Pensei que uma vitória na partida de sábado, contra o ascendente time do Internacional, seria suficiente para espantar a tristeza que senti na terça-feira passada — quando o Galo parou diante de uma retranca monumental e perdeu a vaga na final da Libertadores. Mas, não! Ainda que o resultado tenha significado um passo a mais na direção de um título tão desejado, como é o do Brasileirão, a atuação do time no sábado me levou de volta à partida anterior. E me fez pensar no que teria acontecido “se” aquilo que deu certo para nós contra o time gaúcho não tivesse dado errado diante do Palmeiras.
Ser eliminado de qualquer campeonato, em qualquer circunstância, dói. Cair diante de uma equipe feia como a do Palmeiras, dói mais ainda. No momento atual, o time do Inter é superior àquele que nos tirou da Libertadores. Tem, na minha opinião, uma linha de ataque mais incisiva e perigosa do que a do adversário. A defesa, também é mais eficiente. Truculência por truculência, retranca por retranca, os gaúchos me pareceram ainda mais intransponíveis do que os paulistas.
Procurei, diante dessa comparação, uma explicação para o resultado da terça-feira e a resposta veio clara e simples: o Galo saiu da Libertadores porque cometeu erros infantis. Perdeu pênalti, perdeu gols e cometeu uma falha defensiva que foi fatal. Foram erros que, bem avaliados e discutidos internamente, poderão até servir de alerta para as próximas etapas que nos aguardam. Mas que, se não forem corrigidos, poderão nos levar a outras decepções.
Reconhecida a queda, é hora de não desanimar e dar a volta por cima. O Galo agora precisa focar no Brasileirão e na semifinal contra o Fortaleza pela Copa do Brasil. Quanto à eliminação, bem… as preocupações com Libertadores devem ficar para a próxima temporada — quando novamente estaremos na disputa. Só que, desta vez, entraremos como um dos favoritos e enfrentaremos retrancas desde a primeira partida da fase de grupos. Esta é a verdade, queiram ou não queiram nossos adversários: o Galo daqui para a frente é candidato a todos os títulos que vier a disputar.
Conforme o Departamento de Matemática da UFMG, o Galo tem 99,99% de chance de se classificar para o torneio continental de 2022 (a possibilidade de título, conforme a universidade, é de 87,2%). Por essa razão, e para não permitir que a Conmebol se torne para nós um pardieiro como é a CBF, é que devemos aplaudir e apoiar o pedido de anulação da partida contra o Palmeiras, apresentado na última sexta-feira. Há registros suficientes de que aquele babaca chamado Deyverson cometeu uma irregularidade durante a jogada que resultou no gol do time paulista. Se calar diante disso é aceitar ser tratado como o bobinho da roda.
A chance do Galo conseguir a anulação do gol palmeirense é inversamente proporcional às de participar da próxima Libertadores. Ou seja: de, no máximo, 0,01%. Mesmo assim, é preciso marcar posição. Ao apresentar uma reclamação formal, ao invés de se conformar e ficar se queixando do resultado, o Galo obriga à Conmebol a se manifestar oficialmente.
Por mais que negue o pedido, como deve negar, a entidade terá que fazer isso com base em argumentos que se tornarão públicos. Qualquer declaração que use para recusar a revisão do resultado chamará atenção para o fato e colocará em xeque a legitimidade do placar. Isso, talvez, faça com que os árbitros, daqui por diante, não sejam tão desenvoltos na hora de tomar decisões que prejudiquem o Galo.
Num ambiente em que ainda é visto como um neófito, como o da Conmebol, o Galo não pode deixar passar nada em branco. Tem que fazer o papel do chato que reclama quando é contrariado. Assim como na CBF, a balança ali dentro da entidade Sul Americana é viciada e pende mais para uns do que para outros. A prova disso foi a postura diante da safadeza que os jogadores do decadente Boca Juniors aprontaram depois do jogo em que foram eliminados no Mineirão. Os milongueiros pelotudos quebraram tudo no estádio e quem foi multado foi o Galo.
Exigir que os direitos sejam respeitados é diferente de se queixar de perseguição — apenas os mais pacóvios não conseguem perceber a diferença entre uma atitude e outra. Não é o caso de pleitear vantagens que não nos cabem, como se estivéssemos cantando os versos de Enrique Santos Discépolo no tango Cambalache: “El que no llora no mama y el que no afana es um gil” — ou, “quem não chora não mama e quem não rouba é um idiota”. Temos que nos valer de todos os canais legítimos e competentes para reclamar de tudo que ameaçar nossos direitos. Se for necessário ir à Fifa, então vamos! Isso, por sinal, ficou mais fácil agora, depois que a entidade internacional criou, também na sexta-feira passada, o Tribunal de Futebol, que havia sido aprovado em abril, no 71º Congresso da entidade.
