Amo meu marido mas ele me ofende diariamente. Será que consigo me separar?

“Olá, Dr. Douglas Amorim. Casei-me com meu namorado de faculdade por quem estava apaixonada. Nos conhecemos com 24 anos, casamos com 28 e hoje, com quase 32, sinto-me infeliz. Quando nos conhecemos ele demonstrava muito ciúme, sentimento que tive paciência para contornar, pois o amava muito. Depois que casamos começamos a brigar bastante. Os primeiros conflitos foram por causa da distribuição das tarefas domésticas. Ele foi criado em um ambiente machista onde as mulheres deviam cuidar da casa. Já eu, fui criada num ambiente em que meus avós se ajudavam com as tarefas e minha mãe, divorciada, nunca foi submissa ao meu pai, que era autoritário, preconceituoso e machista. Por conta disso minha família materna sempre me estimulou a estudar e buscar ser independente. Após um ano de casada arrumei dois empregos. Um como engenheira durante o dia e outro como professora à noite. Essa foi a época em que as brigas se intensificaram. Meu marido reclamava que eu nunca estava em casa, me dava pouco apoio para trabalhar à noite e, quando brigávamos, me criticava como profissional. Isso me deixava muito magoada pois eu buscava crescimento pessoal e profissional. Ele dizia que eu era péssima professora ou às vezes péssima supervisora e que tinha pena de quem trabalhava comigo. Me sentia muito mal quando brigávamos. Para resumir, hoje tenho somente um trabalho, tenho vontade de fazer pós-graduação, porém, tenho medo de começar e ter que largar por causa do casamento (ou de ter que largar o casamento por causa da pós). Amo meu marido mas não vivemos bem. Sinto-me sinto privada de fazer minhas escolhas, não vejo perspectivas e não tenho vontade de ter filhos. Ele vê que não estou bem, mas não tem coragem de conversar comigo ou não sente consideração; não sei ao certo. Finge que para ele está tudo bem, que nunca acontece nada e não se importa como me sinto. Já tentei conversar mas ele sempre dá risada da situação e diz que gosto de chamar atenção. Tenho muita vontade de me separar mas ainda gosto dele.”

 

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Um abraço do

Douglas Amorim

Psicólogo clínico, pós-graduado em Psicologia Médica, mestre em Educação, Cultura e Sociedade

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