Papai Noel existe

Márcio Magno Passos Ele parecia usar sapatilhas de pelúcias. O andar macio quase não provocava barulho. Quando dobrou a esquina, o sino da igreja abafava o som da última badalada da meia-noite. Não havia neve nem chaminés. Talvez por isso mesmo, ele vinha a pé, sem trenós e renas. Mas a roupa era larga, folgada, vermelha com detalhes em branco. Na cabeça um gorro nas … Continuar lendo Papai Noel existe

Família unida na praia

Márcio Magno Passos Reunião de família, definitivamente, tem que ser na casa dos pais. Vez por outra aparece algum engraçadinho querendo inovar. São ideias teoricamente maravilhosas, mas que, na prática, nem sempre funcionam bem. Certo dia de um ano distante, estávamos todos lá – filhos, genros, noras, netos e agregados- reunidos em festa na casa do Vô Quiu e Vó Nina, casal então responsável por … Continuar lendo Família unida na praia

Moda fora do tempo

Márcio Magno Passos Final do século passado. Passando férias de julho comigo, minha filha Viviane se aprontava certa noite para me acompanhar numa visita à fazenda de um amigo, quando perguntou: – Pai, você acha que eu devo levar minha parca? – Levar sua o quê? – Perguntei já imaginando que ela pensou uma coisa e falou outra – confusão natural em qualquer computador cerebral … Continuar lendo Moda fora do tempo

O dia seguinte

Márcio Magno Passos Cresci sendo educado para ter medo do ano 2000 porque dele não passaríamos. Passamos e meu o medo seguinte foi uma terceira guerra com armas nucleares que acabariam com o mundo. Ela não veio, mas chegando aos setenta anos de idade me deparo com um vírus de origem ainda discutida e com uma capacidade de destruição que supera tudo que imaginamos ao … Continuar lendo O dia seguinte

Os políticos e os cinco tons da flauta

Márcio Magno Passos 1º TOM DA FLAUTA: Não posso ser candidato de mim mesmo. Só o serei se for da vontade de um grupo representativo, até porque ninguém sozinho chega a lugar algum. Quero e preciso do apoio de vocês. Mais do que isso, preciso do trabalho, da cooperação, da participação e do comprometimento de todos. A candidatura não é minha, mas sim nossa. Sem … Continuar lendo Os políticos e os cinco tons da flauta

Deus vai me salvar

Márcio Magno Passos Muito religioso, o pescador confiara o destino de sua vida a Deus. Sabia dos perigos da profissão, das madrugadas mar dentro com tempestades violentas, conhecia todos os riscos. Há mais de trinta anos vivia da pesca. Já perdeu a conta de quantos apertos que passara, mas estava ali, vivinho da silva. Naquela madrugada, porém, a sorte não estava do seu lado. Sozinho … Continuar lendo Deus vai me salvar

Não admitir o erro é desumano

Márcio Magno Passos Vamos começar num papo reto. Você já cometeu erros? Não? Jura? Nenhum erro, por menor que seja? Então você é perfeito? Então, tá! Ou então não tá! É da natureza humana (ou desumana) não admitir erros. Infelizmente essa é uma verdade. Todos temos nossas desculpas ou justificativas para amenizar e, se possível, não admitir nossos erros. É na relação familiar, no círculo … Continuar lendo Não admitir o erro é desumano

Política é vida

Márcio Magno Passos Nos treinamentos que faço com grupos sobre convivência em equipe e administração de diferenças, normalmente começo perguntando em alto e bom som: quem aqui gosta de política? Quase sempre não mais de dez por cento levantam a mão. Então proponho mudar de assunto e pergunto quem na plateia é casado, amasiado, noivo ou tem namorado. Todos levantam as mãos. Aí sugiro convidar … Continuar lendo Política é vida

Velório é de morte

Márcio Magno Passos A única certeza da vida é a morte. Frase chata, essa. Tanta coisa boa para a gente ter certeza na vida e, volta e meia, vem essa danada da morte incomodar nossa consciência. Tenho uma relação de amor e ódio com ela. Amor porque eu não sou otário de ficar só nutrindo ódio contra coisa tão importante. Imaginem se ela fica ressentida … Continuar lendo Velório é de morte

Até que a morte os separe

Márcio Magno Passos A dúvida era seu maior tormento. Mudara ele ou mudara a mulher? O tempo foi passando e os hábitos mudando, em compasso tão natural e rápido, que nem deu para perceber quando começou. Mas que mudou, mudou. E muito. Ou mudou ele? Antes, tão carinhoso e descobrindo virtudes. Agora, chato de galocha que vive descobrindo defeitos. Foi nisso que ele ficou pensando … Continuar lendo Até que a morte os separe