Saúde Mental

Desde que surgiu como especialidade no final do século XVIII até os dias de hoje, a área da assistência em saúde mental foi estigmatizada. Psicólogos e psiquiatras eram considerados os profissionais que atendiam exclusivamente aos “fracos da cabeça”. Duas décadas atrás, ainda era comum ouvirem-se frases como: “psiquiatra é para gente doida” ou “psicólogo ‘vira’ a mente das pessoas”. O fato de alguém procurar ajuda … Continuar lendo Saúde Mental

Rock ou militância

Na última quarta-feira, dia 08 de novembro, tive a oportunidade de ir ao show do Roger Waters no Mineirão. Antigamente, eu detestava Pink Floyd exceto por “Wish you were here”, que era a única música que sabia tocar no violão ( “sabia”, no passado mesmo, porque faz tempo que já me esqueci). As músicas da banda me traziam sentimentos confusos, uma sensação de psicodelia que … Continuar lendo Rock ou militância

O bebê

Engravidei quando meu primeiro filho tinha pouco mais de 1 ano. Notícia boa, espalhada aos quatro ventos para amigos e familiares. Crescerão juntos, diziam. Serão muito amigos, falavam. Ganhei flores, presentes e mimos para o pequeno ser que se desenvolvia em mim. Engordei, cresceu o peito. Guardei as melhores roupinhas do mais velho. Estimei a data do nascimento. Fui à médica.  Chegando em casa, um … Continuar lendo O bebê

O menino que não gosta de rock

Taís Civitarese Lucas tem 9 anos. Tem lindos cabelos longos, que lhe caem sobre os olhos. Gosta de usar tênis All Stars. Seus preferidos são pretos e têm pequenos raios elétricos desenhados em neon. Ele gosta de fazer tatuagens de caneta em si mesmo. Às vezes, pede ajuda para um amigo da escola que sabe desenhar bem. Chega em casa todo colorido com personagens e … Continuar lendo O menino que não gosta de rock

Foto: Pixabay - Não

Não

No meio do caminho, havia um ‘não’. Havia um ‘não’ bem no meio do caminho. Topei com ele. E agora? Quis chutá-lo, empurrá-lo, excluí-lo. O que fazer com esse ‘não’ tão imponente, que interrompia meus planos e desafiava a minha vontade? Qual era a desse ‘não’ atrevido que ousou perturbar minha certeza e debochar das minhas convicções? Mexi com ele. Insisti. O ‘não’ era pesado … Continuar lendo Não

Anchovas

Taís Civitarese Estou obcecada por anchovas. Não sei de onde surgiu essa mania. Fui tomada pelo desejo repetitivo de comer o peixe azul em abundância. Certamente, tem uma explicação oculta. Tenho vívida a lembrança de infância da pizza de aliche ser a menos prestigiada das pizzarias. Até nas histórias em quadrinhos, ela era sinônimo de “pegadinha”. Me vejo subitamente desejando comer potinhos desse ingrediente de … Continuar lendo Anchovas

O último ano da infância

Taís Civitarese Amanhã, iremos ao pula-pula da Mônica. Com direito a lanche e brincadeiras no pacote. Lucas fará 10 anos em breve. Não sei até quando ele se interessará por semelhante aventura no shopping. Daqui a poucos meses, imagino, terei que me desdobrar: programas infantis para o mais novo, diversão adolescente para o maior. Nas próximas férias, pode ser que esse tipo de passeio de … Continuar lendo O último ano da infância

Um ponto

Taís Civitarese A morte ronda lentamente. Ela já está aqui. Sinto sua presença nas sombras. Nos silêncios. Ela está dormindo, mas em breve, despertará. Impossível não senti-la. Não temê-la. O julgamento já foi firmado. Ela avança um passo a cada dia. Ela nunca irá embora. A morte é amarela e cinza. Assim como a doença. Ela é úmida de choro. Aguda. Ela é fria e … Continuar lendo Um ponto

Mil genitores

Taís Civitarese Recentemente, li “O filho de mil homens” do escritor português Valter Hugo Mãe. A obra me tocou profundamente ao contar a história de Camilo e de todos os entrelaçamentos humanos que trouxeram significado a sua vida. Desde então, venho me divertindo com o exercício de identificar os mil “procriadores” que assim se colocam para nós ao longo da caminhada. As pessoas que, numa … Continuar lendo Mil genitores