“Prezado Dr. Douglas, sou casada há 08 anos. Casei-me com apenas 01 mês de namoro. Estávamos apaixonados. Eu então, nem se fala. Ele é muito ciumento e possessivo. Abri mão de meus amigos e da minha personalidade. Ou seja, evitava situações para viver bem ao lado dele. Tivemos um filho após 02 anos juntos, pois ele queria muito ser pai. Então, aí começaram os meus problemas: ele jogou toda a responsabilidade pra mim e só quer ficar em casa, jogando (computador e celular) o tempo todo. Não dá atenção pra mim nem para o filho. É muito grosseiro comigo, com nosso filho, com meus amigos e familiares. Com os amigos dele, parece se outra pessoa, mostrando-se agradável, divertido e muito legal. Porém, com os meus, sempre está de cara fechada, com mal humor, olhando só para o celular (jogo, whatsapp e facebook) . Já me separei dele por 20 dias (fui morar com meus pais novamente. Eles são contra meu casamento e me aconselham a separar de todo jeito). Durante estes dias ele disse que iria mudar. Porém, foi fogo de palha. Não vivemos bem, ele não quer separar, dificulta minha vida e usa nosso filho com chantagens emocionais. Sempre fui provedora de casa junto com ele. Tinha uma profissão sólida e ganhava muito bem. Porém, devido ao grande estresse (sobrecarga de trabalho, filho, dinheiro, falta de companheirismo, e, claro, muita responsabilidade com o trabalho em si) decidi dar uma pausa na minha profissão e dedicar um pouco mais ao meu filho que, na época, tinha apenas 02 anos . Atualmente, comecei uma nova carreira e, como todo o começo, ainda não sou tão bem remunerada. Estou lutando muito para ser reconhecida no trabalho. Sei que não quero mais esse relacionamento, pois desejo ser feliz, ter um companheiro carinhoso, sociável, alegre e mais parceiro. Claro que ele tem qualidades, porém, neste momento, os defeitos superam estas qualidades. Estou muito insegura. Tenho medo do futuro e de voltar pra casa dos meus pais. Tenho um ótimo relacionamento com eles, mas, também são muito possessivos. Preciso de um help. Você pode me ajudar? Abraços”.
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Resposta:
Querida leitora, você não acha que foram rápido demais? Casar-se apenas com um mês de namoro é algo muito, mas muito arriscado, mesmo! É claro que algum leitor poderia me questionar dizendo algo do tipo: já conheci gente que se casou após um mês de namoro e casais se uniram após cinco anos. O primeiro relacionamento deu certo e o segundo não. É claro que isso pode existir e que a questão do tempo pode não ser uma verdade universal, que determine o sucesso ou o fracasso das relações. No entanto, a experiência clínica de consultório – e de vida também – aponta para o fato de ser necessário conhecermos minimamente, a pessoa com a qual pretendemos nos casar. E, pra isso acontecer, não tem como; leva-se algum tempo. Um mês? Um ano? Dois? Ninguém tem esta resposta, mas, trinta dias, é muito pouco para sabermos mais sobre a vida da pessoa: família, temperamento, projetos, personalidade, desejos, forma de lidar com os problemas, visão de mundo, postura social, modo de lidar com trabalho e dinheiro e mais uma infinidade de coisas. Casar só por amor, sem considerar outras coisas que são tão importantes quanto este sentimento, pode ser muito perigoso.
O que aconteceu foi que vocês queimaram etapas. Ou seja, deixaram pra se conhecer depois que se casaram, percebe? Neste cenário, você descobriu um marido ciumento, possessivo, que não coloca a família como prioridade, que desdenha dos seus amigos e trata muito bem os dele. Faz pouco caso dos seus familiares e é grosseiro com eles. Somado a isso, apresenta-se de forma imatura, ficando constantemente no celular, brincando com joguinhos ou então, nas redes sociais. Da maneira que você disse, ele mais se parece com um adolescente, do que com um adulto. Quis ter um filho, porém, não mostra tino paternal. Afinal de contas, o telefone celular é muito mais divertido e interessante do que brincar com o filho. Prometeu mudar e, logicamente não cumpriu, possivelmente por não ter maturidade para tal. Usa o filho de vocês para fazer chantagem emocional e ainda diz que não quer se separar, dificultando sua vida. Será que vale a pena levar isso adiante?
