“Dr. Douglas, acho que estou ficando neurótica e preciso de ajuda. Namoro há pouco mais de um ano. Meu namorado é maravilhoso e faz tudo para me agradar. Entretanto, eu vivo assombrada com a possibilidade dele acordar um dia e concluir que não gosta mais de mim. Se ele me trata um pouquinho diferente do que o de costume, eu começo a ficar preocupada. Se ele não me dá notícia até certa hora do dia, por exemplo, começo a achar que tem alguma coisa errada. Nunca tive coragem de falar nada sobre isso com ele e acredito que não o deixo perceber a minha insegurança. Não cobro nada, mas, fico angustiada. No fundo eu sei que é tudo coisa da minha cabeça, resultado de outros relacionamentos frustrados. O que faço para relaxar, acreditar que ele gosta de mim de verdade e curtir o meu namoro sem neuras”?
Resposta:
Querida leitora, a sua pergunta nos convida a pensar nas três instâncias temporais: passado, presente e futuro. Irei responder sua dúvida a partir desta divisão temporal. No tempo presente temos a constatação do real. Ou seja, existe um namoro recente, com pouco mais de um ano, saudável, no qual seu namorado é bom e faz tudo pra te agradar. Sobre o futuro, nós temos condições de pensá-lo apenas no tempo presente, pois, afinal de contas, ainda não inventamos a máquina do tempo, certo? Agora, qual é a forma correta de pensarmos o futuro? Realista ou fantasiosa?
Grande parte das pessoas sente uma necessidade absurda de ter segurança sobre o que acontecerá em suas vidas. No entanto, isso não é totalmente possível, uma vez que ter controle sobre, tudo é algo fantasioso. O que precisa ser entendido é que, para se ter uma vivência mental saudável, deve-se observar dois pontos fundamentais. O primeiro é aprender a ter uma convivência pacífica com o quesito dúvida. Ou seja, tudo pode acontecer em nossas vidas. Não adianta querer ter certeza e segurança de coisas que não são possíveis de ser obtidas. O segundo aspecto é que, o máximo de dados que temos para analisar as nossas possibilidades futuras, são exatamente os que temos no presente. Ou seja, o que você tem de real? Uma relação boa que, a princípio, não tem a menor sinalização de dar errado. Se vocês estivessem brigando, se ele estivesse te traindo, ou você desconfiando disso por causa de atitudes dele como sumir, desligar o celular, entre outras, existiriam razões reais para preocupações.
Depois você mencionou acreditar que essa angústia seja resultado de relacionamentos anteriores mal sucedidos. Ou seja, agora, estamos falando do tempo passado. Você traz experiências ruins desses relacionamentos para o presente e constrói fantasiosamente o temor do futuro. Aí eu te pergunto: quando é que você irá separar cada um desses tempos de forma adequada, sem misturá-los, e se dar de presente, o seu próprio presente que está sendo ótimo? Você relatou que tem um namorado que faz tudo pra te agradar, lembra?
Dica pra você: Quer dizer que se ele te trata um pouquinho diferente do que você está acostumada, você entra em parafuso? Atente-se ao fato de que as pessoas não são máquinas e não agem de forma totalmente padronizada. Se ele não te ligou numa determinada hora, como de costume, isso não quer dizer que ele não goste de você, tampouco que está fazendo algo errado. Ele pode simplesmente ter se esquecido, pode estar em um dia ruim ou, simplesmente, não ter tido vontade, ora! Isso pode acontecer vez ou outra e não significar nada. É absolutamente normal as pessoas terem variações circunstanciais de comportamento. O que poderia causar certa estranheza é se ele mudasse o comportamento com você para pior e fizesse isso com mais frequência.
Sobre o fato de você nunca ter tido coragem de falar com isso sobre ele, por mais que eu sempre defenda o diálogo nas relações, fiquei me perguntando até que ponto isso seria saudável nesta situação específica. Porque, na relação, tem coisas que pertencem ao eu, ao nós e ao outro. Essa insegurança é sua. Não há reclamações palpáveis e não há de se ter cobrança. Se você falar isso, pode até ser que ele se sinta pressionado a ter que ser “perfeito” com você o tempo todo. Isso poderia ficar sufocante e até mesmo sobrecarregar a relação. Portanto, penso que o fundamental para você, seja fazer essa divisão temporal de uma maneira racional e objetiva, sabendo que as pessoas podem fazer coisas diferentes das habituais e que isso não representa ameaça à sua relação. Valorize sua realidade no presente sem se deixar contaminar por insucessos amorosos já vivenciados.
Envie sua dúvida para perguntaUAI@gmail.com Não identificamos os autores das perguntas.
Um abraço,
Douglas Amorim
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Interessante acompanhar esta coluna e comprovar que todo mundo deveria ir ao psicólogo.
Olá, Kaka! Obrigado pelo seu comentário e por ser leitora da minha coluna. Fique à vontade para enviar perguntas! Grande abraço!
Douglas, você brilhou nessa resposta. Quanta clareza e sensatez , estou adorando esse canal.
Querida Soraya, bondade da sua parte. Muito obrigado pelos elogios!