O verdadeiro racismo no Brasil

É na boca dos populistas e nos programas dos partidos políticos, onde se pratica a pior espécie de racismo no país

Ele só é lembrado nas propagandas

Eu não concordo com o termo racista, muito menos com seu uso indiscriminado. Tampouco concordo que o Brasil seja um país “racista”.

Resta cientificamente provado (e comprovado), que há apenas uma raça, uma espécie humana: a… humana! Ponto. Simples assim. Não há um mísero ser humano que difira de outro, a ponto de ser considerado outra espécie ou raça. Gente é gente; cachorro é cachorro. Não há nada mais imundo que tentar dividir homens em raças. Aliás, o Nazismo, palavra tão em moda na boca dos idiotas, pregava justamente isso, ou seja, o homem divide-se em raças e sub-raças. Os arianos seriam os supremos. Pretos, ciganos, judeus e afins, as derivações inferiores. É asqueroso.

Peso, altura, fisionomia e, sim!, cor de pele não distinguem porcaria de raça alguma. São meras características físicas. Os orientais, e você aí que me lê, são gente. O mais típico dos quenianos e eu somos gente. O índio de 110 anos do Arizona (EUA) e a senhora judia da Polônia são gente.  Portanto, nada mais falso que o termo racismo. Infelizmente, assim como Nazismo e Fascismo, virou bordão na boca de desqualificados morais. Você acha uma loirinha finlandesa mais bonita que a mulata do Rio, você é racista. Você acha que a culpa pelo conflito no Oriente Médio é de Israel, você é nazista. Você se revolta e esbraveja contra Lula e sua gangue, você é fascista. Santa ignorância do sétimo dia, viu!?!

O Brasil é um país — assim como qualquer outro — preconceituoso, e isso é fato. Majoritariamente cristão e conservador, o brasileiro não aceita o homossexualismo com naturalidade. Não à toa os apelidos pejorativos repetidos à exaustão (bicha, viado, sapatão, etc.) por aí. Mas xingar a bandeirinha de “sapatão” e o juiz de “viado” não torna ninguém homofóbico; apenas um bobão preconceituoso. Curiosamente, a despeito de ser um país igualmente majoritariamente negro (65% da população se declara preta ou parda), os apelidos de cunho étnico (negão, macaco, tição e afins) não saem da boca de todos. Inclusive dos próprios pretos.

Aliás, um adendo: não existe a cor negra. Existe a cor preta. Pessoas com pele escura são pretos, não negros. Negro é um termo pejorativo — e asquerosamente preconceituoso — cunhado nos EUA, advindo da palavra “nigger”. Sempre escrevo “preto”, e sempre me aparece algum ordinário, que obviamente não me conhece, jamais me viu e muito menos me acompanha, dizendo que sou racista. Portanto, já fica o alerta e o recado: racista é a PQP!

O preconceito existe contra tudo e todos, indiscriminadamente, e pronto. Contra albino e preto, contra gordo e magricelo, careca e cabeludo, rico e pobre, contra coxinha e mortadela. Pessoas se aglutinam em grupos semelhantes e tendem a ser preconceituosos com os diferentes. E dentro dos limites da boa educação e da lei, não vejo grande problema. Uma coisa é pensar, sentir e até mesmo verbalizar preconceitos. Outra, bem distinta, é agredir, ofender.

O Brasil é “racista”? Não, não é. Jamais vi ou ouvi falar de atitudes racistas como: espancar algum preto, não sentar ao seu lado no ônibus, proibir sua entrada em qualquer lugar. O Brasil é preconceituoso? Sem dúvida! Ou melhor, o Brasil não, alguns imbecis são. Nojentos que imaginam que cor de pele ou origem torna alguém melhor ou pior. Principalmente os políticos populistas e seus marqueteiros impregnados, aí, sim, do mais puro “racismo”. É impressionante como não há uma mísera propaganda eleitoral que não seja apresentada por um preto, ou melhor, por uma preta (já que as mulheres também são maioria no país). E isso é repugnante! Sabem por quê? Porque estes valentes, que se pretendem defensores da diversidade étnica, estão reclusos naquilo que eles próprios chamam de “elite masculina branca opressora”: homens, brancos e ricos.

