O golaço de Hyoran contra o Goianiense, foi uma pintura. Na meia-lua, ele matou no peito uma bola devolvida pela defesa adversária e dali mesmo a disparou para o fundo das redes. Foi um chute forte e preciso que, além de abrir caminho para uma vitória importante, mostrou o tamanho do mal que a cornetagem pode causar ao Galo.
Se Jorge Sampaoli tivesse dado ouvidos às opiniões impertinentes e cansativas dos que exigiam a exclusão no meia do elenco, teria sido condenado ao degredo um atleta decisivo. E o time estaria privado de um jogador aplicado, que tem crescido neste momento em que cada jogo se tornou uma final. Mas, não. O careca parece ter encontrado a posição mais adequada para o estilo do jogador e Hyoran, muitas vezes dado como uma carta fora do baralho, mostra seu valor na sequência que pode nos levar ao título.
Tudo bem: o desempenho de Hyoran deixou a desejar em determinados momentos da competição. Mas nada do que ele fez naquele momento dava aos corneteiros o direito de tratá-lo como trataram. A cornetagem, apenas para efeito de registro, se manifesta no momento em que a implicância com um determinado jogador se sobrepõe ao direito de criticar uma má atuação. Diante dela, nada que o sujeito faz em campo é suficiente para reduzir a fúria dos que o criticam apenas porque não conseguem viver sem pegar no pé de alguém. O corneteiro é, antes de tudo, um chato. Ele diz querer o melhor para o time quando, na prática, quer apenas chamar atenção para si mesmo. Pronto, falei!
Todo atleticano tem o direito de se irritar com as más atuações do time. Todos nós podemos e devemos criticar e cobrar atitudes diante das falhas bisonhas e dos erros infantis de marcação que resultaram em gols bobos ao longo do campeonato. Gols que nos custaram a perda de uma liderança que poderia ser folgada a esta altura. O que ninguém pode, porém, é fechar os olhos para a evolução de um clube que, a nove partidas de encerrar sua participação do campeonato, briga pelo título num momento em que, em jornadas passadas, fazia contas para não ser rebaixado.
O Galo está no páreo e lutará até o fim. Não importa o que digam os que andaram jogando a toalha e descartando antes da hora as possibilidades de conquista do título deste ano. E, nessa jornada, Hyoran tem cumprido um papel fundamental. Ele realmente não foi brilhante em oportunidades que teve nas rodadas iniciais do campeonato. Mas nunca foi um jogador que merecesse ser, como foi, tratado como a Geni da música do Chico Buarque.
Jogando um pouco mais adiantado — como tem sido escalado por Sampaoli nas partidas mais recentes — ele se tornou peça fundamental não só na armação como, também, na conclusão de jogadas. Os gols que marcou na vitória sobre o Coritiba, três rodadas atrás, e na partida do último domingo encantaram pela beleza e pela precisão dos chutes — um recurso fundamental para furar as retrancas que os adversários acostumaram a armar contra o Galo.
Outro ponto importante: a batida do pênalti contra o Bragantino, no lance final de uma partida que o Galo time perdendo por falhas bobas, revelou o sangue frio de um atleta capaz de jogar com seriedade e de preencher uma lacuna do atual elenco. Hyoran é um bom chutador. Com um pouco mais de treino e perseverança, ele pode se aperfeiçoar ainda mais esse fundamento e entrar para as galeria dos jogadores atleticanos que batem na bola com força e colocação.
No Atlético, mais do que em qualquer outro clube do planeta, ele tem a chance de tomar lições importantes com um ídolo que fez de seus chutes espetaculares e precisos uma fonte inesgotável de alegrias para a massa. Estou falando, é claro, de Éder Aleixo de Assis, o Bomba Santa de Vespasiano.
Ainda falta muito para a boma de Hyoran se tornar tão santa quanto a de Éder — que, nesse quesito, alcançou o que poucos jogadores alcançaram. Com ele em campo, o adversário pensava três vezes antes de cometer uma falta contra um atleticano. Os escanteios a favor do Galo eram comemorados pela torcida como se fossem pênaltis. Hyoran ainda não fez seu gol olímpico com a camisa alvinegra, embora tenha estado perto dele umas duas ou três vezes. Éder cansou de fazer os dele.
