“Boa noite, Dr. Douglas. Estou me sentindo um inútil desde que fui demitido do meu último emprego. Não consigo desabafar com minha mãe porque ela é super protetora e autoritária. Tenho 24 anos e não consigo outro trabalho há um ano. Sou formado em curso técnico e me graduei em uma faculdade pública, num curso que gosto, no qual fui bem, mas que não é reconhecido pelo mercado. Terei que fazer outro curso superior para ser reconhecido e ainda terei que ser fluente em um idioma para conseguir outro emprego. Eu teria que investir muito mais tempo e dinheiro sem saber se terei retorno. Não tenho forças para estudar para passar em outro vestibular e o d esânimo tomou conta de mim. Hoje só como e durmo. Sinto que todo esforço que fiz nos estudos não valeu a pena e minha autoestima está tão baixa que penso em dormir até não acordar mais. Além disso, comecei a procurar empregos de baixíssima qualificação e remuneração só para não ficar em casa. Acredito que errei em todas as escolhas que tive e serei um fracassado para o resto da vida. Obrigado por ler.”
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Um abraço do
Douglas Amorim
Psicólogo clínico, pós-graduado em Psicologia Médica, mestre em Educação, Cultura e Sociedade
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Meu caro, você ainda é jovem, tem só 24 anos e uma vida inteira pela frente. Se sua mãe é super protetora, pressuponho que ela se preocupe com você e que jamais o deixaria passar necessidades. Aproveite esse tempo que você está desempregado e, em vez de dormir, recomece, às vezes só precisamos dar a cara a bater. Faça aquilo de que goste, comece estudando aos poucos, verás que se transformará em hábito, mudar a rotina faz bem.
Meu caro amigo
Eu passo pela mesma situação
Sou graduada, me dediquei a beça
Investi pesado em cursos
A exatamente 3 anos empenhei para uma vaga em um banco em minha cidade
Era meu sonho, eram mais de 250 pessoas para 5 vagas, ainda assim me mantive forte até o final das inúmeras seleções e consegui
Eu omiti no início da seleção que tinha um filho especial eles descobriram
Meu contrato só faltava eu assinar
Me descartaram por puro preconceito
Desse dia até um tempo atrás decidi trabalhar pra mim
Meu negócio não escapou dessa crise
Que sim ela existe e só não vê quem não quer
Comecei enviar a exatamente um mês currículos para intercalar com meu negócio e simplesmente nada
Me candidatei a vagas de 1.000 reais
E nem pra entrevistas me chamaram
Meus pais me olham com ar de fracassada
Não tenho dinheiro pra nada
E não adianta o povo vir com essa conversinha fiada que dinheiro não é tudo
Enquanto meu negócio me rendia bem MEUS PAIS APLAUDIAM
QUANDO EU TINHA UM CARRO NA GARAGEM MEUS PAIS IAM ONDE QUERIAM E NUNCA FIZ CONTA DE KM E GASOLINA
Hoje estou sem carro
Me humilham
Moro com eles meu apartamento que comprei só fica pronto em dezembro
E nem dinheiro pra mobiliar do jeito que eu planejei tenho
Essa noite orei e sinceramente estou pensando de ver de limpar chão sei lá
Sei lá
Porque preciso fazer algo
Eu ficar aqui chorando pitangas só vão pensar que eu sou mais fracassada do que já pensam
E que eu nasci pra ser aquele -0,0010 negativo
Vou me reerguer pode demorar o que for
Serei bem sucedida
Vivo pra isso
E quando meus pais vierem com lenga lenga de filha pra lá e filha pra cá
Não irei engolir verdades não
Vou falar tudo
Não quero ajuda financeira de ninguém
Mais não quero ser humilhada não
Porque quando a gente tá FUDIDO não aparece um pra falar suas qualidades (isso é o básico quando nos sentimos um inútil) e quando estamos bem (aparece nego dela do escafundó dizendo que somos batalhadores)
Meu irmão estava na mesma situação que eu
Passou em um concurso É O QUERIDINHO
Eu kkkkkkkkkkkkkkkkk a pata feia do ninho do desgosto
Sucesso pra nós
E que essa fase passe
E que tenhamos forças pra lidar com todo tipo de situação
Grande Abraço
Eu penso que quem já possui algum curso superior e vive essa situação de desemprego não deve investir em trabalhar para os outros. Aproveite sua formação e procure alternativas de baixo investimento em que a sua formação possa agregar valor.
Outra opção é procurar um recomeço fora do Brasil, porque a nossa situação econômica deve continuar ruim por pelo menos uns cinco anos. Basta ver os gráficos de pico de desenvolvimento do Brasil, seguidos por recessão econômica, são mais ou menos dez anos para sair da crise.