Sim, senhores! O PSDB recém apresentou seu desastre, digo programa eleitoral, estrelado por personagens pretas e pobres. Agora me digam: quantos parlamentares pretos tem o PSDB? E pobres, então? Qual mulher dá pitacos por lá?

E o PT? O que dizer quando não se encontra um só preto na linha de comando do “partido do povo”? Lula, Zé Dirceu, Genuíno, Marco Aurélio, Delcídio, Mercadante, Palocci, Mantega, Dilma, Rui Falcão, Gleisi, Lindbergh, Suplicy, Haddad, Delúbio, Vaccari, Vacarezza… Posso parar? Vejam aí. Nenhum preto! Zero! Nadinha de nada. Mulher? Uma! A ré criminal Gleisi Hoffmann, que prova que safadeza não é exclusividade masculina. Ainda assim é branca.

Pois ontem foi a vez da filial petista, o PSOL. Sabem quantos parlamentares pretos possui o partido? Um! Um deputado estadual em Pernambuco. Vejam a lista aqui. E mulheres? Uma! São todos homens e brancos, assim como em absolutamente qualquer partido político desta porcaria de país cínico. Mas sabem como é, né? “Temos de nos parecer com o povo, ora. Como é que poderíamos enganá-los melhor, não é mesmo?” Pois é. É isso que dizem os marqueteiros aos seus clientes — estes, sim — racistas!

Poucas coisas são piores que covardia. E não ter coragem de assumir o que se é, não passa da mais pura forma de… covardia.

Leiam também.

74 thoughts to “O verdadeiro racismo no Brasil”

  1. Ricardo, mais uma vez parabéns!
    Texto excelente, pois retrata exatamente a ditadura do politicamente correto que vivemos no Brasil!
    Não tiro uma vírgula do seu texto!

    1. Havia uma pessoa que se apresentava neste blog com o nome de Gainfranco Del Veneto e cometeu contra mim, mais de uma vez, o crime de difamação (A blogsfera não imuniza a conduta de ninguém). Gian é outra pessoa ou outra forma de o mesmo se apresentar? Grato.

  2. Parabéns! Disse tudo, tem que usar o pretexto do racismo e da propaganda pra no final falar mal do PT mesmo que não tenha sido isso o início da conversa!! É de gente assim que dá gosto de ler as matérias!!

  3. “Jamais vi ou ouvi falar de atitudes racistas como: espancar algum preto, não sentar ao seu lado no ônibus, proibir sua entrada em qualquer lugar”

    esse trecho aqui foi dose! Policia espanca preto diariamente.. quando o ladrãozinho é preto, sim é espancado e amarrado no poste; gente SIM se recusa a sentar ao lado de preto (talvez nao no onibus, mas em avião e restaurantes é comum); e proibir entrada de preto é praxe em quase toda casa noturna de bairro nobre, restaurante dito fino, etc.. só não ve quem não quer

    1. Caro Rodrigo,

      Você poderia, por favor, me dizer quais são estas casas noturnas. Terei o maior prazer em, pessoalmente, denunciá-las, e me comprometo aqui, publicamente, a te manter informado sobre todo o andamento da denúncia.

      Sobre polícia, um outro favor: onde você viu, ouviu ou leu sobre esta barbárie (um ladrão pretos espancado e amarrado em um poste por policiais)? Igualmente me comprometo a processar — por minha conta e risco — os policiais que fizeram isso.

      Como percebi que você é um defensor do “anti-racismo”, o que merece todo o meu apoio, estou certo que me enviará tudo isso para, juntos, vencermos esta gente hedionda.

      Um abraço!

      1. Prezado Ricardo,

        Sou advogado criminalista e me colo inteiramente ao seu dispor para ajuda-lo nesta cruzada contra o racismo.

