“Olá, Dr. Douglas Amorim. Tenho 24 anos e, diferentemente da maioria das garotas, não pretendo me casar, nem morar junto, nem construir uma família tradicional. Filhos eu quero, apenas um, daqui a alguns anos. Pensei em adotar, mas quero um filho meu. Obviamente, terá a figura paterna, que jamais negarei na vida do meu filho. Porém, não dividiremos o mesmo teto. Pode ser que eu mude de ideia, mas, tenho uma opinião bastante formada a respeito deste assunto. O problema (se é que pode ser chamado assim) está em mim. Desde novinha, nos primeiros relacionamentos, já detestava grude e só atraio gente assim. Atualmente namoro um rapaz da minha idade. Ele é doido comigo. Não é me gabando, mas ele está de quatro! Já eu, nem sei. Gosto dele, mas, longe de sentir ‘amor’. O que nos mantém juntos , é o fato dele não invadir meu espaço, mesmo querendo. Digo querendo, porque eu sei que é o que ele deseja. Saber onde estou, onde fui, onde vou, com quem etc. Cortei as asas dele, logo quando nos conhecemos, e ai dele se tentar me invadir. Não vejo problema algum ao pensar que posso ser uma beata no futuro. Até quero. Tenho muitos planos e ter alguém não é um deles. Eu me acho um pouco avessa ao convívio social. Evito o que dá pra evitar. Não me enquadro no normal e nem quero. Entretanto, fico com uma pergunta: será que tenho algum distúrbio mental”?
Envie suas dúvidas para perguntaUAI@gmail.com Não identificamos os autores das perguntas
Resposta:
Querida leitora, a sociedade, ao longo dos tempos, tende a padronizar o comportamento das pessoas. Em síntese, o que é entendido como sendo normal. Isso varia de acordo com a cultura, localização e período histórico em que cada povo vive. Uma das maiores demonstrações de padronização de comportamento se chama moda. De tempos em tempos, opta-se por usar determinado tipo de vestimenta que, daí a pouco tempo é trocada por outra e assim sucessivamente. Particularmente não gosto de padronização de comportamentos, a não ser alguns mínimos necessários, para que a vida civilizada seja possível. Fora isso, o que venho percebendo é que, padronizar comportamentos, é sempre um bom negócio e alguém sempre sai ganhando com isso de alguma forma.
A estética é outro bom exemplo. Determina-se quais são os biotipos mais adequados e, por conseguinte, uma parafernália de coisas a passam a ser comercializadas, para que aquela forma física seja obtida. Assim, ganha-se bastante dinheiro, convencendo-se as pessoas a adotarem tais posturas. Até mesmo a questão da exigência social para se ter filhos é uma representação contemporânea de um discurso muito antigo, adotado pela igreja. Quanto mais gente no mundo, mais fieis e, por conseguinte, mais contribuição para a instituição religiosa. Até hoje a igreja condena sexo sem ser para fins reprodutivos. Por isso, camisinha e anticoncepcionais são abominados. Se filhos são um bom negócio, automaticamente, o casamento também o é. Tanto para o estado, quanto para a igreja.
Pois bem. Dito isso, vamos nos concentrar no modo como você deseja levar a sua vida. Pelo visto, você é uma pessoa que ama sua liberdade e que não está disposta, minimamente, a abrir mão dela. Pode ser uma atitude um tanto quanto radical, mas, cada um de nós, tem o direito de escolher viver da forma como bem entender, sem que isso prejudique aos outros. Necessário também, é ser consciente dos ônus e dos bônus que fazem parte de qualquer decisão que queiramos tomar. Atualmente você está namorando um rapaz e diz que ele tenta saber das coisas da sua vida. Onde você vai, com quem vai e quando vai. Se ele abrir mão disso e se adaptar à sua forma de ser, a relação pode até perdurar. Entretanto, se isso for fundamental pra ele, daqui a pouco vocês, fatalmente, irão terminar. Para um grande número de mulheres, casar e ter filhos são os maiores planos de suas vidas, mesmo em pleno século XXI. Pra outras, o plano é construir uma boa carreira e ter sucesso e conforto financeiro. No Brasil, já é expressivo o número de mulheres que não planeja ter filhos, o que demonstra uma mudança de cultura.
Dicas pra você: o fato de você ser uma pessoa mais reservada e que deseja pouco convívio social, não necessariamente quer dizer que você tenha algum transtorno mental. Porém, é preciso saber que um mínimo de convivência é necessário, sobretudo, você que deseja ter um filho. O fato de não se enquadrar no normal, de acordo com suas palavras, não quer dizer que você seja uma pessoa doente. Significa apenas que você pensa diferente e que não quer levar uma vida massificada e padronizada como a maior parte das pessoas têm. Não há nada demais nisso, volto a dizer – desde que se tenha consciência do que se ganha e do que se perde com tais escolhas. Temos mais é de procurar vivermos bem, dentro das possibilidades que o mundo nos apresenta. Do que adianta ser totalmente adaptada a tudo o que te falam e ser infeliz? Vista-se como quiser, trabalhe e/ou estude coisas com as quais se identifique, leve a vida social da maneira que melhor lhe aprouver e busque ser feliz acima de tudo.
Um abraço do
Douglas Amorim
Psicólogo clínico, pós-graduado em Psicologia Médica, mestre em Educação, Cultura e Sociedade
Consultório: (31)3234-3244
www.douglasamorim.com.br
Instagram:@douglasamorimpsicologo
Canal no youtube: https://www.youtube.com/user/douglasdanielamorim
***** A pergunta na íntegra está disponível no próprio vídeo, logo abaixo ***** Envie…
***** A pergunta na íntegra está disponível no próprio vídeo, logo abaixo ***** Envie…
***** A pergunta na íntegra está disponível no próprio vídeo, logo abaixo ***** Envie…
***** A pergunta na íntegra está disponível no próprio vídeo, logo abaixo ***** Envie…
***** A pergunta na íntegra está disponível no próprio vídeo, logo abaixo ***** Envie…
***** A pergunta na íntegra está disponível no próprio vídeo, logo abaixo ***** Envie…
View Comments
Olá, sou a leitora que enviou a pergunta.
Não citei mas sou bissexual.
Obrigada Dr. Douglas, por ter me respondido.
Doutro Douglas Amorim, mais uma vez meus parabens, gostaria de enviar vc um momento em que eu estou vivendo e com o devo proceder, qual é o email?
Eu acho que vc é lesbica e ainda não descobriu, tenta se relacionar com outra mulher, talvez vc encontra seu outro lado.
Vc não é anormal, vc tem o direito ser od jeito que vc quer, tenho uma amiga que pensava igual a vc, quando ela foi vê, era lesbica. Só tome cuidado para vc não ir pisando nos sentimentos dos outros, o cara envolve com vc, e acaba nao sendo correspondido do jeito que ele esperava.
Olá, sou a leitora que enviou o e-mail.. Não citei mas sou bissexual (bem resolvida).
Sua amiga mudou o ponto de vista, quando começou a se relacionar com mulheres?
todas as mulheres querem casar...o que não querem é marido