Cinderela

Tenho uma Cinderela sempre à espreita dentro de mim. Tem dias que ela dá uma de louca mudando a história, e se transforma na Bela Adormecida tirando um bom cochilo, mas nada que a impeça de esperar pelo seu príncipe. Embora seja um pouco mandona, até que nos damos bem.

E nesse mundo de modernidades, nem sempre esses príncipes se manifestam em seus bravos cavalos brancos. Muito pelo contrário, acho até que esses já viraram antiguidades.

Não se ouve mais o barulho dos seus trotes, nem o tilintar das suas carruagens. Hoje se ouve o som do tão esperado WhatsApp, que vez em sempre faz o coração disparar.

Porém, o que importa é a sua resistência, e a sua coragem de ser princesa. Deixar sempre o seu sapatinho de cristal dentro da alma, caso a magia aconteça.

Apreciar as gentilezas puxando a cadeira, abrindo as portas do carro, trazendo flores, e se possível chocolates.

Ter versos no olhar,  inventar trilhas sonoras pra ouvir juntos, e se lembrar depois com um sorriso cheio de malícias, dizendo essa é a nossa canção.

Dar permissão pra que a dita cuja se esbalde dentro de você, que pule de alegria, ou que esfole os cotovelos se for preciso, mas que se ofereça pra esse conto-de-fadas, como quem atravessa um portal de cores vibrantes, com remeleixo na cintura, e sem medo de virar abóbora.

Por vezes já me perguntei porque ela insiste tanto em mim.

Resposta:

Fui criada por um príncipe.

*
Curta: Facebook / Instagram

6 comentários sobre “Cinderela

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *