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Pergunta de leitora – Meu marido tem compulsão sexual por outras mulheres. O que fazer?

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“Dr. Douglas, tenho um ótimo marido. Ele é atencioso, romântico e me ajuda muito em casa, além de ser, também, bom pai. Gosta de fazer sexo comigo, mas, vejo um excesso de carência por parte dele. Certo dia, ele me contou o motivo pelo qual estou escrevendo esse pedido de ajuda. Disse que não consegue controlar seus impulsos sexuais e que já perdeu a conta de quantas mulheres do seu trabalho ele já transou. Quando ele me revelou tudo isso, disse ter sentido uma mistura de alívio, tristeza, depressão e vontade de parar de fazer isso. Ele relata que é um impulso simplesmente incontrolável. Quero ajudá-lo e resolvi dar uma chance para nós dois, mesmo me sentindo muito ferida. Isso vem destruindo nosso casamento. Vejo que ele sofre muito com isso e quer se tratar. No entanto, não sabemos qual caminho seguir e não temos condições financeiras para custear um tratamento. Não sei qual especialista procurar, não sei se terapia de casal seria o mais indicado, nem se necessita de medicação. Existe algum atendimento voluntário para casos como este? Qual direção seguir? Muito obrigada”.

 

Resposta:

Querida leitora, antes de mais nada, gostaria de registrar o fato de você, mesmo passando por uma situação como esta, ficar ao lado do seu marido e querer ajudá-lo. Em nossa cultura, é muito difícil concebermos uma situação em que nosso parceiro (a) revela ter feito sexo com várias pessoas (a não ser os casais que adotam relacionamentos abertos) e ainda continuar com ele (a). Isso mostra o amor que você sente por ele, além de demonstrar muita força psicológica da sua parte. Sempre digo que não faço diagnósticos à distância, inclusive porque isso, além de antiético, seria a meu ver, tecnicamente errado. No entanto, logo abaixo, irei descrever algumas características do quadro de compulsão sexual e, na sequência, tecerei alguns comentários.

No comportamento sexual compulsivo, observamos o fracasso da pessoa em resistir ao impulso de realizar fantasias ou atos sexuais. O ato é precedido de uma tensão psicológica interna muito grande e prazer, gratificação ou alívio, após a sua realização. A impulsividade é uma característica marcante e pode causar vários problemas, que vão desde turbulências na vida amorosa, até embaraços financeiros e profissionais.

Pra você, leitor (a), ter uma pequena ideia do quadro, cito um estudo,  no qual pesquisadores (Black e cols.) analisaram 36 pessoas com compulsão sexual e verificaram que a maioria delas (92%) estava realmente preocupada com seus desejos exacerbados e/ou com suas persistentes fantasias sexuais. A maior parte dessas pessoas tentava resistir à compulsão sexual (72%), embora sem sucesso e com perda de controle. Grande parte delas experimentava remorso pelas atividades sexuais exageradas, impulsivas, não resistidas e, muitas vezes, inconsequentes. Uma observação adicional mostrou que a maioria desses pacientes (75%), também preenchia os requisitos para diagnóstico de abuso de substâncias psicoativas. Estas estariam relacionadas à desinibição do comportamento, suficiente para permitir a intensificação do prazer ou aplacar a sensação de vergonha. (Fonte: Neuropsiconews). A pesquisa apontou ainda que 19% das pessoas com Compulsão Sexual tentaram suicídio. As complicações legais também eram uma preocupação para vários pacientes.

Alguns subtipos de compulsão sexual podem ser observados:

1) sexo compulsivo com múltiplos parceiros;

2) fixação compulsiva na obtenção de um parceiro inatingível;

3) masturbação excessiva;

4) compulsão por múltiplos relacionamentos afetivos;

5) sexo compulsivo com um único parceiro.

Dica pra você: o seu relato me faz pensar na possibilidade do seu marido apresentar este quadro, por alguns indicativos fundamentais: a dificuldade de controlar os impulsos, o reconhecimento de ser algo excessivo e que o prejudica, a vontade de parar de cometer tais atos, o alívio que ele sente após realizá-los e o mal estar psicológico que ele tem sobre essa situação. Pensar nessa perspectiva é muito importante porque, se estivermos mesmo falando de uma doença, percebemos que as traições não são motivadas por questões ligadas à falta de caráter, ou mesmo, ao fato dele não estar satisfeito com você, do ponto de vista sexual ou afetivo. Se é um problema de saúde, catalogado pela literatura psicológica e psiquiátrica há muito anos, temos de pensar em tratamento e não em julgamento ou diminuição do seu valor  enquanto ser humano.

Porém, tal condição somente poderá ser atestada, por mais seu relato sugira o quadro de patologia, por profissionais da área de saúde. Os mais aptos são psicólogos e/ou psiquiatras. Particularmente, gosto mais de uma abordagem psicológica chamada cognitiva-comportamental, pois é mais objetiva e ajuda o paciente a identificar sentimentos, percepções e situações com mais clareza, auxiliando no controle dos impulsos. Penso que a terapia de casal, pura e simples, não seria o mais indicado, pelo fato de ser uma questão psicológica do seu marido e que precisa ser tratada. Portanto, penso que o primeiro passo a ser dado, deveria ser o dele procurar iniciar um trabalho de psicoterapia individual. Agora, como é uma questão psicológica dele, mas que tem implicação direta em seu casamento, creio que nada te impediria de participar de algumas sessões, desde que houvesse indicação técnica para isso. A partir daí, o psicólogo iria avaliar junto ao paciente a necessidade ou não de medicação. Havendo, seria necessário buscar um psiquiatra para trabalho conjunto. O uso de medicamentos irá depender muito do grau de ansiedade e impulsividade dele.

Com relação a atendimento voluntário de Psicologia, o que conheço em Belo Horizonte, seria a Clínica Social de Psicologia da Universidade Fumec. O endereço está no site da faculdade. Lá, os atendimentos são realizados por alunos em final de curso, sempre supervisionados por um professor experiente.

Desenvolvo em minha clínica, um pequeno projeto social, no qual os pacientes têm acesso a atendimentos psicológicos mais acessíveis (não voluntários). No entanto, são pouquíssimas vagas e, pra solicitar atendimento, é necessário visitar o site do projeto (www.psicologospratodos.com.br), preencher o questionário que lá está e aguardar o contato.

Um abraço,

 Douglas Amorim

 

 

 

 

 

 

 

Douglas Amorim

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  • Fui casada por 14 anos me separei depois que descobri uma traição depois de separada descobri várias ele me traiu com todas as amigas de trabalho e pra ajudar ele trabalha em um bar noturno me traiu também com várias clientes , eu acredito sim na compulsão ele ficava com qualquer tipo de pessoa não importava a aparência , sou uma mulher bonita sempre me cuidei sei que a culpa não foi minha, ficamos separados por um ano e agora resolvemos tentar não Sei por quanto tempo ele vai aguentar a ficar sem trair , tbm não sei se vou aguentar essa nova rotina de sexo 3 a 4 vezes por dia e durante a noite ele ainda se masturba , tenho certeza que isso não é normal, hj conversando com ele perguntei se já sofreu abuso na infância e ele disse que sim, por um tio não sei se isso ajudou essa compulsão tbm não sei como ajuda-lo

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