Sabe, eu sempre me perguntei em qual momento você me fez esquecer o antes, e decantar a ideia de finitude.
Teria sido quando uma sensação premonitória me disse que eu te amaria para sempre?
Teria sido na forma de captar os meus sentidos, e me feito acendar velas só para me iluminar?
Teria sido quando o meu coração neuroticamente, me dizia que aquela excitação era uma loucura irreverente?
Teria sido aquele prazer, até então desconhecido, molhando todo o meu corpo de suor, traço a traço?
Teria sido naqueles momentos que eu sentia o seu perfume cavalgando dentro e fora de mim?
Teria sido quando o meu lápis quis falar de você, sem que o mundo soubesse?
Teria sido todas as vezes em que as minhas fantasias caminhavam pelo corredor, supostamente insuspeitas?
Teria sido quando a minha saudade obscena acariciava as minhas coxas como se tivesse língua?
Teria sido no dia que eu senti que todos os meus pedaços estavam com você, mesmo sem saber por quê?
Teria sido quando logo após alguns encontros breves, e ao mesmo tempo inadiáveis, eu ia para casa morta de ciúmes?
Teria sido naquela vez que eu vi o vigor de um pecado completo passado a limpo, e uma variedade de beijos santos comendo a minha alma?
Teria sido quando me desequilibrei com a cor dos seus olhos?
Muitas perguntas e poucas respostas. A vida é um mistério e a busca nos leva ao conhecimento.
Isso mesmo.
A vida é simplesmente um sonho!
Um sonho delicioso.