Dress code

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Victória Farias

Diferente do meu colega de escrita, os cinemas de Belo Horizonte não me fazem tanta falta. Na verdade, não me lembro qual foi a última fez que fui ao teatro assistir a um filme. Provavelmente no saudoso e distante ano de 2018. Ou seria 2017? Os movimentos contidos na telona nunca me encantaram.

Tudo isso pelo simples fato de que, no conforto da minha casa, não preciso de toda uma produção para ir ao shopping – mais do que isso, não preciso trocar o pijama. Mas isso não quer dizer que eu não tenha uma queda pela sétima arte – tenho, e muito me fascina esse admirável mundo novo que uma câmera bem calibrada pode nos proporcionar.

Mas, em casa, dentre outras coisas, gosto da possibilidade de pausar a película, ir na cozinha, digerir uma cena, voltar em um diálogo. Tudo o que o desespero de um rolo de filme queimando não pode oferecer. Como tudo o que me alucina no cinema, a opção de aprecia-lo longe das telas grandes é o que mais me convence.

Isso, e é claro, o dress code. Outra convenção maluca que a contemporaneidade nos proporcionou. Os uniformes que deixam todo mundo mais ou menos igual me desconcertam. Tanto nas escolas, como no corporativismo e – é claro – na ida ao cinema.

E é por isso que essa vida de semi-quarentena (que já foi absoluta e hoje acontece quando dá) também está começando a me incomodar. Tudo porque, ao avisar que me arrumaria para participar de uma reunião virtual, fui indagada pela minha interlocutora; – trocar de roupa? Para uma reunião on-line? O certo é fazer de pijamas!

Oh, meus pijamas. Meus não uniformes favoritos. Isso é um adeus. Não podemos mais continuar assim. Agora, alguém aí sabe me dizer os documentos necessários para fazer um cartão da C&A? Aparentemente, preciso renovar o guarda-roupa.

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