não existe verdade que dure 24 horas. Em relação à SAF atleticana também não. Rapidamente o discurso muda e a figura de um dono, único especial surge aqui e ali, seja em entrevistas de algum prócere do clube, seja nos mais diversos noticiários.
Muito se fala dentro e fora do clube que o Atlético não tem a corda no pescoço e que, portanto, não tem pressa em constituir a sua SAF. Coisas do Atlético, porém, o discurso tem variado de forma preocupante e 31 de dezembro próximo tem sido apontado como a data limite para que a SAF atleticana passe a existir.
O mínimo que se espera dos gestores atleticanos é que não digam mais que preservar o patrimônio é apenas uma tendência e sim, que afirmem com todas as letras que esse cuidado é clausula pétrea, assim como também inegociáveis são a identidade e o patrimônio intangível do clube como, por exemplo, esse amálgama derivado desse sentimento histórico e sagrado de pertencimento entre o Galo e a Massa. Investidor é uma coisa, dono é outra.
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Conhecido meu, nas resenhas de futebol, depois de umas seis garapa-doida na cachola, já numa voz pastosa, despejava: "tem dois trem ruim de administrá, time de futebol e cabaré".
Boa tarde!
Qual a vantagem de um investidor ser dono de uma SAF? Futebol não dá só prejuízo? No caso do Galo dizem que querem um investidor que pague a dívida e invista mais um milhão.
Vão me desculpar os administradores do Galo, torço para estar errado pela minha ignorância em finanças, mas só vemos falar que pagam uma enormidade de dívidas por ano e no final de cada ano a dívida ainda aumenta. Como um clube nessa situação por ser de interesse para um investidor? Somos 10 milhões de apaixonados, mas se fosse mesmo era só pedir uns 100 reais para cada um que o problema estaria resolvido. Sei não, sou cético quanto a essa questão da SAF. Deve ter coisa errada para um investidor colocar tanto dinheiro em futebol, a conta não fecha. Só por paixão ao Galo, se fosse trilhonario, colocaria tanto dinheiro no clube, porque como negócio lucrativo não parece ser viável.
boa tarde Eduardo e massa e max Pereira. espero eu que os donos do clube não Doa o CAM para alguns estrangeiros. etc.porque esta diretoria é péssima para vender jogadores e negociar
etc.ok eles sabem e renovar contrato de ex jogadores aposentado. exemplo. Vargas mercenário.mariano 36 anos. Hulk 36 anos. rever. Everson frangueiro. nacho preguiça. Dodô aposentado. etc. aonde estão os responsáveis por ter colocado o galo no fundo do poço de tantas dívidas? aff.a galo sempre nos ilundindo. vai galooo.
ESSE CONSELHO DELIBERATIVO DO ATLÉTICO , É UM PASSA PANO , NÃO FISCALIZA NADA E APROVA TUDO QUE VEM DA DIRETORIA.........
ISSO É FATO , E A PROVA É ESSA CALAMIDADE FINANCEIRA EM QUE ENFIARAM O GALO.
SE O CONSELHO FUNCIONASSE O GALO NÃO ESTARIA NESSA SITUAÇÃO , NESSE FUNDO DO POÇO FINANCEIRO..........
PODEM ANOTAR AÍ::::
TIME BRASILEIRO QUE SE TRANSFORMAR EM SAF , VAI ENTRAR EM UM BURACO ESCURO SEM FIM..............
"""RONALDO JÁ AMEAÇOU ABANDONAR O CRUZEIRO , SE NÃO TRANSFERISSEM PARA ELE , TODO O PATRIMÔNIO DO CLUBE""".
E ISSO FOI FEITO.
ISSO DEPOIS DO CONTRATO ASSINADO............ TIVERAM QUE CEDER PARA ELE.........
E ASSIM SERÁ COM QUAQUER CLUBE BRASILEIRO.....
AS MARIAS , VÃO SUBIR ESSE ANO , PARA VOLTAREM A CAIR ANO QUE VEM , POIS NÃO HAVERÁ INVESTIMENTOS.....
O BOTAFOGO ESTÁ NO MESMO CAMINHO......
É PRECISO OS 10 MILHÕES DE ATLETICANOS ACORDAREM PARA ESSE CAMINHO , QUE CERTAMENTE É O PIOR PARA O GALO........
Boa tarde!
