Há 81 anos o mundo assistia ao início de uma de suas mais bárbaras passagens; leia

Lembrar sempre, esquecer jamais. É a única alternativa que resta a um povo traumatizado. É a única forma de que algo minimamente parecido jamais ocorra outra vez

O que Hitler chamou de “solução final” não aconteceu; ficou no quase. Após o assassinato de mais de 6 milhões de judeus, entre o final de 1930 até 1945, pouco mais de 14 milhões, entre sobreviventes e descendentes, hoje espalham-se pelo mundo, sobretudo em Israel e Estados Unidos, e tornaram-se fundamentais para o tipo — e qualidade — de vida que conhecemos.

A longevidade humana só foi possível graças às descobertas e invenções saídas das melhores cabeças de Israel e de cientistas judeus. Da mesma fonte vem nossa boa saúde, pelos medicamentos e equipamentos que previnem e curam doenças, das mais simples às mais complexas. E em alguns poucos anos a medicina genética nos conduzirá a uma era ainda mais longeva e saudável. Na vanguarda… startups israelenses!

Se o assunto for tecnologia aplicada às ciências da computação ou inovação quântica, não há pesquisa relevante sem a participação de ao menos um judeu. Telecomunicações, navegação terrestre, marítima ou aeroespacial, idem. Você pode não gostar dos judeus e até lamentar o fracasso parcial do nazismo, mas não há um mísero segundo desta sua vida em que, sendo honesto e justo, não deva agradecer a um (judeu) por causa de alguma coisa.

Há exatos 81 anos, na noite de 9 de novembro de 1938, ocorria uma das maiores infâmias da humanidade, a chamada Noite dos Cristais, quando os alemães, em ordem unida, por quase todo seu território, barbarizaram e vandalizaram residências e comércios judeus, queimando uma infinidade de livros; destruindo objetos pessoais; quebrando tantos copos e taças de cristal que o som característico tomou conta das ruas. Ali se deu o início fático do holocausto.

O mundo experimentou diversas formas de barbárie ao longo dos milênios. Guerras imperialistas, colonialistas, religiosas e étnicas dizimaram milhões. Regimes comunistas e socialistas e outras formas de ditaduras e autocracias, dezenas de milhões. Ainda que em muito menor escala e horror, as experimentamos até hoje, infelizmente.

Milhares de africanos e asiáticos são subjugados, mortos e torturados diariamente. Na América do Sul, especialmente Venezuela, e na América Central, em Cuba, assassinatos políticos fazem parte do cotidiano. E a escravidão é mais um — senão o maior de todos — exemplo da crueldade que certos grupos humanos, mais fortes e organizados, em determinado espaço de tempo e local, impingem a outros, mais fracos e desarticulados.

O período da grande escravatura nos séculos XV ao XIX acabou, claro, mas em países como o Sudão ainda existe (legalmente) alguma forma de escravagismo. Ocorre o mesmo em certas nações do sudeste e centro oeste asiáticos. Na Índia, impera até hoje um sistema de castas. O que vale dizer: o ser humano, quando resolve ser mau, é capaz de feitos tão grandiosos quanto suas maiores realizações.

Como visto, os judeus não detêm a primazia do sofrimento ou da perseguição. O que é peculiar no seu caso — e terrivelmente trágico, ao mesmo tempo em que praticamente inacreditável — é a soma de resiliência e perseverança; de força sobre-humana e fé; de unidade e apoio mútuo, que permitiu a estes quase 15 milhões de sobreviventes estar vivos e serem livres, produtivos, influentes, inventivos, inovadores, vanguardistas, visionários e, o mais importante, soberanos! Dentro e fora de Israel.

O Nazismo não existe mais. Neo-nazismo é coisa de meia dúzia de inúteis, mais próximos aos asininos que aos humanos. Mas não há como negar que, aí, sim, o antissemitismo não só existe, como assume contornos cada vez mais preocupantes ao redor do mundo. E o que você aí, que não é judeu, tem a ver com isso?

Bem, em primeiro lugar lembre-se do início desse texto e de todas as contribuições que demos ao mundo recentemente (sim, na 1a pessoa do plural; sou judeu). Se não bastar, pesquise um pouco sobre arte, cultura, música, cinema, literatura, psicologia, medicina, comércio, indústria e finanças ao longo dos últimos três ou quatro séculos. Se surpreenderá em saber que, dentre os expoentes de cada um destes segmentos, é predominante a presença dos judeus.