O primeiro dos gols olímpicos que ele marcou com a camisa do Galo foi contra o Fluminen-C, do Rio de Janeiro. A partida valia pelo Brasileirão de 1980, aquele que meses depois nos seria tirado pelo apito desonesto de José de Assis Aragão. Mas, quando o juiz não entrava em campo com a intenção de reforçar o time adversário e deixava o jogo correr, o Galo mostrava por que era o melhor do Brasil e Éder se destacava como uma das peças mais importantes daquela máquina.
O lance do gol contra o Fluminen-C é inesquecível. Logo no início da partida, como menos de cinco minutos de jogo, o lateral esquerdo da equipe carioca, jogando diante de sua torcida no estádio do Maracanã, mandou com displicência a bola para a linha de fundo. O escanteio deveria ser batido do lado direito do ataque atleticano. Éder, que estava na extremidade oposta, atravessou o campo, ajeitou a bola, se posicionou e bateu. A bola subiu, fez uma curva discreta, caiu subitamente e foi morrer no fundo das redes do time da casa.
O lateral esquerdo do Fluminen-C que jogou para escanteio uma bola que poderia ter saído pela lateral pagou o preço pela própria arrogância. Daquele dia em diante, mandar a bola pela linha de fundo e dar a Éder a chance de cobrar o escanteio passou a ser um recurso extremo de qualquer defensor dos adversários do Galo. Se o corner tivesse que ser cobrado da esquerda, Éder batia fechado e criava oportunidades incríveis de gols para seus companheiros. Se fosse pela direita, ele batia em direção ao gol e várias vezes balançou as redes em lances como esse.
A questão, aqui, não é saber quem foi o melhor chutador da história do Atlético—tema de textos publicados em oportunidades anteriores. Muitos jogadores de talento superior demonstraram essa habilidade. Nelinho foi outro deles. Oldair, Ziza (ponta esquerda do time de 1977) e, mais recentemente, Otero e Cazares cumpriram esse papel. De Ronaldinho Gaúcho, nem é necessário falar muito: falta com ele em campo era um momento de desespero para os adversários. A questão não é essa.
O que interessa é dizer que Éder está no Galo, como membro da comissão técnica permanente, e pode orientar Hyoran no momento que todos os grandes chutadores do futebol consideram decisivos para suas carreiras: os treinamentos. Nelinho não ia embora para casa, depois do treinado, antes de dar pelo menos cem chutes para aperfeiçoar a potência e a direção de suas batidas. Éder, também.
Depois que os companheiros deixavam o campo, ele permanecia no gramado e dava quantos chutes fossem necessários para alcançar sua meta. Ele tinha o hábito de pendurar uns cinco ou seis pneus na traves, em alturas diferentes. E não ia embora enquanto não conseguisse fazer pelo menos cinco bolas passar por cada um deles. Fazia isso de posições e de ângulos diferentes e, assim, aperfeiçoava o seu talento nato.
Não sei se Hyoran desenvolveu algum hábito como esse nem conheço a rotina de um jogador que chegou ao clube numa temporada em que os treinos fechados reduzem as possibilidades de se avaliar um jogador. Mas ele tem tudo para se firmar como um dos maiores chutadores do futebol brasileiro. Se quiser isso, a dica que dou é: converse com o Éder. Se existe alguém capaz de ensinar esse fundamento a alguém, é ele. Ponto final.
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Como assim, ja disse isto? Tem cinco dias que não corneto, digo, comento
Esqueceu o mixirica , sempre injustiçado
MANERA AÍ SR. GALLUPO .
QUERER COMPARAR HYORAN COM ÉDER É MAIS DO QUE FORÇAR A BARRA.
UM JOGADOR QUE MELHOROU NAS ÚLTIMAS PARTIDAS JÁ SER COMPARADO COM OS NOSSOS MELHORES DE TODOS OS TEMPOS É
"CORNETAGEM" DAS PIORES.
VAMOS TORCER PARA QUE HYORAN CONTINUE EVOLUINDO.
boa tarde Eduardo e massa e ricardo Galuppo. sou corneta queira não os verdadeiros atleticanos neste blog. sou corneta quando o treinador. jogadores. diretor e presidente merecer e pronto. mas respeito os comentários dos amigos e os verdadeiros atleticanos.ja critiquei o Hyoran muitas vezes e não rependo mas a tempos que ele esta jogando muito e agora merece elogios. agora acredito eu 7.5 milhões por 50 por cento do passe é muito caro pela idade se não for meu engano Hyoran ja tem 27 anos. lembro bem que o Nathan peladeiro estava jogando muito antes de ser comprado e depois que foi comprado e se contundiu simplesmente não esta jogando nada.amanhã teremos uma pedreira pela frente e espero eu que sampaoli não entra com 10 zagueiros para segurar empate. vai galooooo.
