A mãe de todos os nossos males

O modelo proposto por uma Constituição, onde direitos abundam e deveres escasseiam, esgotou o presente e ameaça o futuro do país

O peso de uma estrutura injusta – Foto: Google Images

Professores, inclusive de escolas particulares, andam promovendo paralisações diárias. Um dos motivos é o debate sobre bolsas de estudos. Filhos de professores sindicalizados têm direito a até 50% de desconto nas mensalidades escolares. Como não existe direito sem custo, obviamente a outra metade é bancada pelos demais. É similar à situação da “meia-entrada” em cinemas e shows. Para que uns não paguem, outros pagam dobrado.

Estamos falando não de direitos, mas, sim, de privilégios. E o Brasil é o paraíso deles. Organizado em corporações, o país assassinou a si mesmo ao promulgar uma Constituição eivada destes privilégios. Cada sindicato, cada grupo organizado, cada casta incluiu na Carta aquilo que imaginava ser direito. De auxílio-moradia a reserva de mercado. Escolham dentre centenas de milhares aquela que mais lhe apraz.

O brasileiro médio nasce, cresce, vive e morre imaginando ser merecedor de algo que ou não tem como ou simplesmente não quer pagar. Universidade pública é um exemplo: alunos ricos não querem pagar. Alunos pobres não têm como pagar. Ao final, todos estudam e espetam à conta a outrem. Grandes multinacionais exigem subsídios para escapar de impostos. Do lado oposto, cooperativas de pequenos produtores idem.

Notem que a conta sempre será cobrada, ainda que de forma indireta, de todos nós. Funcionários públicos imaginam que os privados têm de custear as aposentadorias especiais deles. Como o sistema não aguenta, o governo cobre a diferença, ou através de endividamento ou emissão de moeda. Um acarreta juros altos. Outro inflação. Ao final, como vivemos todos sob o mesmo solo, os funcionários públicos também bancam a própria conta.

Taxistas não querem UBER, como os produtores locais de vinho são contra importações. A gênese de ambos é a mesma. Querem reserva de mercado. A mesma que desejam absolutamente todas as categorias profissionais. Por isso tantas regras, legislações, regulamentações e leis. Todos olhando para os próprios umbigos. E sobre todos, a necessidade cada vez maior de um “regulador”. O tal Estado! Eis aí o ciclo perverso atual.

Ou criamos nossos filhos cientes e conscientes da individualidade, da meritocracia, do liberalismo, da ética e da justiça, do respeito à ordem e às leis, do absoluto senso de deveres e direitos (nesta ordem e não o contrário!), ou o país estará fadado ao atraso social e econômico. Estaremos atrelados eternamente à populistas, à corporações e à uma elite mesquinha, onde o bem-estar pretendido nunca é o coletivo. Apenas o próprio.

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24 thoughts to “A mãe de todos os nossos males”

  1. Há aproximadamente 30 ou 40 anos(nem me lembro direito a época), 3 executivos de uma fábrica de automóveis multinacional abriram uma empresa para fornecer peças para auxiliar a produção desta multinacional e me convidaram para gerenciar a empresa.
    OS 3 eram ótimas pessoas e muito, muito educadas.
    Um deles ia na empresa só aos sábados e levava dois filhos pequenos que mexiam em tudo, zoneavam sem parar enquanto conversávamos sobre a empresa, eram dois ‘pestinhas’.
    Em um determinado sábado, depois de meses gerenciando a empresa, os filhos dele fizeram tanta bagunça que até quebraram o filtro de água então tive a liberdade de perguntar:
    -“Ô ‘Zé’, você não repreende os seus filhos?”
    Categoricamente ele respondeu:
    -NÃO pois os educados de hoje serão os controlados do futuro e os mal educados serão os que controlam. Por exemplo, o Milton Cardoso certamente não foi criado para respeitar tios, primos, pedir ‘benção’ ou licença etc e por mais que o chamem de ‘burro’ ou ‘ignorante’, ele foi prefeito de Contagem e governador de Minas.”

    Fiquei pasmo com a resposta pois enxerguei a realidade, ele não estava mentindo, só comprovou FATOS!
    E hoje em dia, não está a ‘mesma coisa’?
    Os ‘bons’ ou os ‘ruins’ estão no governo aos quais estamos sujeitos?
    Por mais que eu raciocinasse criou-se um paradoxo no meu modo de ser e pensar mesmo educando meus filhos adequadamente e o faço única e exclusivamente por temor e amor a Deus!

