Tristeza não tem fim

“A falta é a morte da esperança”, Nando Reis, na belíssima canção “Por Onde Andei”, de sua própria autoria e interpretação

O que estou fazendo aqui neste post?

Um estudo divulgado há pouco, mostra que o jovem brasileiro é o mais desmotivado dentre 20 países consultados. Surpresa? Nenhuma. O Brasil, há muito, tornou-se uma fábrica de desilusão e desolação. Não por acaso, estamos assistindo nossos melhores talentos, nossas melhores promessas deixarem o país em busca de ares respiráveis. Quem fica por aqui o faz por apenas dois motivos: falta de condição financeira para emigrar ou continuidade do negócio da família.

Uma nação se sustenta em dois grandes pilares: Trabalho e Esperança. É a união destes dois que encaminha o engrandecimento pessoal e, por consequência, o coletivo. Peguemos as nações mais desenvolvidas do mundo e os encontraremos em abundância. Alemanha, Japão, Suécia e outros possuem povos trabalhadores e sempre motivados em busca do bem-estar coletivo. Israel, berço do trabalho duro e, mais ainda, da esperança em um futuro melhor, nos brinda, a cada ano, com invenções e inovações tecnológicas de estupendo impacto em nossas vidas.

Vejam os exemplos de Inglaterra e Estados Unidos. Povos historicamente trabalhadores e que, por motivos diversos, perderam a esperança em dias melhores. O resultado foram o Brexit e Donald Trump. A França, onde o trabalho duro nunca foi a maior característica do seu povo, caminha a passos largos na direção da desesperança. Quanto mais os franceses esperam graças divinas, mais não as recebem; mais se desiludem e mais suscetíveis estarão à decisões equivocadas.

O Brasil já foi movido a trabalho e esperança. Peguem os livros (honestos) de história e imaginem-se no Brasil pré-Vargas. Façam o mesmo em relação ao governo Juscelino e ao período militar, anterior à crise mundial do petróleo. O país era jovem e esforçado, mesmo reunindo condições ainda piores em saúde pública e educação (principalmente). Contava com uma grande população rural e ainda assim desenvolveu-se em “soluços”. O que mudou, quando mudou e por quê mudou a ponto de chegarmos tão desacreditados assim nos dias atuais?

Bem, certamente um monte de coisas, e eu não saberia detalhar. Mas uma delas é clara e inegável, e talvez seja a principal razão para tamanho estrago: a inclinação da sociedade ao Socialismo de Estado. No momento em que as esquerdas passaram a dominar a burocracia estatal, as universidades, a imprensa e os meios culturais, o Brasil caminhou para trás. A população emburreceu e embruteceu. O Estado agigantou-se e passou a dominar tudo e todos, num movimento tirano e autocrata idêntico ao que hoje se aflora tão vorazmente sobre as nossas vidas.

E assim surgiu a demoníaca Burguesia Estatal e suas linhas auxiliares. Um exército de pessoas que vive do Estado em total parasitismo ao trabalho e capital produzido pela iniciativa privada. O resultado é este que está aí e que a tal pesquisa nos mostrou. Um país sem presente e sem futuro. Um bocado imenso de terra onde não vive-se, sobrevive-se, sempre à espera de um líder messiânico a nos acarinhar o rosto e “caraminguár-nos” uns tostões para nos distrair. Pensou em assistencialismo? Acertou!

Fica então a pergunta final: Como os jovens poderiam motivar-se diante de uma estrada com apenas dois caminhos possíveis? Um, ser um eterno escravo do Estado burguês. Dois, ser um eterno pobre coitado (ou rico, no caso dos apaniguados do poder), sustentado por este mesmo Estado burguês. Querem exemplos de uma vidinha mais medíocre que estas duas? Sinto muito. Não rola. Eu não conheço. E nem quero conhecer. Já me basta a atual. Triste sina. Triste fim.

Leiam mais, aqui.

7 thoughts to “Tristeza não tem fim”

    1. Pensando com mais tempo, uma tentativa seria tentar desmontar as “bombas relógio” ideológicas fabricadas nestes últimos 30 anos, como : Lei da palmada, leis trabalhistas, leis ambientais, leis para incentivar a libertinagem em geral (incentivo ao homosexualismo, educação sexual para criancinhas …..),reforma do estatuto do desarmamento, reforma do estatuto da criança e do adolescente, reforma trabalhista, fiscal…..ou seja, deveríamos fazer uma nova constituição porque esta nossa é de causar inveja à URSS !
      Caso contrário, não vejo saída a não ser o aeroporto de confins ! Nós caminhamos a passos largos rumo ao colapso moral , social e ,consequentemente, ao econômico !
      A imprensa livre juntamente com entidades de classe, alas não infiltradas das igrejas, da maçonaria, do judiciário, cidadãos de bem, políticos que prestem ( se é q existe!), formando um movimento, um centro de estudos e divulgação para a população desta necessidade que mostra-se urgentíssima. Teríamos que fazer isto após as eleições para presidente e deputados. O atual governo tenta somente apagar o incêndio na economia, mas de nada vai resolver se não atacar a causa do fogo ! O mato seco esta aí, vai queimar novamente, é questão de pouco tempo.
      Você enxerga viabilidade Ricardo ? Que tal vc iniciá-lo ?

  1. Olá Distinto, em que pese o prestígio do artista da foto, gostaria de sugerir que vejam o depoimento de outro, o literato Raduan Nassar quando do recebimento do prêmio literário. É só clicar no youtube. Grato.

    1. Não me lembro de ter ouvido falar o nome desse tal de Raduan. E agora que o conheci por tão singelo ato de apreço ao valor monetário de um prêmio e tão completo descaso com a civilidade democrática, ficará arquivado na pasta “lixos do passado” até a próxima limpeza da caixa eletrônica em direção ao limbo.!Queria vê-lo discursar assim em um evento público na “democracia” cubana ou venezuelana…

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