Um tratamento mais respeitoso por parte da Conmebol certamente repercutirá na CBF — onde o Atlético nunca trabalhou de forma eficiente para ter um atendimento à altura de sua grandeza. O atual modelo de gestão do campeonato brasileiro está se esgotando e, queiram ou não queiram os que o construíram para seu próprio benefício, será substituído. As discussões em torno do calendário e do tratamento dado aos clubes que cedem jogadores às seleções (e o Galo está entre os mais prejudicados nesse quesito) são a prova de que a ordem atual está para ruir. O problema é o que será posto no lugar — e é para isso que o clube precisa manter os olhos bem abertos.
A história do futebol brasileiro é cheia de momentos em que o descaramento em benefício de uns e outros vai tão longe que acaba expondo suas intenções. Uma das mais descaradas e escancaradas demonstrações de favorecimento aos “amigos de sempre” se deu em 1979 e marcou a substituição da estrutura viciada da velha CBD por outra que, logo, logo, se revelou mais velhaca ainda. Essa história não pode ser esquecida.
O campeonato daquele ano reuniu no primeiro turno (vejam esse número, amigos!) um total de 80 times. Isso mesmo, 80 times divididos em dez grupos. Para se ter uma ideia do tamanho do descaramento, os times cariocas só entrariam na segunda fase da disputa. Não se utilizou, ao dar o privilégio aos cariocas, qualquer critério técnico. A regalia se baseou única e exclusivamente no fato de serem cariocas.
Para os paulistas, a ideia era dar o mesmo tratamento: só entrariam depois que os outros se engalfinhassem pelo país afora. Pior: o Guarani e o Palmeiras, a pretexto de terem sido os finalistas do campeonato de 1978, só entrariam na terceira fase. Os outros considerados “grandes” de São Paulo exigiram a mesma mamata e, como não foram atendidos, fizeram birrinha e se recusaram a disputar o torneio.
Na terceira fase, os sobreviventes da balbúrdia mais esses dois beneficiados, seriam divididos em quatro grupos e o melhor em cada um deles disputaria a semifinal. O Galo, que jogou todas as etapas do torneio, caiu num grupo que tinha o Internacional de Porto Alegre, o Goiás e outra equipe mineira — essa mesma que atualmente tenta com o resto de suas forças não despencar para a terceira divisão do Brasileirão.
Quando saiu a tabela, a falta de vergonha se escancarou. O Atlético teria que viajar para enfrentar Goiás e Internacional. Seu único mando de campo seria na partida contra o outro time mineiro. A falta de vergonha era evidente. O “regulamento” feito sob medida para os interesses dos queridinhos da CBD, foi sendo alterado ao sabor das vontades dos clubes protegidos.
Quando o presidente do Atlético Walmir Pereira protestou, já era tarde. Os cartolas que tinham baixado o cangote para os cariocas e paulistas se encheram de brios, bateram o pé e não quiseram voltar atrás. Por não aceitar o jogo de cartas marcadas e para não se tornar cúmplice da farsa, o Atlético, que tinha um timaço, se recusou a entrar em campo.
As confusões, as lambanças e o descaramento naquele torneio tirou da CBD o resto de força que tinha e deu origem à CBF — que já chegou rasgando a fantasia e deixando claro que estava ali para servir aos times cariocas. O primeiro mandachuva da entidade foi um tal de Giuliti Coutinho. Ex-presidente do decadente América do Rio de Janeiro, foi responsável pelas mutretas que puseram a taça de 1980 nas mãos do Clube de Regatas Dois Jogos a Menos Classificadaço — que tinha um timaço onde se destacava os craques José de Assis Aragão e José Roberto Wright, os dois maiores responsáveis por suas conquistas.
Para se ter uma ideia da força que a nova entidade deu aos clubes do Rio de Janeiro basta dizer que, entre 1971 e 1979 (enquanto a vetusta CBF comandou o futebol), apenas um clube carioca — o Vaisshhhhco da Gama, em 1974 — foi campeão brasileiro. Veio a CBF e o que aconteceu? Entre 1980 e 1989, o Clube de Regatas Dois Jogos a Menos conquistou três títulos, o Fluminen-C conquistou um e o Vaisshhhhco outro.
Giulitti Coutinho foi sucedido em 1986 pelo obscuro Octávio Pinto Guimarães, ex-dirigente do Botafogo, que cedeu o lugar três anos depois para o longo e malcheiroso reinado de Ricardo Teixeira. Tendo como únicas credenciais o fato de ter sido genro de João Havelange, então presidente da Fifa, Teixeira teria dito certa vez que, enquanto fosse presidente daquela joça, o Galo jamais seria campeão.