Minha opinião é a seguinte: o Galo já tem dono e são os Menin. Estão a desfazer de todo o patrimônio do clube e com isso diminuindo seu valor. Se realmente pagarem as dividas que chamam onerosas com essas vendas, sobrará somente a dívida com os "bem feitores". Aí meus caros, só não vê quem não quer: "Ficamos como o clube em troca da dívida que ele tem conosco".
Abraços!
Como assim desfazendo o patrimônio? O shopping está sendo trocado por um estádio com uma fonte de renda bem maior do que o shopping,depois de terminado lógico. Qual outro patrimônio o galo está se desfazendo? Ano passado quando ganhamos tudo os "mecenas" eram ótimos,agora porque um diretor de futebol fez um monte de "cagadas" eles não prestam mais? Convém se informar melhor antes de escrever.
Boa tarde!
É só minha opinião, meu caro!
Abraço!
Lendo os comentários chega-se a uma conclusão inevitável :
poucos se dispuseram a alertar para o fim melancólico a que uma administração nefasta estava a direcionar o Clube Atlético Mineiro .
Não bastou a essa gente nos levar a disputar a série B , agora nos levam para um precipício de incertezas .
E então ?
Beneméritos , Mecenas , Salvadores da Pátria , atleticanos da melhor cepa , que SÓ pensam em se doar para o Clube , que foi que vocês fizeram ?
Está aí o resultado : patrimônio dilapidado , um campo de futebol QUE NÃO SE PAGA , e uma dívida sem precedentes .
Se a tal SAF(ado) entrar , perderemos o Clube como o conhecemos .
Dá-lhe , MECENAS !
p.s.
Mas não tem problemas : 2021 nos cumulou de alegrias e gerou créditos ilimitados para nossa paixão sem fim
CARO AMIGO JOSÉ EDUARDO BARATA , SÓ UM BRASILEIRÃO E UMA COPA DO BRASIL É MUITO POUCO , PARA ESSA DRAMÁTICA SITUAÇÃO FINANCEIRA QUE ESSA DIRETORIA ENFIOU O GALO.......
SAF NÃO .....
PAULO ROBERTO ,
não seja ingrato : tivemos um ano multicampeao ( poucos times conseguiram tantos feitos assim ) que nos legou uma MEMÓRIA TÁTICA que irá perdurar por anos e anos , não é mesmo ?
Pra quê querer ganhar ano após ano ? Bobagem !
Temos mais é que reverenciar esses caras até a próxima geração.
Dívidas ? Apenas um detalhe .
Bom dia!
Nem vou entrar no mérito da questão levantada pelo brilhante escriba de hoje, mas devo confessar que estou muito desapontado, desanimado e P da vida com essa quadrilha de presidentes, diretores e "mecenas" que enfiaram o Galo nessa dívida gigantesca. A "nossa casa" por exemplo ficou supere encarecida por causa do maldito e fdp Kalixo.
Bom dia amigos do Galo. Excelente artigo Max Pereira, parabéns.
Caro Ricardo, boa tarde,
Muito obrigado pelo feed Back e pelo carinho.
Saudações alvinegras.
Bom dia, todos! Nunca vi um agente penhorando receitas, como o colega escreveu. O que ele faz é pedir a justiça um possível bloqueio, o que em relação a venda do shopping foi negado a um agente. Incrível como esse cara que substitui o blogueiro titular escreve besteiras, parece até um Maria infiltrado na nossa página. Nesta semana o Eduardo escreveu exatamente sobre essas tentativas de desestabilizar o nosso ambiente e eis que vem esse sujeito para falar essas asneiras. Todo mundo sabe da situação financeira do clube e também do esforço da diretoria para equilibrar as contas. É claro que me preocupo com a parte burocrática do clube, mas ´eu quero ver mesmo são as vitórias e títulos. Gosto desse espaço, pois os comentários, em sua maioria, são ótimos em relação ao time, mas esses textos me desanimam a continuar acompanhando o blog.
Luís Cláudio,
Posso ter me equivocado em relação aos termos jurídicos. Se o agente tentou bloquear o dinheiro da venda dos 49,9% restantes do Shopping e tentou mesmo, o problema remanesce. O contraditório, particularmente se feito de forma respeitosa e se resume tão somente ao conteúdo, é sempre bem vindo pois contribui para o aprendizado. Agressões se perdem e nada acrescentam. Como vc “gentilmente” me alertou sobre o meu possível equívoco, só me resta agradecer. É sempre bom aprender.
Prezados Ávila, atleticanas e atleticanos!
Quem se transformar em SAF, vai SIFU! Aguardem para ver!