Por que a verdade dói tanto

A maioria dos seres humanos não está preparada para encarar as verdades ditas

verdade

Faço cinquenta anos em breve. Sou uma daquelas pessoas complexas, sabem? Ao longo de quase 35 anos de trabalho posso me considerar muito bem-sucedido. Sob o aspecto “satisfação profissional”, nem tanto; mas é assunto para uma outra hora. Também sou hiper-bem-sucedido no quesito familiar e social. Tenho uma família sensacional e amigos que não ficam nada abaixo do adjetivo. O conjunto da obra, contudo, aparentemente tão bom, ainda assim não me permite o equilíbrio. Daí minha complexidade.

Dentre meus inúmeros defeitos e desequilíbrios não se encontra um: A aceitação das verdades ouvidas. Seja porque nem sempre as considero “verdade”, seja ainda pela capacidade de ouvi-las e não me matar por conta disto. Ao contrário, na maioria das vezes o efeito é apaziguador. Por que? Simples. Porque tais verdades são meros traços de personalidade — nem sempre os melhores, confesso –, que podem ou não ser melhorados (ou até piorados) com o tempo, mas que não implicam em desvios de caráter que desrespeitam as leis ou os direitos de terceiros. Daí acabo me sentindo melhor ainda. Ouvir verdades me faz bem.

Penso que as pessoas, sobretudo dentro dos relacionamentos sérios (conjugal, profissional, familiar, social) devam exercitar mais o diálogo corajoso, que é aquele que não se envergonha das palavras nem teme as reações. Via de regra, ao guardarem para si tantos ressentimentos e frustrações as pessoas envolvidas constroem fossos quase intransponíveis entre elas mesmas, empobrecendo sobremaneira as relações e trazendo descontentamento e infelicidade para a relação.

É importante que as pessoas que se gostam e que se relacionam mais intimamente desenvolvam a coragem necessária para falar e ouvir o que pensam; mais ainda, é importante que aprendam a falar (expressar-se correta e claramente) e a ouvir (não modificar ou deturpar o sentido do que foi dito), sem sentirem-se culpadas ou entristecidas. O (bom) diálogo constrói pontes, o silêncio muros. Pensem nisto da próxima vez que pensarem em se calar ou começarem a chorar por ouvir algo que não gostaram. Garanto que lhes fará muito bem!

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9 thoughts to “Por que a verdade dói tanto”

  1. Ricardo, li seu texto e concordo em gênero, número e grau. Tenho apenas um detalhe a acrescentar, também é preciso saber falar, onde falar, como falar e principalmente, o que falar. Como diz um ditado popular: “não é a toa que temos dois ouvidos e só uma boca…”.

  2. Ricardo, parabéns é preferível manifestar e ser criticado do que calar-se e ver suas ideias manifestas pelas bocas de terceiros. O neosocialismo busca desconstruir a verdade através do discurso, você como poucos, consegue sobrepor o ostracismo que se abateu sobre as boas ideias e ainda, mais importante, não caiu na armadilha de se achar superior. Novamente parabéns Opinião Sem Medo não é afrontar as instituições é ser capaz de expor o problema, seus atores e suas falácias.

  3. O BLOGUEIRO TUCANALHA ESQUECEU DE FALAR QUE FOI O MINISTRO TUCANO GILMAR MENDES QUE DEU UM JEITINHO NO PROCESSO DO MINISTRO SERRA E MAIS , PORQUE FORAM CONDENADOS A PAGAR 2 MILHÔES CADA UM PELO SUMIÇO DE 5 BILHÔES DO PROER , E QUE NÂO DEICHOU INVESTIGAR O AÉCIO , E QUE FOI O GILMAR MENDES DO PSDB QUE DEU DOIS HABEAS CORPUS EM 40 HORAS PARA O BANQUEIRO DANIEL DANTAS FINANCIADOR DO MENSALÃO TUCANO COM 73 MILHÔES , NÂO E MESMO ?

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