Situações como essa, evidente, não são mais admissíveis num momento em que o futebol brasileiro se firma como um esporte que exige investimentos cada vez mais vultosos. Investir a dinheirama que os empresários que hoje comandam o Galo investiram para, depois, ver o esforço se perder diante das mutretagens dos cartolas é algo que, certamente, não passa pela cabeça dessa turma. O caminho é promissor. Mas a obra só será completa no dia em que o time for, como já é, temido em campo, e respeitado, como ainda não é, fora dele. Bola para a frente. Eu acredito!
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TODO JOGO É UM SUFOCO.
CUCA ABRE MÃO DE JOGAR NO PRIMEIRO TEMPO E QUER DECIDIR SÓ NO SEGUNDO TEMPO.
TIME QUE QUER SER CAMPEÃO NÃO PODE EMPATAR COM O LANTERNA.
O ATLÉTICO TÁ QUERENDO PERDER ESSE CAMPEONATO.
HULK FOMINHA , PRENDE DEMAIS A BOLA , KENO DO MESMO JEITO.
E HOJE , MAIS UMA FALHA FATAL DO NATAN SILVA.
JOGAR COM BRAÇOS ABERTOS DENTRO DA ÁREA. CUCA SÓ QUER JOGAR 45 MINUTOS , NO SEGUNDO TEMPO.
Boa tarde para todos!
Oitenta e tantos por cento de chances de ser campeão? A mim isso não me diz nada, o Galo tem 49 pontos e eu nunca ví e ninguém nunca viu um time com 49 pontos ser campeão brasileiro. O Galo não ganhou nada ainda, esse trem de ficar contando pontos nas calculadoras de universidades nunca funcionou com o CAM.
boa tarde Eduardo e Ricardo! como abordado do texto, a Conmebol não passa de uma CBF . Não tem coerência e privilegiam determinadas equipe e , alguns times de países de língua espanhola. se fosse dirigente começaria a dar sinais de distanciamento dessa instituição. Quanto menos nos aproximar de podridão denominada Conmebol, maior será a preservação da qualidade do clube.
quanto a eliminação contra o palmeiras, além dos fatores apontados, acrescentaria: a falta de sorte, a baixa apresentação dos meio campo do galo no setor ofensivo e os desfalques . saudações atleticanas
boa tarde Eduardo e Ricardo! como abordado do texto, a Conmebol não passa de uma CBF . Não tem coerência e privilegiam determinadas equipe e , alguns times de países de língua espanhola. se fosse dirigente começaria a dar sinais de distanciamento dessa instituição. Quanto menos nos aproximar de podridão denominada Conmebol, maior será a preservação da qualidade do clube.
quanto a eliminação contra o plameiras, além dos fatores apontados, acrescentaria: a falta de sorte, a baixa apresentação dos meio campo do galo no setor ofensivo e os desfalques . saudações atleticanas
Uai , mas não foi isso que dissemos?
Como viraram pó os times da Itália, agora estão a caminho os da Espanha ?
O que o DOMINGOS quis dizer e eu o acompanhei é justamente isso : o futebol virou "brincadeira" de magnatas .
Tem certeza do que esta faĺando?
Não tenho conhecimento desse pó que se refere de times Italianos, diferentemente do Barcelona e Real Madri que são os únicos que não viraram empresas e estão sim a caminho de virar pó.
Manchester City e PSG demontra o sucesso de ser adquirido por quem tem grana e sabe administrar.
Sem contar o quanto evoluiu o futebol da seleção Italiana com o ganho de qualidade do futebol local, hoje seriamos presas fáceis para eles.
Esses mesmos investdores são há unica salvação para as equipes Brasileiras, com rara exceção.
É só ver o nosso Galo, saiu em dois anos do puro ostracismo dos últimos anos para virar coadjuvante.
Boa tarde, 9ALLOppo!
"A ressaca ainda não passou".
Vdd, pra mim tb ainda não passou. Nem sei em que momento ela vai passar. O que eu venho esperando por essa chance de devolver aquele 81, dentro do campo, na disputa do mano a mano, para a mulambada, não está no gibi. Achei que seria esse ano. É o jogo que eu mais espero na minha vida. Já demos uma amostra para eles na CB14, desde o ano passado no brasileiro, mas na Libertadores, é desde 81 entalado na goela, no papo, na moela. Esperava um jogo em que iríamos para o tudo ou nada, desejando a vitória, disputado dentro de um campo realmente neutro, igual seria esse ano. Com certeza se chegássemos a essa final e perdêssemos, eu provavelmente não iria me sentir tão ressacado qdo sinto desde o apito final na 3a feira.
