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Resposta:
Querida leitora, em primeiro lugar, gostaria de lhe dar os parabéns. Não se encontra por aí uma mulher como você, que demonstra um sentimento de gratidão tão valioso e raro nos dias de hoje. Vejo, atualmente, as pessoas cada vez mais voltadas para seu próprio umbigo, sem nenhuma ou muito pouca consideração pelo outro. Isso tem acontecido tanto em termos de relacionamentos sociais, quanto afetivos. Vivemos uma espécie de era da descartabilidade, na qual, se nosso parceiro (a) nos desagrada em qualquer aspecto, logo pensa-se em separação e troca de companheiro (a), assim como quem troca de roupa. Ou seja, as pessoas hoje, são substituídas praticamente da mesma forma que trocamos um telefone ou computador, quando apresentam algum defeito. Com isso, os seres humanos passam a se tornar objetos a serem consumidos, totalmente passíveis de substituição, caso apresentem algum “problema”.
Um vez mencionado tal aspecto, torna-se necessário frisar todo o esforço que você vem empreendendo para melhorar seu relacionamento. O sexo faz parte de uma relação afetiva saudável e todos nós temos necessidades mínimas para ficarmos satisfeitos. O fato de tentar esquentar a relação, propondo coisas diferentes, usualmente é um bom caminho a ser percorrido quando o sexo não está legal. Entretanto, querida leitora, diante das coisas que você mencionou, creio ser muito difícil funcionar a contento. Isso tudo, em virtude das circunstâncias físicas e psicológicas pelas quais ele vem atravessando: depressão, problemas com amigos e família, obesidade, uso excessivo de álcool e falta de cuidados com o próprio corpo. Tudo isso pode afetar e muito, tanto o desejo, quanto o desempenho sexual.
Quando juntamos todos esses elementos, a dificuldade sexual acaba sendo o resultado de tudo o que foi descrito. Portanto, se esses problemas não forem encarados e tratados, é bem provável que o sexo não melhore. A coisa funciona mais ou menos assim: imagine que você tem uma infecção e que, um dos sintomas, seja febre. Se você tomar um antitérmico, a febre até irá baixar, porém, por um curto período. Logo logo ela retorna, porque o que causa a febre, não foi efetivamente atacado. O correto seria usar o antibiótico, associado ao antitérmico, para que tanto a infecção, quanto a febre, possam ser debelados. A apimentada que você dá na relação é como se fosse o antitérmico. Até funciona, mas, dura pouco tempo. Por isso que as suas relações sexuais continuam acontecendo a cada dois meses.
Dicas pra você: volto a dizer que seu sentimento de gratidão é louvável. Entretanto, quando temos gratidão por uma pessoa, não podemos confundi-la com escravização. Ou seja, não é porque alguém te ajudou em uma fase difícil da vida, que você tem de estar condenada a viver infeliz ao lado dela, pelo resto da sua existência. Foi dito que agora é que ele precisa, mais do que nunca, da sua ajuda. Eu questiono um pouco isso, sabe. Você já tem o ajudado bastante. Só que, toda ajuda tem limite, principalmente se o outro não quiser recebê-la. Na minha humilde opinião, o que ele precisa mais do que nunca, é ajudar a si mesmo. Você não é médica, não é psicóloga, não é nutricionista, não é educadora física etc. Essas são as pessoas as quais ele precisa recorrer. É bem provável que a medicação que você citou, tenha sido um indutor de ereção. De fato, alguns deles podem dar dor de cabeça. Porém, é preciso que se saiba que existe um verdadeiro “arsenal” de medicamentos dessa categoria, que podem ser tentados. Basta conversar com o urologista dele, relatar o que houve e fazer novas tentativas.
Agora, se as questões psicológicas – depressão, ansiedade e uso de álcool, entre outras -, não forem tratadas, paralelamente à obesidade, dificilmente ele terá qualidade de vida e isso continuará repercutindo na sua relação. Todos nós fazemos escolhas. Ao escolher o auto-abandono, quase sempre estamos escolhendo que o outro nos abandone. Fique bastante atenta ao que ele está escolhendo pra si e, caso deseje, peça para ele ler este pequeno texto. Pode ser que o ajude a tomar consciência do risco real de te perder. Infelizmente, se ele não escolher se ajudar, não há o que se fazer. E, quanto a você, preste muita atenção aos seus limites e muito cuidado para não se condenar a uma vida afetiva triste. Insisto em dizer: você está de parabéns por lutar pelo seu relacionamento. Só que, pra funcionar, o outro tem de querer lutar também. Tratamentos para o quadro dele existem aos montes. Decidir fazê-los, é outra coisa. Boa sorte pra você!
Um abraço do
Douglas Amorim
Psicólogo clínico, pós-graduado em Psicologia Médica, mestre em Educação, Cultura e Sociedade
Consultório: (31)3234-3244
www.douglasamorim.com.br
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Canal no youtube: https://www.youtube.com/user/douglasdanielamorim
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