Taís Civitarese
Não sei o que aconteceu com o mundo… Tenho a impressão de que vivemos uma epidemia de burrice generalizada. Há burros se proliferando por todos os lados. E sem vergonha de expor e enaltecer as próprias ideias burras.
O orgulho de ser burro virou um emblema. Ele amealha outros tantos prejudicados para a mesma seita. É perturbador. Não se questiona mais nada e não se sabe mais olhar as situações sob um viés imparcial. É tudo sobre si mesmo, suas próprias questões e toda a limitação que configura a essência prima da burrice.
O vovô Marcinho diz: “Quem é burro, que peça a Deus que o mate e ao diabo que o carregue”. Concordo. Esse mal é praticamente insolucionável. Requer esforço para ser curado, um esforço homérico se não for originado da predisposição natural. E ninguém quer esforçar-se mais para nada…
Creio que seja falta de leitura. Quando se lê, pode-se reler e reler até entender-se o que está sendo dito. É difícil sedimentar conhecimentos da mesma forma a partir de outras fontes de aprendizado. No entanto, ninguém lê mais nem as placas com o horário de funcionamento dos lugares (tenho provas).
As pessoas querem viver como personagens de filmes durante 24 horas de suas vidas. Estão iludidas, deslumbradas e vazias. Não sei se por efeito das redes sociais, devoradoras de cérebros, honras e éticas. Ou se pela derrocada das grandes instituições como a universidade, a espiritualidade, a amizade verdadeira e a ciência.
Recentemente, olhei para um céu povoado de estrelas. Vi tantas delas que era impossível contá-las. Creio que se olhássemos mais para as coisas reais do mundo teríamos uma postura menos infantilizada e mais empática. Entendendo que somos apenas um cisco de matéria dentro de um imenso universo. E não o seu centro…
Abaixo os coaches do umbiguismo, abaixo os tribalistas, as toupeiras e os repetidores de asneiras prontas. Abaixo as antas e os boçais. Abaixo os desprovidos de autocrítica. Recomendo um olhar demorado para um céu cheio de estrelas. A melhor lição que muitos precisam ter.
Adorei Taís! Abaixo tudo aquilo que não quer ter auto crítica e dúvida. Estamos fartos de certezas prontas. Abração