    Mas continuo até hoje me perguntando sobre o paradoxo:
    Os que governam hoje foram educados “cientes e conscientes da individualidade, da meritocracia, do liberalismo, da ética e da justiça, do respeito à ordem e às leis, do absoluto senso de deveres e direitos (nesta ordem e não o contrário!)” ??
    Criando nossos filhos para serem conforme a lista acima que é altamente recomendável eles não continuarão sendo comandados pelos ‘mal educados’?

  2. Olá Inundado, é muito frequente as palavras funcionarem como pântano enganoso. A exemplo, cabe lembrar o espetáculo sórdido, deprimente e degradante da votação do golpe do “impitma” da Presidente Dilma. Aqueles que votaram pelo afastamento da Governante Legítima tonitruavam que o faziam em nome do pai, da mãe, do filho, do sobrinho universitário, da netinha rechonchuda que estava no berço ou que estava em vias de vir à luz posto que gestava no seio imaculado de sua filha. Baba pegajosa e altamente contaminada.
    A bem da verdade foi apenas mais um ato, no caso o do ápice, de tantos atos de burla e de venda barata dos interesses da nação brasileira.
    Ao cidadão cabe identificá-los e separá-los daqueloutros que visam construir ou proteger os direitos e as prerrogativas. Tá certo que não é fácil, pois, os meios de comunicação e sua maioria, muitos blogueiros inclusos, atuam para irrigar o pântano e fazer a lama ameaçar as narinas ou não ficar abaixo do pescoço.
    Sorte, Saúde e Cidadania.

    1. Ô “Cumpanheru” chato, sô.O cara vem com essa conversinha lulofascista para advogar a favor de uma criatura completamente nefasta,”incompetenta” à exaustão, que caiu por seus próprios méritos e ainda vem essa corja do Lula Escobar chorar sobre um “gorpi” inexistente até hoje.Relaxa e aceita rapaz que dói menos e assossegue sua alma.

      1. Sair de fininho por que ? Só aos dependentes dessa quadrilha lulofacista é permitido ocupar espaços e vomitarem as besteiras que lhe apetecerem ? Você está muito mais para Bozo do que para Confúcio a quem aliás,deveria respeitar mais deixando -o em paz.Recolha-se a sua insignificância rapaz.

    2. Lamaento CIDRAC, ou melhor, lamento CIDRAC, mas aquela porcaria de presidanta devia ter sido “impinchada” bem antes. O grande erro dos militares foi não ter dado fim em Lula e Dilma e toda essa corja durante a ditadura.

      1. É verdade Dona Mardição, ditadura não combina com democracia, pois, na democracia o que vale é o voto e voto Lulinha Paz e Amor tem de montão né mesmo? Tanto que mesmo com o homi preso não aparece um mequetrefe para concorrer. Se a canalhinha, como dizia Darcy Ribeiro, tivesse vergonha na cara estaria enrubecida.
        Já os militares esses num conta. Foram ao Paraguay fazer o serviço sujo para a velha Albion, massacraram o país vizinho – por sinal o mais próspero da região na época, sabe como é né, não se da chute em cachorro morto – mas, não tiveram a capacidade de irem ao Pacífico para abrir frente num segundo oceano. Preguiça, covardia e falta de tirocínio bi centenária.
        Dona Mardição deve passar as tardes a cerzir os uniformes abacates poidos. Uma pessoa com mais horizontes não iria revelar tanto ódio e inveja juntos.

        1. É difícil enfrentar a verdade não é CIDRAC? E pior ainda ter que ficar apoiando as bestas que te venderam o DIPROMA DE ADEVOGADO e te ensinaram que o Brasil invadiu o Paraguai. Quem nasce burro, puxa carroça, trabalha de sol a sol e agradece o capim mofo que lhe oferecem. Você já comentou aqui que trabalha muito, né burrinho.

          1. Dona Mardição, não vá se atrapalhar com as agulhas, pois corre risco de furar os dedos. Como não faço careta pra cego ficarás sem respostas. Inté.

            1. Calma Iara Mãe D’água. Que ele é burro ele já sabe só não quer deixar transparecer, razão pela qual passa o dia a folhear o dicionário em busca de palavras que deem a entender que ele é ADEVOGADO. O tolo me respondeu, dizendo que ficarei sem resposta, essa ele deve ter aprendido com a Dilma Estocadora de Vento.
              CIDRAC. Precisas terminar teus comentários colocando Cego, Surdo e Burro. Combina mais contigo e teu DIPROMA DE ANARFA ou SEMIANARFA.