Se não se sentir convencido o bastante para se preocupar com o antissemitismo, sugiro que pense sobre seu cotidiano. E não estou falando sobre ressonância magnética ou antibióticos, não (invenções de judeus). Estou falando sobre coisas mais simples, tipo Waze, Facebook, Google, GPS, Intel, USB, Smartphone… vidinha difícil sem essas porcarias, né? Pois é. Só judeus na parada!

E se ainda não te convenci, termino com aquela célebre citação do teólogo protestante alemão Martin Niemöller (1892-1984):

“Um dia, vieram e levaram meu vizinho, que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho, que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia, vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram. Já não havia mais ninguém para reclamar.”

Hoje é sexta-feira, início do Shabat, e os judeus costumam dizer:  “Shabat Shalom” (uma saudação de paz). Aproveito o momento e faço um brinde, ouvindo o típico tilintar de uma bela taça de cristal: tim-tim!

Significa que estou vivo. Significa que sou livre. Significa que meus avós e bisavós venceram. Significa que Hitler perdeu. Am Israel Chai!!

10 thoughts to “Há 81 anos o mundo assistia ao início de uma de suas mais bárbaras passagens; leia”

  1. Passamos férias na Polônia, passamos perto de Treblinka.
    Muito triste. Chorei muito. Difícil compreender essa atitude.
    Genocídio cruel.

    Nossas preces, que estejam perto de Deus, preparadas para o reencontro, a ressurreição.O Paraíso, com todas as bênçãos.

  2. Nem so os judeus perseguidos foram parar nos estados unidos. Os cientistas nazistas que faziam experimentos sensoriais e de controle da mente foram todos recrutados para trabalhar nos eua e nesse momento deve estar ajudando a conduzir o gado por meio de celulares e etc para mais uma aventura na extrema direita Leiam sobre o projeto MK ULTRA. Mas voces gostam passam o dia inteiro na redes sociais alimentando algoritmos e a inteligencia artificial que vai destruir o futuro de voces. Cada vez mais GADO a caminho do matadouro.

  3. OS GÊMEOS HETEROZIGOTOS DO MAL

    HITLER DISSE:
    “Muito aprendi do marxismo. Confesso-o sem meias palavras. Não de sua enfadonha doutrina social e do materialismo histórico, esse tecido de absurdos…Mas seus métodos me instruíram.
    (…)
    Os novos métodos utilizados no combate político foram inventados, essencialmente, pelos marxistas. Só tive mesmo que tomá-los de empréstimo e burilá-los para dispor de quase tudo o que nos falta”
    ( em “ HITLER”, de Joachim Fest, Vol I, pág 136)
    ‘” Nazismo e comunismo são como gêmeos heterozigotos”
    (Pierre Chaunu)

    Os nazistas de Hitler e os comunistas de Stálin mantiveram boas relações mesmo antes de Hitler assumir o poder em 1933, e que atingiram seu ápice com o tratado Ribbentrop/Molotov, de agosto/1939, pelo qual a Alemanha nazista e a Rússia comunista estabeleceram um pacto de não agressão e de divisão imperialista do mundo. Essa relação “amorosa” e de interesses mútuos só foi rompida unilateralmente pelos nazistas, quando em junho/1941, as tropas de Hitler invadiram a Rússia . Em todo esse período de boas relações, nazistas e comunistas trocaram, informações de interesse mútuo.
    Uma das mais importantes “técnicas” que os nazistas aprenderam com os amigos comunistas foi uma invenção de Lênin e Trotsky: a utilização de campos de concentração para prisões de oponentes e dissidentes políticos, em tempos de paz (antes só usados, em tempos de guerra, para prisões de soldados inimigos).
    Os nefastos resultados dessa amizade nós conhecemos muito bem: os crimes contra a humanidade cometidos nos campos de concentração nazistas e comunistas.
    Os dois lados da moeda das utopias coletivistas (comunistas e nazistas) protagonizaram a maior matança de gente em tempos de paz, os maiores crimes contra os direitos humanos já cometidos em toda a história da Humanidade. Só pelos lados do comunismo, mais de 100 milhões de mortos; e, pelos nazistas, uns 25 milhões