        Não hesite em me contactar. Meu e-mail é este mesmo que encontra-se no comentário.

        Caro Rodrigo,

        Por favor, não deixe de enviar o que o Ricardo pediu. Salvo se tudo não passar de mentiras da sua parte, o que não creio, frise-se.

        Grato,

        1. Veja o meu comentário ali pro Ricardo, pode vir, estarei esperando, vamos ver o quão macho é de ser o cara que processa tudo e todos que são preconceituosos.

      2. Vem aqui em São Paulo, Heliópolis, Rua do Pacificador, chegue, mais ou menos, Às 23:45, hora que o pessoal que vem da faculdade chega. Fique 15 dias aqui que vai encontrar o que procura, aí pode processar a seu bel prazer, só que se prepare, vai cansar de fazer processos.

    1. Você quer dizer “por quê?”, certo? ok.

      Justamente por ser contraditório, ué, na forma exata do termo; não na usada por você, já que completamente sem sentido. Ou seja: por usarem mulheres, pretos e pobres nas propagandas e esquecerem-se completamente de todos eles depois.

      Aliás, cometo aqui um engano: eles se lembram, sim. Na hora de lhes enfiar as mãos nos bolsos

      1. Ter sentido ou não é subjetivo, por exemplo, eu não vejo sentido em um debate como este você está preocupado em corrigir o meu português, mas você vê. Não vejo sentido quando mandei fazer os “Novinhos” do bolo do meu casamento por exemplo, quando foi solicitado que o noivo tivesse a pele escura e pessoas do meu convívio indagaram que poderia soar racista, qual o sentido disso se de fato a minha pele é escura, ou preta, como você quiser chamar, ou que esteja cientificamente correto. O seu sentido pode não ser o meu, aliais, nem sei porque entrei neste debate, você já tem sua opinião formada sobre tudo e argumentos melhores que os meus, escreve bem e sem erros. Viva a “liberdade” de expressão.
        ‎”O dia em que pararmos de nos preocupar com Consciência Negra, Amarela ou Branca e nos preocuparmos com Consciência Humana, o racismo desaparece.” (Morgan Freeman)

        1. Muito bom Francis. Realmente, este colunista irrequieto só escreve a opinião polarizadas, acho que isso aqui deveria ser chamado de blog ou diário eletrônico, sinceramente, beira o sensacionalismo.

      2. Esse comportamento de ridicularizar o leitor quando ele comete erros de português não é legal. Faça isso com seus pares, outros jornalistas adversários da verdade. Com leitores não é bacana! É desrespeitoso com quem parou alguns minutos e privilegiou o seu trabalho!

        1. Eu não sou jornalista, não!!

          E só “ridicularizo”(palavra sua) quem merece, sacou? Tipo gente que “para alguns minutos” não para privilegiar o blog, mas, sim, para adjetivar pejorativamente — ou ofender mesmo — o blogueiro, e não para comentar o post. Exemplo: “Faça isso com seus pares, outros jornalistas adversários da verdade”.

          Assim, Alex, você me chamando de mentiroso, me sinto no direito de te chamar de baba-ovo do PT ou do lularápio, sem que isso se torne desrespeito da minha parte. Manja o “bateu, levou”? Pois é.

          Só não vale fazer como a maioria que vem aqui me xingar e leva chumbo no lombo, e depois sair fora cheio de mimimi dizendo que não aceito crítica, que sou grosseiro e bla bla bla.

          Entendeu ou preciso desenhar?

          1. Cara eu devo ter cometido algum erro de pontuação. Não queria te chamar de mentiroso. Quando falei pares me referia a outros jornalista ou formadores de opinião, mas quando falo em adversários da verdade são os que vc deveria combater. Entendeu? Foi um mal entendido. Como vc é o cara no português se puder me falar o de errei rs. Mas, sinceramente, foi um mal entendido. Quanto à ridicularizar o leitor eu mantenho, pois querendo ou não ele leu o seu texto. Leu seu trabalho. De qq forma me desculpe o mal entendido.
            E sobre ser petista não podia me ofender mais que isso. Sou antipetista até os ossos, sou um liberal clássico

  4. Muito bom o texto. Porém, a maioria do povo não é negra. Segundo o IBGE a maioria da população se declara branca 47%, depois parda com 43%. Os pretos são aproximadamente 8%. Pardo não é negro, é branco com preto, branco com vermelho, etc…. é mistura! Então quem definiu que pardo e preto é negro?

