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Sou gay, não tenho amigos e não aguento mais essa solidão. Como agir?

“Boa noite, Dr. Douglas Amorim! Sou gay, tenho 32 anos e hoje me encontro sozinho, sem amigos. Nunca fui uma pessoa de ter muitos amigos mas tinha o suficiente quando era adolescente. O tempo foi passando e a vida de cada um deles foi se modificando. Desta forma cada um seguiu o seu destino. Na realidade não tenho nenhum de amigo de infância. Todos com quem criei um vínculos se mudaram do meu bairro e nunca mais tive contato. Amigos da escola eu só tenho uma que é também minha comadre. Entretanto, ela é casada, tem a vida dela e eu a minha. Nos vemos de vez em quando, mas não é mais a mesma coisa de quando éramos jovens. Nossos gostos mudaram e por conta disso, nosso contato é esporádico. Sou uma pessoa que tenho e reconheço a dificuldade de interação, seja numa roda de conversa ou numa festa. Namorei um rapaz que me colocou sempre por baixo (reforçava toda a minha baixa autoestima) com comentários desagradáveis, que me faziam chorar bastante na hora de dormir. Os poucos amigos que eu tinha antes desse namoro se afastaram da minha vida e hoje eu não confio e não consigo mais criar vínculo seja de namoro ou amizade. Ajo assim pois sempre acho que vou me machucar ou que irão se afastar. De certa forma eu consigo viver bem “sozinho”. Vou ao cinema, restaurante, shopping, caminho na praia, na lagoa, mas, de vez em quando, bate uma solidão, pois não tenho como quem conversar. Faço faculdade, estou no segundo semestre e não consigo vê-los como amigos mas sim, colegas de faculdade. Com o namoro, ampliei a minha visão de mundo pois tudo o que eu não fazia quando era mais jovem, hoje eu faço, porém, sozinho. Não sei o que fazer! Preciso de uma luz!”

 

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Douglas Amorim

Psicólogo clínico, pós-graduado em Psicologia Médica, mestre em Educação, Cultura e Sociedade

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Douglas Amorim

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  • Costumamos falar tanto em Heteronormativo e, geralmente acontece de uma maneira diferente, mas reproduzirmos! Foi na Faculdade, aos 27 anos, o colega 35 anos, que tive minha primeira transa e depois namoro. Mas para existir essa conexão para namoro, ambos, tivemos que nos permitirmos a ela: meu colega que sugeriu o namoro, mas não foi do nada: a convivencia como colegas, depois amigos, o "encorajou" a dizer que queria me conhecer melhor! E a sexualidade, ainda mais entre homens, ela não é estática! Por mais que o prazer e o querer seja mutuo, mas há aqueles homens, que eu digo, possuem vocação para procriação e, eles não vem com "rótulo" na testa. Minha tese é que hetero é utopia e, como espécie que somos (homo sapiens) há homens que tem o periodo de "reprodução"! O nosso maior diferencial, enquanto homo, será conquistar a nossa Independência: pessoal, profissional e financeira! Dois exemplos que vivenciei de fluidez sexual foi quando depois de 6 meses, transando com amigo casado, a esposa dele comentou se eu havia percebido a mudança de humor do marido (ela sabia de nossa amizade), noutro momento convidou para sairmos para jantar os três, até que me convidou ao café no apartamento deles e eu e ele fomos aguardar o café no quarto de hospedes e acabamos transando, ela discretamente chegou ao quarto no momento do meu orgasmo prostatico! No café, pareceu uma mulher amadurecida com a Bissexualidade dele, mas em poucas semanas, engravidou! Segui meu caminho! Noutro momento, um vizinho maduro, filha casada, comentou do forte desejo que sentia em me penetrar (e não era colocação machista), tendo sido bem carinhoso e prazeroso, no momento a dois comigo! Finalizo, com a frase "epica" de Lolita Rodrigues, tempos depois da viuvez: "cueca, só na cadeira"!

  • Acontece naturalmente um afastamento dos gays em relação à familiares e amigos, pela dificuldade de aceitação e convivência. Mas você não deve se fechar para o mundo. Arrume um namorado, não é porque você teve uma experiência ruim que deve se fechar para o mundo.
    Um pouco de solidão é normal na vida dos homossexuais. Mas você não deve se fechar para o mundo, saia, divirta-se e busque novas atividades e amizades.

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