O Rei do Rock chega aos cinemas em 2012

por Marcelo Seabra

Estava demorando até que alguém resolvesse fazer um filme para o cinema sobre Elvis Presley. O Rei do Rock ‘n’ Roll já teve sua vida mostrada algumas vezes, mas sempre em produções menores, para a televisão. Jonathan Rhys Meyers (2005), Rob Youngblood (1993), Dale Midkiff (1988) e Kurt Russell (1979) são alguns dos intérpretes, em histórias com focos diferentes, como a relação de Elvis com sua esposa, Priscila, ou com seu empresário, o “Coronel” Tom Parker.

Desta vez, a ideia é adaptar o livro de um segurança e amigo do astro, Sonny West. Lançado em 2007, Elvis: Still Taking Care of Business chega às telas pelas mãos de John Scheinfeld, documentarista que já produziu, roteirizou e dirigiu filmes e programas sobre diversas personalidades, como John Lennon (Os EUA x John Lennon, de 2006) e Harry Nilsson (Who Is Harry Nilsson (And Why Is Everybody Talkin’ About Him?), de 2010), para ficar nos mais recentes. Em 2012, será comemorado o aniversário de 35 anos da morte de Elvis, em 16 de agosto de 1977, e o ano é propício para o lançamento de algo do gênero.

Entre 2004 e 2005, observamos uma “moda” de filmes sobre cantores. As biografias de Ray Charles (Ray, de 2004), Bobby Darin (Uma Vida Sem Limites, de 2004) e Johnny Cash (Johnny & June, 2005) chegaram praticamente ao mesmo tempo, o que levou à criação de uma paródia (muito bem pensada, por sinal): A Vida É Dura: A História de Dewey Cox (Walk Hard, de 2007 – ao lado). Dewey Cox é uma espécie de Forrest Gump da música, já que conheceu, participou e fez de tudo, resumindo ali a história de vários artistas. Também em 2005, mas com menos barulho, foi exibida na televisão a minissérie Elvis, com Jonathan Rhys Meyers.

Ver em filme a vida de seu músico favorito não é novidade. Em 1954, por exemplo, Anthony Mann dirigiu Música e Lágrimas (The Glenn Miller Story), contando a história do maestro e líder de banda Glenn Miller, com o diferencial de ter várias das pessoas retratadas participando do filme. No fim da década de 70, tivemos A História de Buddy Holly (The Buddy Holly Story, 1978), com Gary Busey no papel do cantor e compositor de clássicos como Peggy Sue, That Will Be the Day e Oh! Boy. E uma atração constante das sessões da tarde da televisão hoje é La Bamba (1987), com Lou Diamond Phillips vivendo Ritchie Valens, artista que teve um sucesso meteórico e logo perdeu a vida em um trágico acidente de avião (o mesmo, aliás, que levou Buddy Holly).

Duas grandes interpretações nesse filão vieram num curto espaço de tempo: A Fera do Rock (Great Balls of Fire) é de 1989, enquanto The Doors é de 1991. No primeiro, Dennis Quaid encarna o polêmico e genial Jerry Lee Lewis, que dominava um piano como ninguém, mas ficou mais famoso pelo casamento com a prima menor de idade (acima), evento que escandalizou a sociedade norte-americana do fim da década de 50. O segundo é a recriação da vida de Jim Morrison, em uma atuação frequentemente descrita como mediúnica, tamanha foi a competência de Val Kilmer.

Elvis, Johnny Cash, Roy Orbison, Carl Perkins e Lee Lewis eram da mesma turma, lançados em Memphis por Sam Phillips, da Sun Records. Falta chegar aos cinemas apenas a história de Orbison e a de Perkins. Em Johnny & June, alguns deles se encontram em turnê, com participações maiores de Elvis e de Lee Lewis, que inclusive são lembrados na trilha sonora. Como Elvis será retratado mais uma vez, nos resta torcer por um bom intérprete, mas não um que se destaque e deixe o resto do filme para trás. Esse foi o caso de algumas das produções mencionadas acima, como Ray e Uma Vida Sem Limites, filmes corretos, mas muito aquém de seus biografados e dos atores que os estrelam.

Sobre Marcelo Seabra

Jornalista e especialista em História da Cultura e da Arte, é atualmente mestrando em Design na UEMG. Criador e editor de O Pipoqueiro, site com críticas e informações sobre cinema e séries, também tem matérias publicadas esporadicamente em outros sites, revistas e jornais. Foi redator e colunista do site Cinema em Cena por dois anos e colaborador de sites como O Binóculo, Cronópios e Cinema de Buteco, escrevendo sobre cultura em geral. Pode ser ouvido no Programa do Pipoqueiro, no Rock Master e nos arquivos do podcast da equipe do Cinema em Cena.
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