Conclave – indicado em oito categorias, incluindo Filme, Ator Principal (Ralph Fiennes) e Atriz Coadjuvante (Isabella Rossellini).
Após a morte do Papa, um cardeal inglês (Fiennes) fica responsável por reunir todo o corpo de cardeais para um conclave, evento fechado no qual eles votam para decidir quem será o novo Papa. Lawrence só não contava que haveria tantos segredos envolvidos, e teria tantos desafios.
Os livros de Robert Harris costumam ser tensos, a exemplo dos que originaram os filmes O Escritor Fantasma (The Ghost Writer, 2010) e O Oficial e o Espião (J’Accuse, 2019). Com Conclave não foi diferente, mas o filme (2024) carece de um pouco de emoção. Atuações fantásticas nos levam por maquinações para descobrirmos quem será o novo Papa, só que as intrigas vão se sucedendo até que repentinamente se acabam. E o filme também.
Com mudanças no cenário eleitoral a cada poucos minutos, logo concluímos algo que deveria ser óbvio: todos os cardeais ali são apenas humanos, passíveis de erros e pecados. Começando pelo reitor Lawrence, que passa por uma crise de fé e não sabe se ainda acredita na Igreja Católica. Nesse momento difícil de provação, ele ainda precisa lidar com a vaidade e as vontades de seus colegas. Fiennes, falando fluentemente inglês, italiano e latim, está ótimo, e merecem destaque também Stanley Tucci, John Lithgow, Sergio Castellitto e Isabella Rossellini, que em uma grande cena justifica sua indicação ao Oscar.
Desde que comandou o sucesso Nada de Novo no Front (Im Westen nichts Neues, 2022), Edward Berger se tornou um nome a se acompanhar, e Conclave reafirma este talento. Mesmo com um ritmo mais lento, o filme não perde seu rumo, faltando apenas um clímax mais explosivo, ou ao menos chocante. As coisas seguem acontecendo e logo está tudo resolvido, e quem espera algo mais emocionantes ficará desapontado. Ainda assim, Conclave é dos melhores filmes do ano e seguimos acompanhando Berger em projetos futuros.

A atuação de Fiennes recebeu várias indicações a prêmios