  4. Engraçado o blogueiro num rompante criativo qualquer para falar de paz, uma vez que o mesmo se pauta por escrever textos provocativos, agressivos e por vezes se desenrolando de maneira rasteira. Vale até mesmo mandar os outros ao inferno, como fez certa vez um escrito seu dirigindo-se a uma esquerdista então presidente da república. Mandar alguém ao inferno é algo muito pesado, não acha? Sendo uma religiosa como sou, sabendo o poder que as palavras têm e mesmo o conceito de inferno, que é o pior que há, jamais mandaria ao álguém aos infernos.
    Curioso o senhor vir falar de paz aqui. Mas é de se presumir qual é a paz que o senhor cultiva.
    ‘Aos amigos, tudo. Aos demais, os rigores da lei’ – numa paródia leve.

    De gente assim o Brasil está cheio.

    Mais do mesmo.

  5. 1984: O ANO QUE NUNCA TERMINOU.
    Uma grande questão histórica dos pós-guerra é: como seria o Mundo se Hitler não tivesse invadido a Rússia?
    O cenário mais provável é o de que se cumpriria os objetivos dos irmãos gêmeos heterozigotos: a geopolítica do Mundo se caracterizaria—pelo menos nas primeiras décadas do pós-guerra– por uma divisão entre os 2 imperialismos totalitaristas. A distopia futurista de George Orwell, “1984”, escrita em 1949, dá uma visão bem plausível do inferno totalitarista em que se transformaria o mundo.
    Mas foi a ganância do sociopata Hitler que nos salvou de um inferno indescritível– seja o que resultasse dessa união dos totalitarismos coletivistas de esquerda e de direita. Isso porque, desde muito antes da 1ª Guerra mundial e até os tempos de hoje, a batalha maior da humanidade se dá entre os totalitarismos coletivistas (de raízes no iluminismo francês) e o liberalismo democrata(de raízes no iluminismo inglês).
    A verdadeira luta da humanidade sempre foi e continua sendo pela LIBERDADE: contra a escravidão, servidão, totalitarismos coletivistas etc. Assim, foi por exemplo, a luta contra o fascismo já nas primeiras décadas do século 19, que se se deu entre as democracias ocidentais contra os fascismos de esquerda e de direita. Pois é preciso lembrar que foi somente a traição de Hitler ao colega de crimes Stálin que fez com que o totalitarismo de esquerda passasse para o lado das democracias liberais na luta contra o totalitarismo de direita.
    Ora, foi esse racha no lado fasci-comunista que alterou a balança de forças na luta contra o fascismo. Foi a loucura megalomaníaca de Hitler de que, subjugando a Rússia e se apossando das suas riquezas petrolíferos-minerais, o império nazista tomaria conta sozinho do mundo inteiro. Até aquele ponto, Stálin se apegava ao acordo Ribbentrop/Molotov, pelo menos no início (enquanto se restabelecia das lutas internas). Mais a frente, não se sabe se faria a mesma coisa que o irmão heterozigoto.
    Mas eis aqui o ponto onde queria chegar: aquele racha nos ajudou a livrar de um inferno Orwelliano total, mas, em contra-partida, nos legou 2 efeitos colaterais extremamente venenosos.
    1) Um mundo Orwelliano pela metade. Os acordos do fim da 2ª guerra mundial, obrigaram as democracias liberais a ceder quase meio mundo para inferno orwelliano do comunismo. O resultado nos levou à Guerra Fria entre o Mundo Livre e o Mundo escravizado pelo totalitarismo comunista; e
    2) Ao se bandear INVOLUNTARIAMENTE para o lado das democracias, para salvar a própria pele, o fascismo totalitarista de esquerda não só recebeu quase meio mundo para submetê-lo à escravidão comunista, como isso ainda permitiu às esquerdas à realizar a maior de todas as vigarices ideológicas: a de vender a imagem de que é a raposa quem defende as galinhas, ou de que seu inato totalitarismo e modus operandi fascista é um verdadeiro adversário do totalitarismo fascista.
    Apesar da derrota do fascismo nazista e, depois, da estrondosa queda do totalitarismo comunista da URSS, a luta da humanidade continua até hoje a ser a mesma de sempre: a luta contra todos os tipos de utopias coletivistas que visam suprimir o direito mais sagrado do ser humano, a LIBERDADE.