    1. Bem, então estamos consultando IBGE’s diferentes.

      E quem definiu que pardo e preto SÃO negros eu não tenho a menor ideia. Aliás, sequer vi alguém no mundo fazer tal definição

      1. Sobre a pergunta de quem definiu que negros são os pretos e os pardos, era retórica, mas vamos lá. Essa definição foi dada pelo próprio IBGE (me parece) e considero importante não fazer tal aglutinação, pois pardos são mestiços não são negros. É a esquerda que quer fazer do Brasil um país africano, nada contra eles, mas a verdade é que a maioria da população é branca e em seguida parda. Pretos são minoria.
        https://vestibular.uol.com.br/noticias/redacao/2013/05/03/ibge-usa-classificacao-de-cor-preta-grupo-negro-reune-pretos-e-pardos.htm

        1. Muito bem, Alex.
          Afirmo(realmente afirmo) que quando eu era bem jovem via pretos(palavra que define cor sem conotação chula) por toda parte e com pele bem bonita.
          Hoje raramente vejo pessoas realmente ‘pretas’, são misturas de raças que resultaram em PARDOS!!! (e tá lotado de mulheres pardas lindonas com tom de pele maravilhoso…e aqui comprovo que não sou racista pois as admiro e até ‘babo’)

          Aqui uma tabela mais recente( 25/11/2016) pra ‘colaborar’:
          http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/populacao-parda-quase-se-iguala-branca-no-pais-segundo-pnad.html

          ps: como exposto anteriormente, ‘negro’ é conotação chula para pessoas e preto é cor de pele mas…querem ‘impor’ racismo até nas palavras que definem cor de pele…

          abrs! 🙂

  5. Outra observação é que eles não colocaram esse rapaz para apresentar porque ele é parecido com o povo (aproximadamente apenas 8% no Brasil se declaram pretos). Eles colocaram porque midiaticamente o politicamente correto e o vitimismo estão vencendo, ainda que parcela considerável do povo não se dobre a essas idiotices.

      1. Mais ou menos 54% dos brasileiros se declaram ‘afro descendentes’ para conseguirem cotas e benefícios onde (concordando com o ALEX) o vitimismo tira proveitos.

      2. Conforme o link que te mandei em reposta ao meu comentário de 16h58, pretos são precisamente 7,52%. Pardos são 43,42%. Então 7,52% + 43,42% = 50,94% de pretos e pardos. Porém, considero tal aglutinação imprópria.
        De qualquer forma compartilho totalmente do ponto principal do seu texto, que considerei muito bom. Mais uma vez me desculpe pela confusão em relação aos “jornalistas adversários da verdade”. Abraços!

  6. Ricardo. Concordo com seu texto. Reparei ao longo da minha vida (37) que quem se julga nao ser racista ou homofobico sao os piores nesse quesito. Fingem p levar vantagem e ludibriar as pessoas. Gostam de dar uma de bonzinhos, (esquerdistas adoram isso). A unica coisa q nao concordo c vc e a questao de sermos um pais de pretos. Falo isso porque uma parte do brasil,por exemplo, é formado pela mistura de indio com branco (essa mistura nunca daria um preto. Biologicamente). O governo diz isso para sempre pregar q o brasil é racista. No mais o psdb e pt sao a mesma face da mesma moedab(esquerda) . estao apenas brigando pelo controle da boca de fumo (poder) igual traficantes. Sugiro a voces a lerem o site midiasemmascara.org (se nao puder citar site peço perdao). No mais creio q a propaganda foi um tiro no pe. Ninguem cai mais nessa. Quando vi pensei igual a voce. Um otimo final de semana. Abs.