  3. PRECISAMOS FALAR DO ESTADO
    Eis aí uma das grandes questões que deveríamos estar debatendo: ESTATISMO E PRIVILÉGIOS. Estamos em ano eleitoral, e o que deveria estar ocupando o centro dos debates na mídia, nas universidades, nos meios políticos etc. seriam as grandes questões, os grandes desafios, os grandes problemas que nos afligem, que nos mantêm patinando eternamente no subdesenvolvimento.
    A principal questão é o ESTATISMO, que, além de emperrar o desenvolvimento com sua excessiva carga tributária e exagerada presença na economia, cumpre também um papel de vetor de concentração de renda na medida em que os recursos sugados do meio produtivo são em boa parte carreados para grupos de interesse mais articulados politicamente e à inchada e improdutiva máquina estatal.
    Como o País pode enfrentar suas grandes diferenças sociais e seu grande atraso econômico com esse dinossauro estatal que, mesmo sugando quase 40% do que a sociedade produz, ainda é deficitário em mais de 150 bilhões/ano e com uma dívida pública que já ultrapassou 4 trilhões?!?
    Evidentemente que não solucionaremos essas questões com as respostas simplistas, a demagógicas e retrógradas do populismo. Pois é a praga do populismo que nos tem feito desviar de nossos grandes problemas com medidas paliativas que, como quem tomna apenas comprimidos que tratam os sintomas, vão piorando a doença e o tratamento de suas causas. A mais que maldita herança desse neopopulismo que nos afundou ainda mais no atraso deveria servir de uma duro aprendizado, para que jamais venhamos a cair nesse engodo!

  4. O eterno atraso da América Latina coincidentemente está sempre associado a 2 grandes pragas: o POPULISMO e o ESTATISMO.
    Nós nunca prendemos com os nossos desastres, com a nossa triste história. Não é por acaso que patinamos na mesma lama do atraso.
    Não é por acaso que a Venezuela do comuno populismo chavista, a Argentina do populismo Kirchenerista o Brasil do populismo lulopetista e etc. estão aí no fundo do poço, não é mesmo?

  5. Tenho uma teoria sobre a America latina.
    observe que todos os páises católicos são pobres, corruptos e de esquerda.
    a igreja católica prega o desapego ao dinheiro, ensina que o bom , o bacana é ser pobre e que rico vai pro inferno.
    A igreja protestante ao contrario estimula o sucesso individual (Estados unidos, Alemanha, Inglaterra)
    Enquanto a gente achar que todo mundo é coitadinho e devem receber tudo de graça , não vamos sair do lugar . e não sou protestante

    1. Se fosse assim outros países de maioria católica não seriam de primeiro mundo, como Itália, França, Portugal, Espanha… Será que religião está mesmo associada (ou não) com desenvolvimento?
      Numa coisa você tem razão: há uma associação da ética protestante com o desenvolvimento do capitalismo. Esse assunto foi estudado por Max Weber na obra “A ética protestante e o espírito do capitalismo”.

  6. As questões são estas mesmas, o que eu acrescentaria é que os limites estão cada vez mais esfumaçados e dificultando o percurso de todos. Como disse o JLT não sabemos mais como conduzir a vida privada e, muito menos, a pública. Pobre país e pobre mundo.

    1. Olá Bonifácio, “mundo, mundo, vasto mundo, seu eu me chamasse Raimundo, seria uma rima e não a solução…” Grato.

  7. Eos privilégios da classe empresarial brasileira: “Mesmo com ajustes, subsídios do governo somam R$ 354,8 bilhões
    Valor das isenções em 2017 é três vezes o rombo nas contas públicas e quase duas vezes o déficit da Previdência Social.”
    Sem contrapartida. Empresário brasileiro gosta de subsídio e perdão das dívidas.

    1. JFER,
      pobres gostam e querem bolsa família, classe média quer passar em concursos, empresários gostam de subsídios, perdão de dívidas e empréstimos no BNDES mas todos ‘metem o pau’ no governo que quer mais impostos onde todos apontam os defeitos da ‘outra classe’.
      Somando-se pobres que querem ser sustentados, classe média que quer estabilidade com mamatas, empresários que querem receber para ‘ganhar’ e governo que só quer ajuntar resulta na ‘personalidade’ brasileira:
      Do pequeno ao grandão, todo mundo é ladrão!

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