“Como vai, Dr. Douglas Amorim? Tenho trinta e anos e sou casada há doze. Meu marido é trinta e dois anos mais velho que eu. Sou sua segunda esposa. No primeiro casamento, ele teve três filhos e, em conjunto, decidimos não termos filhos. Sou muito feliz ao lado dele, temos muitas coisas em comum e convivemos muito bem. Temos apenas briguinhas normais de casal, mas, nunca um desentendimento grande. O que me aflige é que, embora eu o ame demais, nossa vida sexual praticamente não existe há cerca de quatro anos. Ele perdeu a libido e já procurou médicos e fez terapia. Infelizmente, nada funcionou. Nos últimos doze meses nem falamos mais a respeito disso. Isso me incomoda muito e sinto que também o faz sofrer. Estou reprimindo meus desejos, penso em muitas coisas, mas não sei mais o que fazer. Eu o amo muito e sei que ele também me ama. Separação não é uma opção. Que caminho seguir”?
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Resposta:
Querida leitora, eu vou bem, obrigado. Antes de mais nada, é necessário fazermos uma observação sobre a idade de vocês. Se você tem trinta e dois anos, e ele é exatamente trinta e dois anos mais velho que você, concluímos, portanto, que ele tem sessenta e quatro anos. Ou seja, o dobro da sua idade. Mas, por que é importante de se destacar isso? Você deve estar se perguntando. Por um motivo muito simples. A vivência da sexualidade tem dois lados que se comunicam: o mental e o físico. Um homem de sessenta e quatro anos de idade, por mais que seja um cara que se cuide, pratique exercícios, se alimente bem etc., está num outro patamar de vida, no que tange ao vigor para se fazer as coisas. Não me refiro apenas a sexo não. Você deve ter percebido uma mudança em seu corpo e na sua disposição de fazer as coisas após os trinta anos. Nem de longe temos o mesmo pique dos vinte, concorda?
Isso é importante de ser colocado, pra que você tenha a noção de que, o corpo do seu parceiro, já sofreu mais com o desgaste inevitável do tempo, se comparado ao seu. Apenas pra se refletir um pouco: quando você tiver quarenta anos de idade, ele será um idoso, já com seus setenta e dois! Isso impede um casal de ser feliz? Lógico que não! Entretanto, é um dado que você não pode desconsiderar e, escolher se relacionar com pessoas muito mais velhas que nós, tem dessas coisas, infelizmente. Por outro lado, é necessário que eu diga também que, ter sessenta anos hoje em dia, é muito diferente de tê-los na década de sessenta, por exemplo. A expectativa de vida aumentou, os tratamentos evoluíram e, com isso, a qualidade de vida também aumentou.
E, é exatamente sobre tratamentos, que penso que nossa conversa deva girar. Você disse que ele já procurou auxílios médicos e psicológicos e que nada disso deu certo. Em princípio, é preciso esgotarmos as causas físicas. Por isso, é necessário saber se vocês procuram a especialidade médica correta. O profissional indicado pra avaliar isso é o Urologista. Uma das primeiras solicitações que ele irá fazer, será a dosagem de hormônios, entre outros exames. Mesmo que não se constate nada, é sabido e descrito pela literatura que, um percentual significativo de homens, têm dificuldades de ereção, após os quarenta anos de idade. Sendo assim, várias medicações foram criadas, nos últimos anos, para ajudar neste tipo de quadro. O precursor foi o Viagra. Na sequência, vieram vários outros. Existem, até mesmo, medicamentos de uso diário, para que o homem não precise, necessariamente, usar alguns minutos antes da relação sexual. No entanto, volto a dizer, isso tem de ser uma orientação do Urologista. Em casos mais complexos, existem injeções penianas e, em último caso, próteses penianas, que também já estão muito avançadas. Confesso que me estranha um pouco, dizer que nada funcionou pra ele.
Dicas pra você: será que vocês tiveram a orientação adequada? Vale a pena pensar nisso e voltar a discutir o assunto. Foi mencionado que, no último ano, o assunto não foi abordado. Sinceramente, isso não é solução pra nada. Fica parecendo algo do tipo “varrer a poeira pra baixo do tapete”. Só que, um dia, a poeira sai e suja a casa toda! Portanto, sugiro que volte a este tema com ele, que se procure outro profissional (caso não tenham ficado satisfeitos com o primeiro) e que se tente tudo o que for possível. A vida sexual é muito importante para um casal e não pode ser pura e simplesmente, deixada de lado. Pense nisso e mãos à obra! O diálogo será o maior aliado de vocês e, há muito o que ser tentado! Boa sorte!
Um abraço do
Douglas Amorim
Psicólogo clínico, pós-graduado em Psicologia Médica, mestre em Educação, Cultura e Sociedade
www.douglasamorim.com.br
Instagram: @douglasamorimpsicologo
Canal no youtube: https://www.youtube.com/user/douglasdanielamorim
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Olá, gostaria de deixar uma opinião de uma pessoa que não tem nenhuma formação na saúde, mas lendo a sua história senti vontade de me expressar, talvez acrescente ou não, só você pode saber e sentir o que deve ser feito.
Eu acho que um homem, por mais que chegue a esta idade, ainda tem energia, até porque não deve trabalhar como quando mais novo, pode até ser que a idade influencie, mas como foi dito no outro post, há várias maneiras de lidar com a situação, com várias alternativas.
Quando as pessoas vão ficando mais maduras, o lado emocional conta muito na hora do sexo, e se ele se sentir mal com a situação, vai sentir menos vontade de ter relação sexual, isso na verdade é em qualquer idade, a tendência seria piorar.
Acredito que seja necessária, uma conversa muito franca entre os dois. Você expor o que você sente, e ele expor o que ele senti, com o intuito de melhorar a situação, e juntos verem o que fazer, qual mudança pode ser feita para que a situação melhore. Pois tudo na vida tende a crescer, se semearmos o amor ele cresce , se semearmos a raiva ela cresce.
Já que existe amor, para que ele continue se fortalecendo é muito importante que ambos sejam honestos um com o outro, para encontrar uma forma de melhorar, de alimentar o amor, caso contrário não terá uma relação saudável, pois o amor é um sentimento lindo e que combina muito com honestidade, entendimento, amizade. Investir na nossa vida, no que nos faz bem, só terá boas consequências. Coragem, calma e tempo necessário para que as coisas se resolvam e comecem a trilhar pelo caminho certo.
Boa sorte!