  7. Prezado Ricardo,

    Se você afirma não usar o termo “negro” por não ser uma cor, preferindo o termo “preto” ( devido a questão do emprego da palavra nos EUA, mas que ao meu ver no Brasil é um termo muito mais ofensivo). Por favor me explique o uso do “albino” em contradição ao preto, sendo que este também não é uma cor?
    Não seria mais justo e correto, saber como as pessoas de cor, seja ela qual for, preferem ser chamadas?

    1. Bem, por partes:

      Albinismo não é cor de pele, mas, sim, uma doença, ou melhor, uma condição daqueles que possuem deficit de (acho, não tenho certeza e tô com preguiça de pesquisar) melanina. Jamais vi alguém ser chamado de albino em contradição a um preto. E não vejo o menor sentido nisso.

      Sobre perguntar como as pessoas de cor preferem ser chamadas, acho difícil, né? São mais de 100 milhões no Brasil. Imagino que uns preferem negro, outros preto, outros ainda mulato, e por aí vai. Tenho amigos pretos que falam “negão” e não estão nem aí para isso, para esta babaquice de cor, no que fazem muito bem.

      De qualquer maneira, o importante é combater o preconceito com a máxima veemência, e não permitir que embusteiros os mais diversos usem a cor da pele como proselitismo político e ideológico.

      Abrs

  8. Excelente texto! Parabens! Adoraria compartilha-lo, envia-lo para A e para B, mas sabe quantos o leriam, e pior, o absorveriam??? Pois eh, a maioria que eh imbecil nao iria nem ler tampouco absorver!! Abs.

  9. RICARDO. DISCURSÃO A PARTE, ONDE CADA UM TEM A SUA VISÃO, E OBVIAMENTE UM RESPEITANDO O OUTRO. MAS ESTA JLT, É A SUA ESPOSA? OU SUA AMANTE? ESTA FICANDO FEIO, DANDO NA CARA..

    1. CARLOS, cabe o argumento, preste bastante atenção pois é tipo uma auto análise:

      Carlos, vc certamente defende LBTG, gays, lésbicas, liberdade sexual e coisas do tipo MAS faz conotações em PERGUNTAS ACUSADORAS E PUNITIVAS insinuando alguma espécie de homosexualismo .

      VIU? Até quem ‘defende’ ou faz parte da bicharada é contra a própria fauna!
      (Se não entendeu, leia novamente e se não entender após reler, é burrice)

  10. Parabéns Ricardo. Seu texto alerta para aquilo que já estou enojado de saber. Os políticos e suas ideias nojentas de parecer o que não são, dividiram o país entre brancos e pretos ou afro- descendentes com o intuito de parecerem deuses. O maior exemplo é o Lula e seu PT. Pior é que os demais políticos com a queda do PT e querendo tomar o espaço deixado estão agindo da mesma forma. Agora o Brasil está tão contaminado por essas ideias monstruosas de racismo que já atingiu o futebol, esporte preferido do povo. Não lembro de anos atrás , ter visto essa guerra sem sentido entre torcidas culminando em mortes.

  11. Está no seu texto, Sr. Ricardo:

    “Jamais vi ou ouvi falar de atitudes racistas como: espancar algum preto, não sentar ao seu lado no ônibus, proibir sua entrada em qualquer lugar”.

    Blogueiro … que exemplos são esses? Ponha a mão na consciência … pelo amor de Deus.

    Quanta inconsequência nestas idéias! Pior ainda são estas pessoas que comentam e aplaudem estes silogismos e discursos!

    Eu tenho 42 anos e trabalhei quando jovem no mercado financeiro. Quando a certeza de que a vida vai muito além de débitos, créditos, dinheiro, gente chula e status, deixei esta área e me direcionei à educação. Trabalhei em escolas particulares e públicas por um longo período. Depois morei na Europa por alguns anos para estudar, voltei e trabalho ainda com educação hoje em dia. Ou seja, estive e estou lidando com gente de esferas sociais diferentes diariamente. Quando se trabalha com gente e com educação, algo que inevitavelmente se aprende é observar. Ocupei-me com educação em bolsões de pobreza extrema e também nos bairros mais abastados ( as pessoas destes últimos lugares, chamadas de ‘gente de bem’ – como se diz aqui nesta cidade). Atuei nesta cidade toda: em bairros de classe média baixa, classe média-média e classe média-alta. E classe A também.

