Passando roupas (Deus nos livre!)

Rosangela Maluf Em pleno século XXI somos continuadamente bombardeados com novidades de toda espécie!  Resumindo, tem robozinho que varre a casa, tem Alexia com quem você consegue falar o que quer, tem GPS que te orienta pelos mais tortuosos caminhos, tem o celular que faz pix, depósitos, pagamentos, transferência, tem os QR’s Code e incontáveis outras facilidades que, em muito, simplificam nossa  vida.  Controles remotos, … Continuar lendo Passando roupas (Deus nos livre!)

As duas mortes de Deco

Peter Rossi Década de cinquenta, na cidade do Rio de Janeiro. Deco era um filósofo e, como todos, vivia no mundo da lua. Apesar de mais de cinquenta anos de idade, não se importava em transitar pela cidade, de um lado para o outro. Falo de cinquenta anos em uma época em que ter essa idade era ser idoso. Hoje somos jovens aos oitenta, mas … Continuar lendo As duas mortes de Deco

Tampas

Taís Civitarese “Cada pé cansado tem sempre um chinelo velho que lhe caiba”. Esta máxima, por vezes usada como mantra para quem aspira a uma parceria amorosa, tem feito bastante sentido para mim nos últimos tempos. No entanto, não me refiro à conotação nupcial da frase, mas sim a um outro tipo de casamento. Falo das parcerias comportamentais. Há sempre um mandão para quem gosta … Continuar lendo Tampas

(Des)sinfonia de aurora

Raniere Sabará Aurora. Beleza rara de se ver. Tão sensível quanto a aurora boreal. Aurora era um pássaro da espécie Agapornis, a grande sábia das conselheiras dos amores não correspondidos. Nomadeava pelas copas onde já não mais havia vida. Sem pretensão, pincelou seu ninho no beradero da mata escura para chamar de lar. Aurora se excitava ao ser tão atemporal. Pela manhã, buscava alimento nos … Continuar lendo (Des)sinfonia de aurora

Minas às voltas da Liberdade

Sandra Belchiolina de Castro sandrabcastro@gmail.com “A liberdade é o espaço que a felicidade precisa”, frase do mineiro Fernando Sabino que contém o significante histórico-cultural para o povo mineiro. Na semana passada trouxe na crônica “Aleijadinho” a máxima que a bandeira de nosso estado: “Libertas Quae Sera tamem”. São séculos que estamos às voltas da tal liberdade. Caso ela não possa ser total, mas pode ser … Continuar lendo Minas às voltas da Liberdade

Um ratinho no Mercado Central

Silvia Ribeiro Um dia desses, fazendo compras no Mercado Central numa dessas lojas de frios, chegou uma senhora acompanhada de duas crianças e perguntou se havia retalhos (sobras). A vendedora muito gentil, porém um tanto constrangida respondeu que não, e a senhora seguiu. E de repente uma das crianças aparentando uns cinco anos de idade voltou, parou bem diante do queijo que estava exposto e … Continuar lendo Um ratinho no Mercado Central

Desvio de rota

Daniela Mata Machado Uma faxineira lavava a calçada, diante de um prédio de classe média alta numa região nobre de Belo Horizonte, quando um morador do bairro, que passeava pela mesma calçada com o seu cão, decide agredir essa senhora, tomando a mangueira de sua mão, jogando água nessa trabalhadora e, não contente, empurrando a mulher para que caísse no chão. Todos os dias coisas … Continuar lendo Desvio de rota

Me livrai de outra, amém e assim seja!

Eduardo de Ávila Cá estou, trancafiado dentro de casa, obedecendo cada recomendação feita pelo médico quanto à minha última cirurgia. Já até brinquei sobre esse último procedimento duas semanas atrás, mas – confesso – além do pós-operatório, ter de conviver com cenas dos tempos atuais tem sido um horror. Exatamente agora que, as moças e moços dos tempos da adolescência, festejam os 65 anos. Sou … Continuar lendo Me livrai de outra, amém e assim seja!

Presentes que me dou: O café (2)

Rosangela Maluf O prédio inteiro está em silêncio. Aos domingos tudo é ainda mais calmo. A ausência de vozes, a quietude. Nenhum carro sai da garagem. Não há gritos de crianças indo para o clube, nem mães clamando “cuidado”. O domingo é de sol, mas estamos todos pagando o preço do isolamento social imposto pela pandemia. Quietos em casa, estamos todos. Cuidando de nós e … Continuar lendo Presentes que me dou: O café (2)

Frango com quiabo

Peter Rossi Confesso que não sou amante supremo dos vegetais. Ressalvo as frutas para o paladar e as flores para o olhar. As árvores também me encantam, são confidentes fiéis. Quantas e quantas vezes dei de com elas a conversar sobre mágoas e felicidades incontidas. Dos demais vegetais guardo distância. Por certo existem exceções: os grãos propriamente ditos, cenoura amarela, ora-pro-nóbis, tomate, abobrinha, ervas e, … Continuar lendo Frango com quiabo