Eduardo de Ávila

O título pode parecer meio estranho. A começar pela expressão doença médica. Sim, afinal doenças são vários sintomas que nos levam ao socorro médico. Se é assim então, pressupõe, cura quando recorremos ao profissional para tratamento adequado. Mas, dependendo da situação, pode e tende a ser agravante ao quadro clínico geral. Estranho? Muito!

Já disse aqui tempos atrás da minha coleção de cirurgias. Sempre fui muito atento aos cuidados necessários para me manter com saúde e equilíbrio físico e mental. Creio que se duas situações não tivessem sido diagnosticadas e solucionadas em tempo, seguramente nem estaria aqui e agora diante dessa tela de computador relatando esse fato e outros que me ocupam diariamente nos dois blogs que assino.

Refiro primeiro ao alcoolismo, que sem constrangimento sempre relato e consegui superar e já se vão quase 25 anos. Contando com relativa contribuição médica e particular (sem plano de saúde), ainda com o apoio de um primo (coincidentemente médico), superei pela força de vontade. E a outra pelos exames e cirurgias, até então, contemplados pela operadora do plano de saúde. Entre esses, dois tumores, um definitivamente extirpado e o outro ainda incomodando.

E é esse que tem me ocupado. Por mais que seja preocupante a chance iminente de recidiva, não posso negar, tem me divertido. As doenças que existem se dividem em infecciosas, crônicas, genéticas e mentais. Ao que parece fui contemplado por todas elas, mas a última – ainda que sem diagnóstico – me fez um sujeito teimoso em busca daquilo que julgo ser justo. A mim e a quem de direito. Na barriga da miséria eu nasci brasileiro, teve de ser adaptado por Chico Buarque (censura) por batuqueiro. Não temos atendimento decente e somos prisioneiros dos planos comerciais de saúde.

Sem delongas, vou direto ao ponto. Vou pular as citações que teria em casos de doenças, sejam de qual ordem for: infecciosas, crônicas ou genéticas. O DNA me premiou com hipertensão e esse diagnóstico precoce – felizmente – da presença de tumores no corpo. E a cada consulta revelo e relevo essa preocupação, registrando sintomas – reais ou imaginários – desse receio. Ano passado, em outubro, foi pedido um pet scan para essa paranoia ou hipocondria. NEGADO!

Agora, nestes dias recentes, considerando a retirada total da próstata e o PSA – pós cirúrgico – demonstrando um crescimento retilíneo e uniforme foi solicitada um tal de pet-psma. A única coisa que sei é se tratar de mais específico, mas foi igualmente NEGADO em duas instâncias internas da frieza administrativa do plano de saúde. O rol da ANS não abrange o mencionado exame. No meu apelo, em segunda tentativa, desabafei aos frios analistas que as decisões “de escritórios burocráticos e empresariais estão distantes da aflição de quem está acometido da doença”. Excepcionalidades existem, mas não podem ser exclusivas ou privilegiadamente para a Amagis e AMMP, que tem merecido melhor sorte.

Lógico que isso contrapõe aos exorbitantes objetivos de lucros da operadora. Daí a repetição desse NEGADO. Pois bem, como aprendi a ser teimoso, ainda que em prejuízo pessoal, a doença vai avançar em meu corpo fértil. Não vou assumir o custo. Duas pessoas amigas e queridas, uma parcial e outra na totalidade, se dispuseram a ajudar nesse ônus financeiro. Uma terceira sinalização recebi na segunda-feira neste sentido. Agradeci todas e até disponho desse recurso, mas como sou teimoso a decisão está tomada. Se tem algo que aprendi na vida foi agradecer e reconhecer. Já inclusive postei aqui sobre experiência na relação bancária. Tenho esse plano na mesma operadora e já se passam mais de três décadas. Se a negativa é legal, não é moral. Injustos!

Em tempo: isso explica uma situação recorrente do mesmo plano. Fonoaudiologia, pela baixa remuneração, recusando atendimento.