    Antes de tudo, porém, para que não digam que sou um ‘preto recalcado’, que vejo racismo onde não há e que coloco na minha fala a minha revolta de ‘preto’ como desculpa para isso e para aquilo, devo dizer que não sou negro. Sou branco. Não sou baixo, sou alto. Sou descendente de europeus e não de africanos. Rapaz ‘bem-apessoado’ como já ouvi no passado. Estes estereótipos caducos, racistas e desumanos que para mim são lixo e de nada servem, mas que parecem valer muito para um povo RACISTA SIM desta elitizinha mediocre daqui de BH. Tipo de pensamento que reforça o senso de superioridade de muitos jacús belorizontinos que geralmente vivem na parte sul da cidade e que adoram bater no peito e dizer ‘Sou descendente de italiano’, ‘Sou descendente de alemão’, ‘Sou descendente de português’ – como muito já ouvi. Enquanto detalhe, melhor e mais digno lhes seria dizer: ‘sou descendente da puta-que-o- pariu’. Não tenho assim, as características que segundo os critérios destes, desabonariam o meu comentário.

    Então vamos lá sobre o seu texto: você já começa com um ” Eu não concordo com o termo racista, muito menos com seu uso indiscriminado. Tampouco concordo que o Brasil seja um país ‘racista´ ” . Permita-me dizer senhor Ricardo, mas o racismo se manifesta de uma maneira muito maior e marginalizante do que o seu pensamento e discurso podem supor ou entender. Sou belorizontino, mas não sendo bairrista, e ao contrário disto, observador, não há como negar que enquanto flanco negativo do mineiro, pode-se dizer que trata-se de um povo altamente preconceituoso, racista, miserável (no sentido de avarento), e covarde quando é chamado à responsabilidade. Quando se viaja pelo Brasil e fora do Brasil, convivendo com pessoas que estão fora do círculo do pão-de-queijo, é que passamos a perceber isso. A turma do panelaço, da ‘gente de bem’ que vai protestar na praça da Liberdade não consegue ver o racismo, por mais que ele esteja escancarado à sua frente e acontecendo de maneira cruel e desumana todos os dias (e veja que não sou esquerdista, e menos ainda de direita. Graças a Deus sou livre para pensar). Mas é necessário dizer que realmente lhe será muito difícil perceber o óbvio do racismo existente, se vc tiver raízes ou valores fundados num entulho chamada ‘tradicional família mineira’. E por que? Provavelmente vc vive só de idéias e não de experiências. Na abastança não se sente a dor da exclusão, apenas especula-se, e geralmente de maneira incorreta e ou descabida.

    O Senhor já trabalhou em uma favela blogueiro? Pergunto, trabalhou todos os dias? Digo, não ter ido uma vez ou outra, ou ter passado de ônibus ou de carro na borda de um lugar destes? Volto a perguntar: o senhor já trabalhou numa favela, blogueiro? Provavelmente, não. Mas, se sim, provavelmente não atentou para as causas daquela bizarrice social ali. Tampouco, terá observado a cor da pele daquelas pessoas, menos ainda terá se importado ou comovido com a dor física, social e moral da maioria ‘preta’ de GENTE que não passou pelo processo civilizatório que o senhor passou, Sr. Ricardo Kertzman.

