No aeroporto

Rosangela Maluf Ao descer do avião, tudo parecia estar em silêncio naquele aeroporto tão movimentado. Ninguém falava nada. Não se ouvia nenhuma palavra. Nenhum ruído, nenhum som. Silêncio completo. Entretanto seu coração fazia barulho, batia forte. Um tum-tum-tum intenso. Respirava fundo tentando não demonstrar a imensa ansiedade que lhe consumia. Andava calmamente para disfarçar o tremor das pernas. Trocou de mão a pequena valise que … Continuar lendo No aeroporto

A danada da prova

Peter Rossi Eduardo era um menino ativo, com grandes olhos negros e brilhantes. Com um sorriso ingênuo no rosto, corria de um lado para o outro e era o orgulho dos pais. Nas reuniões de família era sempre desafiado a responder todas as capitais dos países do mundo e acertava sempre. Seu Estevão estufava o peito e alardeava: – Esse menino vai ser professor ou … Continuar lendo A danada da prova

Bons costumes

Taís Civitarese Paulo tem 14 anos. É gentil, alegre e inteligente. Ele ajuda seus pais na loja que têm no centro da cidade. Às vezes, os clientes o olham estranho. Ele não liga enquanto aprende a se tornar um bom vendedor. Paulo nasceu Paula. Mudou a última letra de seu nome porque se sentia melhor assim. A mãe de Julio teme que ele seja agredido … Continuar lendo Bons costumes

CONVERSAS EM ESTRADAS

Raniere Sabará Viagem é mistério. As paisagens são o que mais me encanta. O carro em movimento demonstra a arqueologia de músculos. Minúsculos. Montanhas. São tantas espécies e diversidades naturais. Nessas paisagens os pássaros cantam afinados e as flores são revestidas de histórias por traz das casinhas de pau sob a serra. Me pairo a pensar nos nomes detrás dos lares ao longo da estrada. … Continuar lendo CONVERSAS EM ESTRADAS

Procura-se um amor

Silvia Ribeiro Procura-se se um amor! Se alguém encontrá-lo por aí diz a ele que o meu coração não mudou de endereço e que talvez posso me parecer emudecida, mas dentro de mim ainda posso ouvi-lo. Fala pra ele que eu tive que sangrar os meus sonhos e, na ânsia de recebê-lo, me tornei frágil e não pude tecer a esperança afoita que pairava em … Continuar lendo Procura-se um amor

Foto: Pixabay

O amor é um som

Daniela Piroli Cabral contato@danielapiroli.com.br O amor é um som colorido Que vibra, ecoa, pulsa Corações na mesma frequência desejante de puro prazer O amor é um som que atravessa Intensidade desmedida Irregularidade dos tons Perfeição de ruídos O amor é um som de silêncio Que nos enche de sentido (Des)equilíbrio dinâmico Duração (im)precisa O amor é um som de tristeza Não sintoniza, desafina Vaga em … Continuar lendo O amor é um som

Energia de cura

Daniela Mata Machado “O Reiki é flexível como bambu.” Quem diz é o meu mestre Bern Hard Roessman, responsável por me iniciar nos três graus do Reiki e também no mestrado. Mas quando recebi essa energia pela primeira vez, tudo o que eu tinha era uma rigidez atávica. E talvez aquele tenha sido o meu primeiro contato com alguma flexibilidade. Era um momento traumático que, … Continuar lendo Energia de cura

Faltando civilidade e cordialidade

Eduardo de Ávila Numa analogia ao provérbio popular; “em casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão”; assistimos – com desânimo – diariamente reações grotescas ao nosso entorno. Como a energia é ruim, contaminados, permitimos entrar nesse ambiente depressivo. E são de toda ordem. Vejamos! Essas pessoas, muitas delas nossas conhecidas e até mesmo com relações de parentesco, fazendo essa vigília antidemocrática na … Continuar lendo Faltando civilidade e cordialidade

Anthurium andraeanum

Rosangela Maluf Fez muito calor durante o dia e agora, depois que o sol se escondeu, sopra uma brisa fraquinha que ajuda diminuir as altas temperaturas desta tarde.  É sexta feira.  Combinamos, algumas amigas e eu, de tomarmos uma cervejinha no “Confessionário” – barzinho de um grande amigo nosso.  Teremos violão,  cavaquinho, percussão e outro amigo que canta lindamente. Vou tomar um banho demorado, me … Continuar lendo Anthurium andraeanum

CARTA ABERTA AO ENCONTRO

Raniere Sabará Talvez hoje seja um bom dia para lhe escrever. Lhe escrevo, pois, eu sou. Cotidiano em paradoxo. Me movimento, reviro, faço e cirando com a vida. Sou o acaso do derradeiro em água rasa. Cirandei tanto com o acaso que ele decidiu me encontrar. Naquele sábado à tarde, o tempo escureceu. Sento-me no sofá. Dou de cara com a face desalmada de mim. … Continuar lendo CARTA ABERTA AO ENCONTRO