Tardelli fora outra vez? Ta di brincadeira esse treinador e um incompetenti mesmo
Boa tarde xará e amigalos! Quer ganhar o título brasileiro? Então que o GALO deixe de ser freguês do Grêmio em em Porto Alegre. Já se vão 7 jogos sem que isso ocorra. 2 empates e 5 derrotas. Falando em Eder Aleixo, quem dera se os atacantes atuais do GALO jogassem 10% do que ele jogou. Foi o melhor ponta esquerda que mundo já viu....
Boa tarde a todos!
Acredito que 95% da torcida do Galo já cornetou o tal Hyoran , sempre o achei um jogador mediano ,porém taticamente muito aplicado,acho que em nada se parece com o holandês famoso embora eu não o tenha visto jogar,mas me faz lembrar um outro holandês chamado DIRK KUYT que era bem,mas bem melhor que o Hyoran e não era nenhum craque ,entretanto tinha uma aplicação tática muito interessante en todos os clubes por onde passou inclusive na ORANGE . Críticas e elogios dependem da opinião de cada um e todos devem ser respeitados, e aos que tentam calar os cornetar digo lhes: o Galo é paixão e não razão.
Saudações Atleticanas
Parece até inversão de valores. A corneta estridente, furiosa, chata reclama que quem a critica está 'enchendo o saco'. Ora, mas e os estridentes, furiosos e chatos, não estariam? Chumbo trocado, rapaz! Só não vale pedir arrego ao dono do blog, hein?
Mas já que 'encheu o saco', vamos parar de falar 'corneta'. Gostei da sugestão do Kley: 'opiniões persistentes'. Vamos tucanar a corneta, kkkkkk.
Porque o direito a opinião é sagrado, mas para ser persistente tem que alugar o ouvido alheio. E essa é a diferença da corneta para a opinião: a persistência. Precisa ficar repetindo a mesma ladainha todo dia, toda hora? Que saco!
Diz o Galuppo: "O corneteiro é, antes de tudo, um chato. Ele diz querer o melhor para o time quando, na prática, quer apenas chamar atenção para si mesmo. Pronto, falei!"
Matou a pau! O corneteiro não quer exercer o seu direito de ter opinião. Ele exige também o direito de ter razão. E até que o mundo o compreenda e se modifique conforme suas opiniões, ele continua, como um menino birrento, repetindo as mesmas coisas.
Tem razão, Galuppo: o corneteiro é, antes de tudo, um chato! Um chato carente. Que precisa ficar chamando a atenção o tempo todo. Isso sim é que já deu. Que já encheu o saco!
Obrigado pela honrosa menção!
saudações alvinegras!!!
Boa tarde amigos do Galo. O nosso elenco é bom e pode render muito mais, basta que o grupo tenha como objetivo único o título do Brasileirão. Se superar o Grêmio, o NOSSO GALO ficará mais forte e acreditará mais na possibilidade do título. Os Deuses querem que NOSSO GALO seja campeão, que cada jogador, membro da equipe técnica e torcedor acredite mais na força do grupo.
concordo!
o galo, até agora, negou fogo, na hora do "vamu Vê"!
Esse é de novo, outro novo momento, a hora de mostrar que quer e pode ser campeão!
Espero que na quinta estejamos aqui eufóricos, entusiasmados, pois dessa vez nosso galo decidiu!!!
Confesso que estou um pouco receoso, sei lá se traumatizado ou se tentando me proteger de nova decepção!
Na final contra o olimpia, fui ficando é bebado mesmo, qdo o Leonardo Silva fez o 2o derradeiro, já tava tão bebado que comemorei direto até os pênaltis!
Depois daquele gol aos 42 min. do 2o tempo, sabia (como todo bebado) que o titulo estava ganho! Agora não bebo mais, fico então com o receio mesmo!
ou será que tenho que voltar a beber?
Abraço
Estão cornetando os cornetas. A situação do Hyoran faz lembrar a do Nathan, cujo futebol sumiu. Acho que Nathan custou uns 23 milhões , não sei se por 100% dos direitos. Então o Hyoran vale mais ou menos o mesmo valor. Será que vale a pena pagar os 7 milhões por 50% dos direitos. Vai que acontece igual ao Nathan.
E o Éder, virou uma versão de Candinha dentro do Galo? Não será intriga contra ele?