Dicas pra você: qualquer relacionamento pode ser transformado desde que existam dois ingredientes fundamentais. Diálogo maduro e honesto, aliado a mudanças de atitude. Sem isso, nada feito. Ao que tudo indica, no seu casamento, faltam as duas coisas por parte dele. Seus pais observam a situação que você vive e, obviamente, sendo bons pais, reprovam a conduta do seu marido. Já te aconselharam a separação e permitem que você volte a morar com eles. Foi dito também que eles são pessoas possessivas (o que será que você buscou, procurando se casar com alguém com essa mesma característica dos seus pais? Vale a pena refletir sobre isso). O que é preciso pensar agora, querida leitora, são sobre os defeitos dele.
As pessoas, quando pensarem em se casar com alguém, precisam avaliar se darão conta de conviver com os defeitos daquele ser humano. Digo isso porque, conviver com a parte boa, com as qualidades, é muito fácil, certo? A parte ruim é que são elas. Você mesma já frisou que as qualidades foram superadas pelos defeitos. Dito isso, eu te pergunto: qual seria o sentido de permanecer neste relacionamento? Voltar pra casa dos pais nunca é fácil, mas, o que é pior? Lidar com algum sentimento de posse por parte deles ou viver num inferno? Você já está recomeçando sua vida profissional, o que faz muito bem, diga-se de passagem. A palavra de ordem na sua vida agora chama-se recomeço. Nada de ficar se culpando por ter feito escolhas erradas e, talvez, impulsivas. Hora de olhar pra frente, aceitar ajuda de quem está disposto a fazê-lo, arregaçar as mangas e ir à luta. Boa sorte e tenha confiança em si mesma!
Um abraço do
Douglas Amorim
Psicólogo clínico, pós-graduado em Psicologia Médica, mestre em Educação, Cultura e Sociedade
Consultório: (31)3234-3244
www.douglasamorim.com.br
Instagram:@douglasamorimpsicologo
Canal no youtube: https://www.youtube.com/user/douglasdanielamorim
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Trouxa
faz o seguinte..espera seu marido fazer 15 anos (pelo relato ele parece ter uns 10, se tanto) aí pode ser q ele amadureça;;
Gostaria de dizer à essa leitora apenas um coisa: seus pais podem ser possessivos, mas certamente o são para o seu bem. Volta correndo para sua casa e recomece sua vida. Não existe ninguém que vá te amar mais que seus pais e que sejam mais consfiáveis que eles.
Este é o perigo da carência e de tomar decisões baseadas apenas na paixão. Ela não conseguiu enxergá-lo por uma perspectiva mais racional. Ela se apaixonou pelo "ideal" que construiu daquele indivíduo. Aquele "homem perfeito, príncipe encantado" só existia na mente dela. Pelo visto a própria família e amigos tentaram alertá-la do perigo. Não conhecemos sua história de vida, mas torço para que ela tome decisões mais acertadas daqui para frente. Temos um ano novinho adiante. Desejo-lhe boas escolhas!
Devem ter juntado... Para casar no cartório tem todo um procedimento, inclusive o proclamas, e com isso demora mais que 30 dias.
Esta mulher é louca! Casar após um mês de namoro é algo extremamente perigoso. Segunda loucura: - Ter um filho com uma pessoa que se tornou uma ameaça à sua vida. Terceira loucura: - Permanecer oito anos ao lado desta pessoa. Tudo se resume num problema maior chamado BAIXA AUTO-ESTIMA.
Não é tão simples assim. Antes de apontar o dedo para a moça, veja a situação. Você percebeu o que ela buscou no relacionamento? Percebe a semelhança entre o marido e os pais? Percebe que ela não casou com o marido? Quando perceber tudo isso ficará mais fácil de entender. E não tem nada de baixa auto estima.