Mesmo sabendo que podemos devolver na CB21, não me sinto satisfeito. Afinal, é outra competição e como eu disse, já deixamos o classificadaço desmoronado dentro dela. Eles sim, que nos devem uma revanche.
Que venha o brasileiro e que com ele essa ressaca passe, mas acho muito difícil.
BBOOOORRRAAAAAA 999AAAAAALLLLLLÔOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
BOA TARDE A TODOS.
É PRECISO FICAR BASTANTE ATENTO A UM DETALHE :
O URUBÚ , PROTEGIDO DA GLOBOLIXO E DA CBF , MAIS UMA VEZ ESTÁ SENDO ESCANDALOSAMENTE BENEFICIADO.
TEM NADA MENOS QUE DOIS JOGOS A MENOS E A CADA RODADA SEMPRE É O ÚLTIMO A JOGAR , JÁ SABENDO DO RESULTADO DOS CONCORRENTES.
O QUE LEVOU O URUBÚ A TER ESSE PRIVILÉGIO DE DOIS JOGOS A MENOS , E O PIOR , JOGOS ESSES QUE AO QUE PARECE FICARÃO PARA O FINAL DO CAMPEONATO.
MUITO ESTRANHO , MUITO ESTRANHO........
Qual o benefício de ser o último a jogar se o seu adversário jogar antes e vencer? Se o Atlético tiver a COMPETÊNCIA de vencer os jogos dele, de que adianta o adiamento dos jogos do Urubu? Se o Galão da Massa focar apenas nos próprios jogos e esquecer os adversários, fatalmente será o Campeão Brasileiro. Precisamos de 10 vitórias em 16 jogos (9 jogos em casa) para levantamos o caneco. Esqueça as teorias da conspiração e lembre-se: O ATLÉTICO DEPENDE APENAS DELE (e é disso que eu tenho medo). Abraços!
Paulo Roberto, também atentei para este detalhe , do ultimo a jogar, já sabendo de antemão o que precisa. IMORALIDADE. O que me desespera é ver que poucos torcedores notam isto e o diretor de futebol nada fala, parece que não é com eles. A incompetencia deixou sequelas , somente acordarão pra vida quando o roubo estiver consumado
Se o galo tivesse passado pelo palmeiras na terça, será que jogaria com tanta garra contra o inter? Veja que o palmeiras empatou em casa com o juventude. Por mais que a gente questione esse comportamento que às vezes acontece, acho que a eliminação na libertadores deu um impulso a mais pra gente conquistar o tão demorado título brasileiro.
Boa Tarde,
Em se tratando de preços para assistir jogos neste momento o protocolo do Estado de São Paulo só contempla a carteira de vacinação para quem já tomou as duas doses da vacina e teste de Covid-19 para quem ainda não tomou.
Esse procedimento já ajuda nos custos.
87,2 % de chance de título? Qdo se pega uma caneta e um papel em branco pode-se esperar tudo,afinal,coitado do papel,ele aceita tudo. Fico imaginando de onde aparecem certos nº apontados nestas estatísticas q volta e meia aparecem por aí. Será q levam em conta a tabela? Falando 48 pts a serem disputados e o GALO com UM a mais nesta relação, penso ser furado qq prognóstico neste momento. Assim como o papel aceita tudo,no mundo dos matemáticos a "estatística" é a ciência q diz q se eu comi um peixe e vc ñ comeu nenhum,teremos comido,em média, meio peixe cada um,ou seja, é como os bebuns usam o poste,mais p apoio do q para iluminação. Qdo ñ tem poste o bebum inevitavelmente vai ao chão, daí...um jogo de cada vez e só!
Saudações Atleticanas
JOSÉ ROBERTO ,
sensacional a sua definição de estatística .
Não sei qual foi melhor , a do peixe ou a do poste .
Eu SE divirto com os narradores e comentaristas quando lançam aqueles percentuais no ar .
Resta perguntar a eles : e daí ?
"[•••]Eu SE divirto com os narradores e comentaristas quando lançam aqueles percentuais no ar .[•••]
Somos dois prezado JOSÉ EDUARDO! Eu se divirto com a cara de paisagem dos "estatísticos do microfone" qdo todas _todas mesmo_ suas previsões vão ao ralo assim q as partidas terminam. São hilários os pormenores,e, enjoativas as tentativas de explicar o q deu errado,só me resta rir daqle monte de bebum sem poste p escorar...Forte abraço!
Saudações Atleticanas