    Então blogueiro, eu vou lhe dizer algo: aquela gente preta (e não branca) dali da favela , que na sua maioria não sabe se comunicar ou usar a linguagem de maneira apropriada , aquela gente preta (e não branca) que não consegue distinguir entre o belo e o feio, o harmonioso ou o contrário disso, aquela gente preta (e não branca) por vezes indolente, ‘safada’ como disse um aluno meu do Santo Antônio, que não reboca nem pinta os barracos minúsculos-fedidos onde vivem, aquela gente preta (e não branca) que não consegue entender ou raciocinar com mais lógica e menos impulsividadade as coisas que lhe acontecem, que escrevem malfeito e divertem ou seus ouvidos com aqueles funks e batidões desgraçados, aquela gente preta (e não branca) que é quem sempre assalta em motocicletas ou a pé causando atrocidades e barbarismos diariamente, aquela gente preta (e não branca) que um dia foi bebê, criança e que vira bandido diabólico, aquela gente preta (e não branca) que cata latas nos shows de música boa que vamos, a gente preta (e não branca) que duas ou três vezes põe-se a abrir os sacos de lixo que estão na esquina do prédio onde vivo, são a ponta de um novelo que começo a se desenrolar lá bem atrás.

    A coisa deles começou num passado bem distante que se arrastou e chegou em 2017 sem nenhuma mudança significativa. Basta estudar um pouco de história, não é difícil perceber. Como é que vocês não conseguem ver isto? Como que não existe racismo Sr. Ricardo! Esta gente que chegou aqui acorrentada, contra a vontade deles, e foi empurrada pela indiferença para as favelas, pros guetos, para este amontoado de lixo e fedor que são estes morros. Como o senhor ousa dizer que não existe racismo no Brasil? Entra numa favela agora e veja a cor de quem está lá! Mas entre com olhos de quem quer entender de fato o que ali existe, não com olhos de quem quer justificar as suas próprias crenças.

    Lembre-se: um sujeito que sabe falar, se portar bem, pensar, ter uma boa aparência, sensibilidade, entendimento e uma série de outras características que o tornam HUMANO de fato, é fruto de um processo que começa na infância. Se não se tem o processo civilizatório feito de maneira bem feita desde lá, esquece … vai dar tudo errado. Normalmente eles são pretos. Se acha que não, desliga o seu computador e tenta ir lá checar a cor deles. Depois, da uma volta no seu bairro e compara a cor.

    Neste interim, os negros se lascaram. Os brancos como você se deram muito bem … continuam aí a empurrar a cabeça deles para o lamaçal que vocês querem fingir que não existe, e que se existe e por culpa deles.

    1. Para manter o tom do seu comentário, vou me referir a você como “leitor/comentarista”, já que sou o blogueiro, ok?

      Confesso que não li atentamente seu texto. É muito longo e cheio de mistificações que não concordo. Assim, como se diz na roça, “passei os óio”, por isso não me sinto apto a lhe responder com mais profundidade.

      Dito isso, apenas duas considerações: na sua ótica, ser descendente de europeu é negativo, ser descendente da tradicional família mineira é negativo. Bem, que eu saiba, dado o processo de colonização por aqui, a única coisa que restou e que presta hoje em dia (pela sua lógica) são os afro-descendentes. O resto é apenas um bando miserável, caduco, lixo, racista …

      A outra consideração: nunca fui à Lua. Nunca pisei por lá. Mas a observo por uma bela luneta. Adoro ler sobre astrofísica. Será que posso comentar sobre suas crateras ou sobre o seu lado escuro ou não? Pense nisso, ok?

      De resto, não me tome como ofensivo, mas farei uma declaração ofensiva: pelo que li, da forma que li, e me perdoe se eu estiver enganado, pois realmente posso estar, devido à falta de atenção, você é professor. Se for, é o tipo de professor que desejo manter longe da minha filha. É o tipo de professor que usa sala de aula para fazer pregação ideológica. É o tipo de professor que inspira idiotices como Escola Sem Partido. Sinceramente, Daniel, acho que o lixo está no seu próprio espelho!

