A vida (re)começa sempre que queremos

“Envelhecer é uma merda”. Quem nunca ouviu esta frase? Bem, que eu saiba, só há uma alternativa. E não conheço ninguém que a prefira

Soul Much Blues: Leo Lima, Leo Beggiato, Laura Lima, Benny Cohen e Rod Vaz

A velhice mostra de forma inequívoca a vocação do ser humano: existir. O instinto de sobrevivência vence a batalha contra as dores, as rugas, as limitações físicas e nos mantém guerreando heroicos contra o danado do tempo. Ao final, a batalha é vencida por ambos. Ninguém perde ao respeitar a natureza. 

Completei 50 anos em abril passado. Dentre hérnias de disco, memória ruim, tendinites e outras mazelas menores (queda de cabelo eu não sofro desde os 25) surgem também os bônus. Maturidade, segurança, autoestima elevada. Os pais se vão, mas os filhos florescem. Não saberia dizer se o saldo é positivo ou negativo. Cada um sabe a cruz que carrega, não é verdade?

Dentre os ganhos, talvez o maior: a liberdade de fazer o que se quer, sem se preocupar com os olhos e olhares, exceto os daqueles que nos importam. Gosto pela pintura? Pintamos. Gosto por meditação? Meditamos. Gosto por escrever? Escrevemos! Aos 50 anos não me importam minha intelectualidade (ou a falta dela), meus conhecimentos gramaticais (ou a falta deles) ou meu estilo. O que vale é ser feliz. Sem medo!

Ao me convidar para hospedar um blog — este blog — no Portal UAI, Benny Cohen me proporcionou a satisfação de me descobrir “escritor”. Se bom ou ruim, pouco importa, tanto faz, a satisfação é a mesma. O único escrutínio que me toca é o dos que me querem bem. E estes, me vendo feliz, também não se importam. E foi isto que assisti in loco nesta última quarta-feira à noite, no Major Lock (um pub), em BH. Cinquentões talentosos, brilhantes, tocando, cantando e encantando aqueles que lhes querem bem.

Baterista amador desde os, sei lá, 14 ou 15 anos, Benny compõe uma banda. A Soul Much Blues. Ontem fizeram o show de estreia. Para abrilhantar o momento, Laura Lima, sua esposa, despiu-se da fantasia de jornalista e apresentadora consagrada e mostrou o que sempre foi, o que nasceu para ser e, sabe-se lá o porquê, jamais assumira até então: uma vocalista poderosa, uma estrela de primeira grandeza.

Juntos, Benny e Laura experimentaram a tal liberdade que citei. Ele na batera, ela no vocal. Durante 90 minutos deixaram de ser quem são, despiram-se dos rigores profissionais, perderam o pudor ante uma falha “ao vivo” (ambos, ex-apresentadores de telejornal conhecem bem isso) e desfrutaram da segurança e da elevada autoestima que só os 50 anos — e muito ensaio, claro — poderiam lhes proporcionar.

Tocaram e cantaram como gente grande! Admirados, boquiabertos e apaixonados, seus amigos, convertidos em fãs, olhavam-nos nos olhos e vibravam com aquele momento especial. A 50 centímetros de Laura e a 1.5 metro de Benny, senti uma imensa alegria pelos dois. A mesma que sinto agora ao escrever para o blog. A alegria de quem faz o que quer apenas para agradar, mesmo que não agrade sempre.

Que histórias assim possam inspirar outros cinquentões (e sessentões, setentões…). A mim me inspira. Muito!

Vida longa, Benny Cohen, Laura Lima e banda Soul Much Blues. Vida longa, amigos deste blog!

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17 thoughts to “A vida (re)começa sempre que queremos”

    1. hahaha!! Faz assim, ô invejoso de plantão: me diz o que você faz de bom ou de útil nesta vida, além de exalar mediocridade pela internet, e eu prometo que te elogio também, ok?

      Eita carência afetiva da peste!!!

  1. Obrigado Ricardo pelo ” vida longa, amigos deste blog “.
    Tenho 67 anos bem vividos, estou bem de saúde, graças a Deus, sou feliz, tenho alguns hobbies como música, cinema e passear de motocicleta, tenho muitos amigos, já tive minha banda na juventude, estou curtindo a maturidade e, como já demonstrei anteriormente gosto das suas opiniões e as vezes faço meus comentários.
    Parabéns, continue assim e muito obrigado,
    Abraço.

  2. Depois de mt tempo vim aqui ver o que esse lunatico anda falando de baboseira..vejo que foi um movimento geral, poucos comentários, temas nada a ver com nada, decadencia total.. continua aí pq é amigo dos caras desses fascistinhas fracos da alterosa. Uma pena, antes pelo menos divertia. Adeus!!

  3. Só conheço o Benny Cohen da TV. Mas, acredito que ele seja mesmo, tudo isso que o blogueiro descreveu, o Benny parece ser uma boa pessoa. É importante elogiar as pessoas boas, é uma recompensa, pois não é fácil ser bom hoje em dia. Parabéns.

  4. Amei!!!!!!
    Ricardo, amei o que escreveu, os comentários positivos – que sempre nos incentivam… Os negativos, também. Se não fossem eles, acho que não teria graça!!!!!
    Adoro ver os “invejosos” se revirarem de inveja!!!! Kkk
    Parabéns pelo excelente texto!!!!
    Quero ter a oportunidade de assistir ao show desta banda!!!!!

  5. Excelente seu texto! |Vou fazer 40 e serviu completamente.
    eu sempre falei que vivo com a “chave do fodas” ligada.
    E temos que ligar mesmo pois o mundo nunca teve tao repleto de babacas evidenciados pelas redes sociais que deram voz aos ignorantes que antes de ter educação e estudo tem um celular.
    Fodas deles!!

  6. Bom dia Ricardo.

    Estou surpreendo com o Benny e a Laura, sempre via aquela imagem séria dos jornalistas no antigo Jornal da Alterosa, agora descubro que eles têm um lado rock’n roll.

    No mais, desejo sucesso e vida longa e próspera para a Soul Much Blues, um dia vou assistir a uma apresentação.

  7. k legal, já fazia tempo que não tinha noticias de vcs, estava ak tentando escrever alguns codigos e veio na mente: Gente cadê o pessoal da alterosa, o Benny a Laura, comecei a procurar al no Google e parei neste port, bacana d+. abços

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