  6. O livro de George Orwell (que dou minha vida que voce nao leu) é uma distopia futurista e em nem uma linha sequer se refere a segunda guerra. A referencia é principalmente ao controle mental, alienacao e totalitarismo. todos os cidadaos por exemplo tem um aparelho com uma camera em suas casas para que o GRANDE IRMAO os vigie o tempo todo. Eu acho que o grande irmao ja esta na area e passa o dia inteiro na piscina ouvindo um pagode ja que seus cidadaos expoem suas conversas e suas vidas em redes sociais, celulares e aplicativos.

    1. Ô, analfabeto funcional!
      Onde meu comentário diz que 1984 fala da 2a guerra?????
      Vou desenhar para vc, como se estivesse me dirigindo a uma criança:
      A alusão ao livro de George Orwell é feita apenas para dar uma ideia de como poderia ser um mundo dominado pelas gêmeos heterozigotos do mal: o comunismo e o nazismo. Pois nós não sabemos como seria o mundo, caso Hitler não tivesse rompido unilateralmente o acordo Ribbentrop/Molotov. Nesse caso, é bem provável que as democracias ocidentais fossem derrotadas, com Hitler e Stálin dividindo o mundo.
      O MEU COMENTÁRIO NÃO DIZ QUE NADA DISSO ESTÁ NO LIVRO DE ORWELL, IDIOTA!!
      O LIVRO É APENAS CITADO PARA DAR UMA IDEIA DE COMO PODERIA SER UM MUNDO TOTALMENTE SUBJUGADO PELO TOTALITARISMO COMUNO-NAZISTA.
      OU SEJA, QUE SE NAZISTAS E COMUNISTAS TIVESSEM DERROTADO O LADO DEMOCRÁTICO, O MUNDO QUE RESULTARIA DESSE DESASTRE PODERIA SER BEM PARECIDO COM AQUELE MUNDO DESCRITO NA OBRA FICTÍCIA DE ORWELL.
      ( e que, como houve um racha entre os gêmeos heterozigotos, apenas uma parte do mundo –aquele subjugado pelo totalitarismo comunista– ficou parecida com o mundo descrito na obra de Orwell)
      DEU PRA ENTENDER, AGORA?

    2. Vou desenhar mais uma coisa p/ vc.
      Um outro ponto abordado no meu comentário é o que se refere ao mito, à balela, de que o nazismo e comunismo são coisas diametralmente opostas. Nazismo e comunismo não são, é claro, a mesma coisa.Eles são, na verdade, lados diferentes de uma mesma moeda: a moeda das utopias coletivistas e totalitaristas. Pois existe uma outra moeda, a do liberalismo, da democracia.
      O séc 20 se caracterizou não por uma luta entre comunismo e fascismo, mas pela luta entre democracia e totalitarismo. Como demonstram os fatos históricos, o comunismo não derrotou o fascismo: a participação dos comunistas na derrota do fascismo foi, sim, fundamental; mas ela se deu apenas pela necessidade de sobrevivência, uma vez que Hitler invadiu a Rússia rompendo unilateralmente o tratado para dividir o mundo entre fascistas e comunistas .

      E repito: é bem provável que não fosse a ganância megalomaníaca de Hitler, o mundo livre teria sido derrotado pelo mundo totalitarista.

  7. Ricardo,
    Entre os meus 10 e 13 anos, lá pelos idos 1961/1963 (Jânio e Jango), vivendo extrema pobreza familiar, desinformação e do analfabetismo dos pais, fui presenteado por eles com uma jaqueta de lã comprada em promoção estampada (única que tinha), com sinais sobrepostos que com um olhar mais atento formavam a suástica nazista.
    Nas caminhadas a trabalho pelo centro de SP, ainda criança, notava que, às vezes, era observado com certa insistência e ar de reprovação, mas nem fazia ideia do por quê.
    Era assim, até que ao me deparar com um livro numa vitrine contendo o mesmo sinal, por mera curiosidade, acabei por comprar o Minha Luta e foi a partir daí que comecei a entender um pouco sobre quem foi esse sanguinário ditador.
    Lamento muito por essa tragédia da humanidade praticada contra o povo judeu por gente insana de alma diabólica que, de tempos em tempos, surge no mundo e prega com maestria a discórdia entre as classes, etnias e religiões para domar e conduzir os incautos e deficientes culturais, como se fosse rebanhos de idiotas, com o objetivo único de conquistar o Poder.

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