      1. Ricardo, eu não iria comentar, mas apos o texto do Daniel achei necessário,
        gosto dos seus textos. não concordo com tudo ( sua visão e um pouco extremista de vez em quando ), mas este sou obrigado a aplaudir ( gostaria de ter escrito). As pessoas leem as palavras e as interpretam com “viseira” fechada , socialismo não significa comunismo, existe algumas ideias em comum, mas as palavras não são sinônimos. Algumas pessoas tem que entender o contexto e a pessoa que escreve antes de ler o texto para conseguir interpretar o texto corretamente, mas já se perdem no contexto e não são capazes de entender uma opinião diferente, o Daniel não está totalmente errado, o brasil é um país “racista”(preconceituoso), mas país RACISTA acho que não existe mais (Africa do Sul foi o último).
        Como você disse somos todos seres humanos, não existe raças diferente, as pessoas são diferentes, pensam diferentes e tem necessidades diferentes mas deveriam ter um objetivo em comum , viver bem no nosso planeta, MAS isto por enquanto é uma utopia como é uma utopia o comunismo, como é utopia as religiões, como é utopia um uma constituição onde diz que todos somos iguais perante a lei.
        Talvez meu texto não seja bem interpretado, mas isto nós já estamos acostumados.

  12. Prezado Ricardo,

    seu texto é claro, crítico e demonstra conhecimento de fatos. Parabéns.
    Gostaria, no entanto, de fazer uma observação com relação aos comentários referentes a determinadas unidades lexicais. É importante levarmos em conta que as palavras da língua são polissêmicas e vão, mais cedo ou mais tarde, adquirindo ou perdendo acepções. Dessa forma, se os itens “racista” ou “negro” são usados com novas acepções, isso é um fato. Um fato que mostra a língua como algo dinâmico, na maioria das vezes impossível de ser controlada pelos usuários. Obviamente, cada um faz suas escolhas e posso, desde que esclareça em que acepção emprego um item lexical, movimentar-me pelas possibilidades que a língua oferece.
    Faço a observação a partir do ponto de vista de um pesquisador que investiga fenômenos linguísticos há muitos anos.
    Até mais e sucesso!

    1. Obrigado, Eduardo. Adorei seu comentário!

      Minha filha tem 11 anos e estuda no Colégio Santo Antônio (BH) onde estudei. Outro dia ela estava me explicando que “não existe certo ou errado” na forma de se escrever ou falar, pois há “variantes regionais” que alteram a grafia e o entendimento de certas palavras e frases. Me mostrou seu livro com alguns exemplos e quer saber?, quase tive um AVC atômico!!! Sério! Para um cara, digamos assim, conservador como eu, quase imutável na maioria das crenças e valores, aceitar que “bicicreta” é uma variante regional de “bicicleta”, e que o importante é se fazer entender, sinceramente, é missão impossível, hehehe.

      Sei que o que escreveu acima não se encaixa nesse meu exemplo, mas é que me fez me lembrar. A língua é dinâmica, sim, eu sei. Mas para alguém ‘estático’, certas coisas nunca mudam.

      Abração!!

  13. Ricardo, eu acredito que o racismo é uma confusão, pois a situação de uma pessoa depende mais dela do que de seu passado (em relação a aproveitar uma oportunidade, que é diferente de ter uma oportunidade), ou seja, eu acredito que racista é aquele que não sabe ultilizar o preconceito. Querendo ou não, preconceito faz parte da natureza humana. O racismo atual é de baixo nível, pois o aspecto de alguém depende de sua situação (quando o nosso corpo se adapta ao ambiente, ou quando a nossa cultura é diferente). O racismo só vai década de existir quando as pessoas o esquecerem ou quando puderem trocar de corpo( como na série da netflix: “Altered Carbon”). Qualquer mal entendido minhas desculpas! Continue escrevendo bons textos!
    Atenciosamente,
    Estudante consciente/confiante
    P.S: Talvez minhas idéias não estejam muito claras porque não gosto de escrever “textões”, eles são mais cansativos de escrever do que ler.

  14. Tinha que ser branco pra reclamar e falar bosta sem ter a vivência do racismo, um lixo que vive numa cúpula… Em seu mundinho perfeito onde nada te afeta por que vc é branco

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