De volta aos anos 80

Daniela Mata Machado Mas é claro que o sol vai voltar amanhã Mais uma vez eu sei Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã, Espera que o sol já vem Renato Russo era um ícone da minha adolescência e quando a gente acha que o sol está demorando demais a voltar é bom buscar refúgio nos nossos lugares seguros. Está certo, a adolescência não … Continuar lendo De volta aos anos 80

O Homem da Banda

Rosangela Maluf Sempre brincávamos as quatro juntas: Fádwa era mais velha, tinha onze anos. Layla e eu, dez anos e a caçula e mais atrevida, mandona e autoritária, tinha nove anos, mas parecia ser nossa mãe. Yasmin era uma chata. Mas era bom brincarmos juntas. Às vezes saía uma briga: eu ia pra minha casa, as irmãs pra casa delas até que uma de nós … Continuar lendo O Homem da Banda

Plágio

Victória Farias Aparentemente, todos nós estamos subjugados as vontades e possibilidades do plágio alheio. A velha lei da natureza de que “nada se cria, tudo se transforma” não encontrou barreiras que pudessem impedi-la de nos mostrar o que nossos antepassados viveram, tanto nas pestes como tentando evitar as vacinas. Acontece que eu realmente não precisava de uma demonstração gratuita da revolta da vacina, muito menos … Continuar lendo Plágio

Ser o que se é

Luísa Bahia Espontâneo: o que vem assim: “vim!” Adriana Falcão Numa certa manhã ensolarada de sábado, eu passeava com os meus sobrinhos, quando o mais velho, Luca, me disse: “Você é tão espontânea, né?” Seu tom não era de elogio, era de estranheza. Também com estranheza recebi o comentário pois, pra mim, a espontaneidade deve ser cultivada por toda a vida e estar presente, principalmente, na … Continuar lendo Ser o que se é

Quebrando a rotina

Eduardo de Ávila Depois desse ano e meio, entre isolamento e liberdade condicional e ainda aguardando a vacinação em massa, finalmente tirei alguns dias e fui lá na minha Araxá rever parentes e amigos. Foi um tiro curto, indo na quarta e já retornando na sexta-feira, mas suficiente para relaxar e dividir boas prosas. Em que pese a mal cuidada e muito movimentada estrada – … Continuar lendo Quebrando a rotina

A planta da filha de Dona Matildes

Márcio Magno Passos Reserva moral daquela pequena cidadezinha na Zona da Mata, Dona Matildes é cidadã cem por cento. Ministra da Eucaristia, ajuda em todas as atividades da igreja. No asilo presta serviço voluntário uma vez por semana, faz parte da lista de jurados pela Comarca, ajuda na apuração dos votos em todas as eleições municipais e participa da campanha do quilo. Aposentada, viúva e … Continuar lendo A planta da filha de Dona Matildes

Sonhando‌ ‌o‌ ‌mundo‌ ‌pós-pandemia‌

Daniela Mata Machado “O sonho que se sonha só é só um sonho. Mas o sonho que se sonha junto torna-​se realidade.”(Dom Hélder Câmara) Na semana passada, uma amiga querida perdeu seu irmão. Tinha 35 anos apenas. Nenhuma comorbidade. Mas não resistiu ao vírus que há mais de um ano vem alterando toda a nossa rotina e ceifando milhares de vidas. Eu não o conheci, mas … Continuar lendo Sonhando‌ ‌o‌ ‌mundo‌ ‌pós-pandemia‌

Ah, a infância!

Tais Civitarese Esta tarde, levei meus dois filhos para andar de bicicleta em uma rua a um quarteirão de nossa casa. É uma rua plana, especialmente calma aos feriados, onde só existem casas e não passa quase carro nenhum. Ao chegarmos, avistamos um grupo de meninos, de idades aparentemente  próximas às deles, com suas respectivas “bikes”. Logo, disse aos meus: – Vão lá fazer amizade! … Continuar lendo Ah, a infância!

Imagem de lil_foot_ por Pixabay - Estudos mostram

Estudos mostram

Tais Civitarese Minha irmã e eu fomos criadas para estudar. Estudar foi tudo o que nossos pais nos incentivaram a fazer a vida toda. Não éramos do esporte, apesar de o praticarmos (pessimamente) por obrigação. Não éramos da dança, apesar de minha irmã levar mais jeito do que eu. Não éramos também das artes, exceto pelas redações solicitadas na escola ou por desenhos feitos sem … Continuar lendo Estudos mostram

Cinco Sentidos

Rosangela Maluf Aninha acorda e respira fundo enquanto se espreguiça. Sobre a cama, as duas gatas que lhe passaram a fazer companhia depois que Túlio se foi. Sobre a mesinha de cabeceira a garrafa com água gasosa que ela toma todas as manhãs, assim que desperta. Ajuda-lhe a acordar de verdade. A ida ao banheiro é preguiçosa e sonolenta. O cheiro do shampoo usado na … Continuar lendo Cinco Sentidos